segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Dia da Imaculada Conceição de Maria Santíssima (1)
O Tiago Cavaco fez recentemente dois ou três apontamentos sobre um aspecto que divide católicos e protestantes: a apetência que os primeiros parecem ter para o acatamento de ordens superiores, um gosto pela hierarquia, por oposição a uma espécie de rebeldia do-it-yourself dos protestantes. Os cânticos dominicais católicos parecem confirmar isso: nós, homens, estamos indefesos e infelizes sem a Tua atenção. Dá-me atenção, Senhor, obrigado pela Tua atenção, Senhor. Somos (os católicos) uma espécie eternamente órfã. Somos pessoas que não dão a devida atenção a S. Mateus: «onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (18,20). Esta insegurança gera insegurança; e o conceito de «rebanho» torna-se tristemente acertado. Mesmo quando tentamos fazer alguma coisa por nós próprios, lá vamos a correr buscar um padre que nos guie, que nos reconforte, que nos embale o berço. Invejo a capacidade dos protestantes de serem mais adultos e de acreditarem mais na força da comunidade - e de, consequentemente, a acarinharem mais. Nós, católicos, partilhamos a mesma fé e rezamos de mão dada durante a eucaristia. Mas à saída separamo-nos logo entre os que dão um e os que dão dois beijinhos.