quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
A vingança de Bárbara
Carrilho tem há 12 anos uma mulher impossível. Há 12 anos que olhamos para o Manuel Maria e para a Bárbara e a primeira coisa que nos vem à cabeça é «Como é que ele conseguiu?» E a segunda, «O que vê ela nele?» Há 12 anos que o conjunto de respostas possíveis a estas perguntas tem contribuído para aquilo que parecia impossível: inflacionar o ego de Manuel Maria Carrilho. Este pormenor da sua vida privada - e, por força das circunstâncias e opção dos dois, pública - tem vindo a defini-lo mais do que qualquer outra coisa. Manuel Maria Carrilho é o marido de Bárbara Guimarães. A rejeição de que está agora Manuel Maria a ser alvo é-lhe, por isso, insuportável e inaceitável. É uma parte de si que desaparece - a melhor parte, como é óbvio para toda a gente. Talvez isso ajude a explicar a loucura em que o professor Carrilho, eminente pensador da polis portuguesa, submergiu nos últimos dias. Amor-ódio, como diz o povo. Carrilho está tomado pela ira do cornudo, do rejeitado, do homem que perdeu a sua trophy wife. Daqui a uns dias, umas semanas, Carrilho cairá em si e detestar-se-à mais do que detesta Bárbara. Verá que o que fez nunca lhe será perdoado, e viverá o resto dos seus dias isolado, condenado a assistir a um renascimento - social e, atrevo-me a dizer, físico - de Bárbara, uma mulher que, aos quarenta anos, é desejada por adolescentes e senadores. A vingança servir-se-à fria.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
O meu filho mais velho foi à natação
O meu filho mais velho foi à natação. Ou melhor, levei o meu filho mais velho à natação. Parece que estou a dizer o mesmo, mas a segunda frase revela um pormenor importante: eu fui junto. Tudo começou porque a mãe do meu filho mais velho - que é a mesma mãe do meu filho mais novo, não sei onde é que vocês foram buscar essa ideia - decidiu, e bem (como sempre), que estava na altura do nosso filho mais velho ir para «a natação». Agendou-se, por isso, «o teste», e perguntou-se à criança quem ela queria que a acompanhasse. Deu asneira, escolheu-me a mim. Perguntou-se (perguntei) novamente no dia seguinte, mas a criança é teimosa, como são todas as crianças (a «teimosia» das crianças não é mais do que a nossa falta de disponibilidade para aceitar o facto de que elas têm opiniões e memória). Elas têm, azar o meu, piscina comigo. Vejam bem, eu gosto de piscinas, gosto de nadar, gosto tanto de água que até gosto daquelas piscinas ao ar livre que a chuva e a sarjeta entupida criam no asfalto irregular. Mas a «natação» junta à «piscina» um dado que já não me agrada tanto: outras pessoas. E a «natação para bebés» faz o pleno: junta outras pessoas (onde «pessoa» significa, e bem, um adulto) a outros bebés. Se há coisa que aprendi com a experiência da paternidade é que não gosto de crianças à excepção das minhas. Isto é, gosto delas, acho-as ternurentas, mas é rara a experiência da minha vida que não seria melhorada pela ausência dos filhos dos outros (é por isso, por exemplo, que estranho a baixíssima incidência de canonizações de educadoras de infância). Sou uma má pessoa, mas ao menos já não sou uma criança. Mas como a minha mulher está contratualmente habilitada a mandar em mim, vesti o fato de pai extremoso (um fato que me cai bem, ao contrário de outras peças de, chamemos-lhe assim, «roupa», como veremos mais à frente) e fui. Chegado o dia e o meu filho mais velho estava entusiasmado, a minha mulher estava entusiasmada, e o meu filho mais novo estava entusiasmado (apesar de ninguém lhe ter explicado nada): três em quatro não é nada mau. Eu estava receoso. Sabia, porque pesquisei na internet, que não é socialmente aceitável uma pessoa passear no espaço público de touca e toalha ao ombro, e por isso protocolo obriga a uma passagem pelo balneário. Todos vocês há passaram por balneários, e estou certo que desse lado já se está a gerar alguma empatia. Ora, o último balneário que eu frequentei vem de uma altura da minha vida e da vida do país que permitiu que eu gastasse 10% do meu salário numa mensalidade de um ginásio; aqueles balneários eram limpíssimos, eu tinha nojo de chegar a casa quando vinha do ginásio. E a hora a que eu os frequentava - praticamente de madrugada - significava que eu estava lá praticamente sozinho. Publicidade altamente enganosa para quem se viu abruptamente num balneário de «natação para crianças» num sábado de manhã. Não só o espaço obrigava a negociações permanentes entre os utentes, como os utentes incluíam os filhos dos utentes, à taxa altíssima de 1 para 1. Que não haja dúvidas: o inferno está cheio de estranhos em trajes menores. Fingi estar de acordo com aquilo tudo e preparei-nos para o teste, ignorando, por ora, a lista de material necessário para as aulas de natação. Tínhamos touca (tinha o meu filho, porque esquecera-me da minha em casa), chinelos, toalha e calção de banho. Eu sabia que os nossos calções de banho não correspondiam aos critérios publicados no regulamento da piscina, mas queria acreditar que haveria da parte das entidades fiscalizadoras uma interpretação de sentido lato daquilo que é um calção de banho «justo ao corpo e sem bolsos», mas vim a saber que não e que aquela expressão não passa de um eufemismo. Já no interior da piscina, o nadador salva-vidas aproximou-se de nós e disse aquilo que seria repetido por outra pessoa no final do teste, não fosse ter ficado mal explicado: os calções de banho («do menino também») têm de ser justos ao corpo («ao meu corpo, querem mesmo ver isso?», perguntei vigorosa mas mentalmente) e sem bolsos, de licra. Disse que sim com a cabeça, mas que não com o coração, e prometi ser obediente no futuro. Posto isto, estava na hora do teste, que consistia na participação numa aula. Fomos apresentados à professora, e até àquele momento nunca me tinha passado pela cabeça que uma professora de «natação para bebés» tinha de ter exactamente a presença que aquela professora apresentava: uma presença absolutamente intimidatória de natureza militar. Sentem-se na borda da piscina; sentámo-nos. Rodem o corpo; rodámos. Entrem dentro de água; entrámos. Percebi uma coisa: ser criança é estar em permanente regime militar. O meu filho estava muito mais à vontade com aquelas ordens do que eu. Sobre mim tinha descido um pânico familiar, que recuperei dos meus tempos de escola, motivado pela hipótese de fazer alguma coisa de errado. E fiz. Às tantas, por exemplo, estava abraçado a uma bóia imitando as ordens daquela baronesa von Trapp de touca, só para me aperceber depois que aquele movimento era para ser seguido pela criança. Ela não se riu, o que revela que aquilo lhe deve acontecer frequentemente, ver pais transformados em crianças assustadas - este é, pelo menos, o meu ardente desejo. Mas, aos poucos, fui recuperando a clareza de raciocínio a tempo de perceber que o meu filho estava a cumprir tudo com distinção. Tão preocupado que estava com a minha própria figura que aquela prestação exemplar quase que me passava ao lado! Ah, o orgulho. Ele abraçou a bóia, atirou a bola, apanhou o disco, nadou de frente, nadou de costas, saltou três vezes para dentro de água. A mãe, do lado de fora, registava tudo em fotografias que, infelizmente, ainda estão por destruir, já que a minha massa corporal não é transparente e estraga todos os planos. No final, já de volta aos balneários, com aquela sensação de conforto dada pela ainda que ligeira familiarização a um sítio hostil, vesti o meu filho com um sentido de dever cumprido: ambos tínhamos passado no teste. A sensação de conforto durou pouco, até me aperceber de uma coisa: aquele ritual teria de ser repetido, e da próxima vez com recurso a inevitáveis cedências estéticas e civilizacionais impostas pelo regulamento do equipamento da piscina, e que partem de um princípio utópico: que todos nós temos o corpo do Michael Phelps. Restam, por isso, duas hipóteses: convencer o meu filho que a mãe dele está muito mais apta para a tarefa, ou matar toda a gente que, semanalmente, for testemunha deste infeliz sinais dos tempos.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
PR
Gabriella Zanna Vanessa Anstruther-Gough-Calthorpe, futura cunhada do Príncipe-eu-é-que-escolhi-a-ir
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Origin
The Nobel Prize in Physics 2013 was awarded jointly to François Englert and Peter W. Higgs "for the theoretical discovery of a mechanism that contributes to our understanding of the origin of mass of subatomic particles, and which recently was confirmed through the discovery of the predicted fundamental particle, by the ATLAS and CMS experiments at CERN's Large Hadron Collider"
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Também tu, Bruno?
Também tu, Bruno? Há dias encheste-me de alegria quando obrigaste o Pinto da Costa a recorrer a essa muleta cobarde do futebolês que é o «Não conheço esse senhor», sempre invocada quando não há mais nada para dizer, e agora isto? E tu que começaste tão bem, com essa referência sarcástica ao ciclista, tão bem metida, tão a propósito, que não havia necessidade de estragar tudo com esse remate. E eu que até aposto que tu já choraste com o Rui Costa, não esse, que tu conheces, mas o outro, o futebolista, que marcou aquele golo à Irlanda em 1995, abrindo caminho ao regresso da selecção de todos nós às grandes competições internacionais. Aposto que se calhar até lá estavas, com os teus 23 anos carregados de paixão futebolística, a ver o teu Figo, o teu Oceano, e o nosso Paulo Sousa. Quase que te vejo lá, exultante, esquecendo por breves, brevíssimos momentos o anti-benfiquismo honesto que te corre nas veias, orgulhoso de saber que também tu, enquanto adepto do Sporting Clube de Portugal, eras responsável por aquele feito extraordinário do pequeno país que dá nome ao teu clube. E talvez também tenhas sentido uma emoção desenfreada com aquele golaço contra a Inglaterra, também no Estádio da Luz, esse covil de lampiões, em 2004, que manteve vivo o nosso sonho de chegar à final. Não, ninguém acredita que tu não conheces «o outro» Rui Costa, o «verdadeiro», se me permites, como diria o José Mourinho (abuso da tua paciência, eu sei: o José Mourinho é um treinador português com algum currículo internacional, pede para te verem isso na internet que valerá a pena). Ninguém acredita, Bruno, porque tu és um exemplo para todos nós do que deve ser a paixão pelo futebol; tu fazes-nos questionar o nosso esforço na devoção ao desporto-rei, tu envergonhas-nos com a tua dedicação, a tua procura incessante pela glória ("esforço", "devoção", "dedicação" e "glória", isto sou eu a apelar ao teu coração). Eu não esperava isto de ti, e por isso vou acreditar que foi um deslize passageiro, uma vez sem exemplo, uma fraqueza que também é permitida ocasionalmente aos grandes homens. Um abraço amigo.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Queremos lá saber, está a chover
Então vamos lá fazer uma «leitura nacional»:
Pré-Troika (2009) | Pós-Troika (2013) | Var. | |
PSD+CDS | 2247755 | 1689035 | -24.86% |
PS | 2027631 | 1778664 | -12.28% |
CDU | 524881 | 536027 | 2.12% |
BE | 162046 | 119035 | -26.54% |
Ind. | 203292 | 322011 | 58.40% |
Brancos + Nulos | 158372 | 329600 | 108.12% |
Votos contabilizados | 5165605 | 4444772 | |
Total | 5206810 | 4510131 | |
Votos desconsiderados* | 41205 | 65359 |
* Desconsiderei os votos dos pequenos partidos e coligações mais esquisitas, para simplificar a leitura.
Só a CDU resiste ao desinteresse geral, e acredito que isso tenha a ver com o facto de ser a força política mais imune às candidaturas independentes (não há dissidentes a concorrer contra o PCP). Tirando isso, se estas autárquicas serviam para avaliar a avaliação que os portugueses fazem da troika, a conclusão é óbvia: queremos lá saber, está a chover.
Breves da noite de ontem
- A notícia mais relevante de ontem veio da Madeira, se nós ainda ligássemos alguma coisa ao que lá se passa. Jardim foi cilindrado, o jardinismo morreu. Enterrem-no;
- O PSD foi varrido do mapa autárquico, como esperado, abrindo lugar a subidas impressionantes do PS, da CDU, e do CDS;
- Os resultados da CDU no Alentejo provam aquilo que o PCP anda a dizer desde a assinatura do MoU: o país está a andar para trás. 30 anos, mais precisamente;
- Costa, que está longe de ser um político entusiasmante, é hoje a figura mais consensual em Portugal. Ao contrário do que muita gente diz, a sua vitória em Lisboa não é uma vitória da «esquerda»: é uma vitória, com número cavaquistas, do centrão;
- Onde estão todos os lisboetas que odeiam de morte as obras na rotunda do Marquês?
- O PS obteve o maior resultado de sempre à custa de ser o partido melhor colocado debaixo da árvore dos votos do PSD. Apesar de tudo, Seguro está para ficar e será primeiro-ministro de Portugal. Quem não gosta, não come;
- Rui Moreira, uma figura simpática, fez o impossível: ganhou correndo pela pista de fora, apesar do apoio de quase todo o establishment conservador do Porto. Candidato independente é ele, e mais ninguém. A sua vitória pode ser comparada à de Costa em Lisboa: em ambos os casos, o eleitorado escolheu que tudo ficasse como estava (Moreira era quem mais garantias dava de continuar o trabalho de Rui Rio, de quem tinha apoio);
- Tiram a televisão ao Bloco de Esquerda e o partido desaparece completamente. Mesmo em Lisboa: João Semedo, o líder (um dos líderes, ou «coordenador-geral», ou lá como chamam) falha a eleição. Ganham o prémio Muhammad Saeed al-Sahhaf da noite, ao multiplicarem-se os discursos de congratulação pela derrota do PSD;
- A declaração mais infeliz da noite foi proferida por um porta-voz da campanha de Seara: ali estava, uma pessoa do partido de Durão Barroso, a dizer que esperava que Costa cumprisse os quatro anos e que não tivesse «enganado» os lisboetas. Haja topete;
- Pela primeira vez na história, um recluso ganhou eleições em Portugal;
- O PCP ganhou Loures e está encontrado o sucessor de Jerónimo: chama-se Bernardino e disse aquilo - há 10 anos - sobre a Coreia do Norte;
- Ricardo Rio ganha o bastião socialista que era Braga. Uma das poucas vitórias da noite do PSD;
- «Cristiano Ronaldo felicita Rui Costa e João Sousa»: patético, lamentável, vão todos para o raio que os parta.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Decisões importantes
Sobre a contracepção e a homossexualidade, o que Francisco disse na entrevista publicada em Portugal pela Brotéria é uma mudança de tom significativa no discurso da Igreja Católica mas não é uma mudança de doutrina (até porque, estranhamente, estes temas são mencionados juntamente com o aborto, como se partilhassem a mesma magnitude de relevância). Provavelmente - e desejavelmente - essa mudança de doutrina irá acontecer e podem entender-se as declarações do Papa como o início desse processo. Será, espero, um processo pacífico, porque um dos temas está morto (a contracepção, onde a doutrina é seguida por, como confirmam os últimos dados apurados pelo Complexidade e Contradição, 1,34% dos católicos) e o outro ameaça morrer em breve (a mudança de postura social sobre o tema nos países europeus e nos EUA tem mudado de uma forma rápida e consistente). Mas, por enquanto, trata-se só de um alerta à navegação.
Apesar daquela introdução cautelosa ao tema ("machismo de saias", "a mulher tem uma estrutura diferente do homem", etc.), não há nenhum modo pacífico de cumprir o desejo que o Papa expressa aqui: "O génio feminino é necessário nos lugares em que se tomam decisões importantes." Das duas uma: ou se acaba o celibato, ou se ordenam mulheres (ou ambas, claro). Não há outra forma de garantir a presença das mulheres nos lugares onde se tomam "decisões importantes", por muita "teologia da mulher" que se tente. Só garantindo o acesso das mulheres aos mesmos corredores dos homens se pode acabar com o machismo de calças que hoje vigora na Igreja. Só com uma postura de igualdade radical de géneros poderá a Igreja Católica manter a sua relevância social e cultural. Se não o fizer cairá no erro da tentação do isolacionismo virtuoso (poucos mas bons) que será trágico para uma instituição que se quer universal. Esperemos.
O Papa produziu nessa entrevista declarações muito mais relevantes para o futuro próximo da Igreja do que essas. Foram estas:
«É necessário ampliar os espaços de uma presença feminina mais incisiva na Igreja. Temo a solução do “machismo de saias”, porque, na verdade, a mulher tem uma estrutura diferente do homem. E, pelo contrário, os argumentos que oiço sobre o papel da mulher são muitas vezes inspirados precisamente numa ideologia machista. As mulheres têm vindo a colocar perguntas profundas que devem ser tratadas. A Igreja não pode ser ela própria sem a mulher e o seu papel. A mulher, para Igreja, é imprescindível. Maria, uma mulher, é mais importante que os bispos. Digo isto, porque não se deve confundir a função com a dignidade. É necessário, pois, aprofundar melhor a figura da mulher na Igreja. É preciso trabalhar mais para fazer uma teologia profunda da mulher. Só realizando esta etapa se poderá reflectir melhor sobre a função da mulher no interior da Igreja. O génio feminino é necessário nos lugares em que se tomam as decisões importantes. O desafio hoje é exactamente esse: reflectir sobre o lugar específico da mulher, precisamente também onde se exerce a autoridade nos vários âmbitos da Igreja.»Apesar daquela introdução cautelosa ao tema ("machismo de saias", "a mulher tem uma estrutura diferente do homem", etc.), não há nenhum modo pacífico de cumprir o desejo que o Papa expressa aqui: "O génio feminino é necessário nos lugares em que se tomam decisões importantes." Das duas uma: ou se acaba o celibato, ou se ordenam mulheres (ou ambas, claro). Não há outra forma de garantir a presença das mulheres nos lugares onde se tomam "decisões importantes", por muita "teologia da mulher" que se tente. Só garantindo o acesso das mulheres aos mesmos corredores dos homens se pode acabar com o machismo de calças que hoje vigora na Igreja. Só com uma postura de igualdade radical de géneros poderá a Igreja Católica manter a sua relevância social e cultural. Se não o fizer cairá no erro da tentação do isolacionismo virtuoso (poucos mas bons) que será trágico para uma instituição que se quer universal. Esperemos.
domingo, 22 de setembro de 2013
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Das actividades voluntárias
Descansemos: o «Body Combat», «Body Attack», e «Power Jump» foram substituídos pelo «Warrior», «Xcelerate» e «AirFit».
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
A Gaiola Dourada comove-nos porque faz uma coisa rara: convoca um olhar terno sobre a portugalidade mais epidérmica, namorando o lugar-comum com inteligência e delicadeza. Não é um olhar sobre a emigração portuguesa que transforme o nosso, e há muitos pontos-chave da trama que ficam mal resolvidos (com essa agravante-mor de fazer duas referências ao Benfica desfasadas no tempo em 6 anos), coisas que perdoamos sem esforço. Porque o que Rúben Alves faz com A Gaiola Dourada é lembrar os portugueses das razões pelas quais gostamos tanto de Portugal. O que, feito nos dias que correm, é uma proeza espantosa.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
A mesma vontade
Não quero saber de «novos eusébios», porque Eusébio só há um e o Markovic é branco e tudo. Nem olho para o Markovic como uma esperança para a época do Benfica - que vai ser penosa, não há nada a fazer. E sei que o puto-maravilha sérvio não fica mais de um ano no Estádio da Luz; muito provavelmente, estará já negociado com um dos grandes da Europa. Mas que é uma alegria vê-lo jogar, é, e isso ninguém nos vai tirar. Que estejamos a assistir ao arranque de uma grande carreira, é o melhor que podemos desejar.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Um optimismo que morreu
O edifício do gaveto das ruas Braamcamp e Alexandre Herculano sempre me pareceu um símbolo do optimismo dos anos 80 de Lisboa. É uma das minhas memórias mais antigas, aquela intrusão amarela perto do largo do Rato. Não sei quem o desenhou, e não o acho um desenho particularmente inspirador. Mas a coragem do amarelo sempre me marcou. Há alguns anos que merecia umas obras, e elas aí estão. Para meu grande desgosto, pintaram-no de branco. Agora parece um código de barras triste e resignado, com medo de ser o que é, com vergonha do que já foi. Pode ser que as "empresas" gostem mais dele assim e o ocupem com mais dignidade, mas é uma parte da Lisboa da minha infância que morre. Não surpreende, porque o optimismo que lhe esteve na génese há muito que morreu.
Outras maneiras
Uma medida da barbárie? Imaginem espetar um ferro - adornado num gesto ensaiado e grandiloquente, sob aplausos gerais das bancadas, ao som de um trompete triunfal - no dorso de um puro-sangue lusitano. E depois outro ferro. E depois outro. E outro. E, no fim, enaltecer a bravura do animal. E do cavalo.
Há outras maneiras de ser valente à frente das mulheres. Apagar fogos, por exemplo, ou dar sangue.
Há outras maneiras de ser valente à frente das mulheres. Apagar fogos, por exemplo, ou dar sangue.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Menos é mais
Basta uma ida à praia - a quase qualquer uma - e olhar para o modo como os portugueses com menos de 35 anos exibem o corpo para percebermos que Portugal é hoje um país pós-católico e que junto a essa liberdade superficial vem uma factura estética.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Heloísa Apolónia é a prova viva de que Ana Voila não tem razão
Sabemos todos que a CDU só existe para retirar do boletim de voto a palavra «comunista», tomando o PEV Partido Ecologista «Os Verdes» o papel de cavalo de Tróia semântico do Partido Comunista Português. É, por isso, muito difícil avaliar a relevância eleitoral do PEV: não há maneira de saber quantas pessoas votaram no partido de Heloísa Apolónia. O único método disponível é um simples exercício de proporcionalidade baseado na relevância que o PCP atribui ao PEV. Assim, temos os seguintes dados:
Resultado eleitoral da CDU (2011): 441.852
Número de mandatos: 16
Número de deputados do PCP: 14 (87,5%)
Número de deputados do PEV: 2 (12,5%)
Podemos então estipular que o PEV representa 55 mil pessoas, o que é, dado o método utilizado, uma estimativa muito generosa. Gostava de lembrar que o resultado eleitoral do PSD em 2011 ultrapassou os 2.150.000 votos.
Por isso, Ana Voila e o seu grupo de loucos não têm razão absolutamente nenhuma: basta ter em consideração o tempo de antena de Heloísa Apolónia no Parlamento para ter por aquela casa um respeito democrático desmesurado (e uso a palavra com critério).
Resultado eleitoral da CDU (2011): 441.852
Número de mandatos: 16
Número de deputados do PCP: 14 (87,5%)
Número de deputados do PEV: 2 (12,5%)
Podemos então estipular que o PEV representa 55 mil pessoas, o que é, dado o método utilizado, uma estimativa muito generosa. Gostava de lembrar que o resultado eleitoral do PSD em 2011 ultrapassou os 2.150.000 votos.
Por isso, Ana Voila e o seu grupo de loucos não têm razão absolutamente nenhuma: basta ter em consideração o tempo de antena de Heloísa Apolónia no Parlamento para ter por aquela casa um respeito democrático desmesurado (e uso a palavra com critério).
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Não é preciso jogá-lo
Deixar de acreditar em Deus por causa da ciência (do conhecimento) é o pior motivo à excepção de todos os outros. Deus, através das religiões, serve para dar resposta a três questões: a morte, a moral, e a inquietação existencial (quem somos, de onde vimos, para onde vamos). Das três, duas são resolvidas de maneira mais satisfatória pelo conhecimento (a moral e a inquietação existencial). Resta a morte, o maior capital da religião, e as suas questões (o que acontece a quem morre, o que nos acontece quando morremos) que são a última fronteira do ateísmo. Porque este é um jogo viciado: jogá-lo é jogá-lo no campo da fé ou do mais louco dos esoterismos. Mas não é preciso jogá-lo.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
O acto de fé
O acto de fé não é acreditar na existência de Deus; é acreditar que o nosso melhor se deve a ele, e que o nosso pior existe apesar dele. Ou seja, Deus é o universo observável: só é real na medida em que é possível que alguém o observe, e que essa observação produza efeitos concretos. Fora dessa possibilidade do observador, o universo - e Deus - é irrelevante, porque inconsequente (sem causalidade) e impossível de testar. Neste sentido, Deus é inegável.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Vai longe
«Os jornalistas aproximam-se de António José Seguro e perguntam: concorda com a greve dos professores em dia de exames? Seguro responde: apelo ao bom senso das partes porque o governo deixou gangrenar o problema. E os jornalistas repetem a pergunta. E Seguro repete a resposta. Percebo o que se passa na cabeça de Seguro durante esta farsa. Por um lado, apoiar a greve seria revoltar milhares de famílias que têm os filhos em pânico e as férias arruinadas. Por outro lado, condenar a greve seria alienar milhares de professores que também votam PS. Melhor não dizer nada e não se comprometer com nada, na esperança piedosa de não assustar as manadas. Seguro representa bem o tipo de político que os partidos geraram: um holograma simpático que, na hora do aperto, não gosta de ser apertado. Vai longe. Nós, com líderes destes, é que não.»
«O Homem Invisível», João Pereira Coutinho
«O Homem Invisível», João Pereira Coutinho
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Santo António já se acabou
Feriado. Aproveito para ir ver o Tejo reconstruído entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço. Tudo o que foi feito me parece bem, e tudo o que está planeado também. As obras é que ainda não parecem ter fim à vista: quem quer passear tem de tolerar o estaleiro. O pior veio depois. A pretexto de acalmar os miúdos, fomos ao Terreiro do Paço comer um gelado. Sentámo-nos numa daquelas esplanadas com um nome inglês (neste caso, o «Aura Lounge Café») e preços também ingleses. Quisemos experimentar o que o turista experimenta. Não correu bem. Apesar de haver poucas mesas com clientes, tudo demorou muito tempo, o que é particularmente incomodativo para quem tem duas crianças inquietas à espera do gelado. Mas o gelado lá veio: uma bola de chocolate para um, uma bola de nata para outro. Há muito tempo que não ficava tão estupefacto: o gelado de nata tinha sido servido depois do gelado de chocolate e com a mesma colher. Uma Frize Limão também chegou, como dizem, «natural». Para pagar, outra espera de aeroporto. O troco é que não veio. Com espera, ou sem espera. Tivemos de ir atrás dele, para dentro do café, onde uma sala vazia servia de entretém a uma dúzia de empregados. O patrão, evidentemente, estava fora. Uma tristeza. Se Portugal fosse um país que precisasse do turismo, diria que era uma tragédia.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Dois anos de PSD-CDS
Estes dois anos mostraram que foi um erro ter chumbado o PEC-IV e provocado eleições antecipadas. Não porque o PEC-IV fosse solução para alguma coisa, mas porque, com PEC-IV ou com MoU, estes dois anos seriam sempre muito penosos e desgastantes politicamente. Se não estivesse refém da imprudência que são as «directas», o PSD deveria ter percebido que 2011 não era o ano certo para chegar ao poder. Devia ter esperado que fosse o PS a aplicar as medidas inevitáveis de aumento de impostos e cortes nos apoios sociais; devia ter obrigado José Sócrates a cumprir esse papel. Mas Passos Coelho percebeu que o PSD não o toleraria mais tempo na oposição e trataria de o substituir entretanto. Por isso, saiu-nos a fava, um governo liderado pela dupla Passos Coelho / Miguel Relvas, dois políticos que não são melhores do que a pior dupla que já liderou o PSD, os inefáveis Luís Filipe Menezes e Ribau Esteves. O resto é incontroverso: foram dois anos de pesadelo, que só um primeiro-ministro muito hábil poderia ter tornado diferente. A substituição de Miguel Relvas por Poiares Maduro (e Marques Guedes), e a eventual remodelação nas finanças a acontecer até ao final do ano, darão ao governo uma estabilidade que, aliado ao facto de o PS estar confortável com António José Seguro, levarão este governo até 2015, onde a única questão em aberto será saber com quem irá o PS coligar-se.
terça-feira, 4 de junho de 2013
Some other
«We’re conquistadors. I’m Vasco de Gama and you’re some other Mexican.»
Roger Sterling - Mad Men, «A Tale of Two Cities» (2013)
Roger Sterling - Mad Men, «A Tale of Two Cities» (2013)
domingo, 2 de junho de 2013
Os sub-chefinhos
Os sub-chefinhos são patéticos. Os sub-chefinhos, nós, somos patéticos. Falo da epidemia do empratamento caseiro. Da pandemia (porque o fenómeno é global) das candidaturas espontâneas ao guia Michelin. O que se passa é o seguinte: somos uns snobes. Todos. Em vez de estar, diligentemente, a tentar aprender e reproduzir as receitas das nossas mães, passamos os fins-de-semana a fazer aveludados de castanhas quando uma sopa de espargos servia perfeitamente, a fazer braseados quando o que queríamos era um grelhado, a fazer camas em lugar de acompanhamentos de travessa. A culpa é da televisão. Da televisão por cabo, sejamos justos com Filipa Vacondeus - que nos ensinava como fazer um jantar para 12 pessoas com recurso aos restos do almoço de ontem - e, vénia prolongada, Maria de Lurdes Modesto. Elas - não é pormenor tratarem-se de mulheres - fizeram serviço público, explicavam como se usava o azeite e o alho. Os chefes da televisão por cabo, pelo contrário, todos homens e quase todos estrangeiros, não estão ali para fazer serviço público. Estão ali para, sobretudo, alimentar o ego do espectador. Do espectador masculino. Não é por acaso que aquela actividade ganhou a alcunha de food-porn: é porque apela quase exclusivamente aos homens. Àqueles homens, como eu, que não vêem na cozinha o espaço utilitário que é, que serve para alimentar, diariamente, uma família. Não: para nós, a cozinha é só mais um palco ao nosso dispor, de onde esperamos sair em ombros, sob um coro de ovações. Não entramos na cozinha para servir quem nos vai acompanhar à mesa, mas para chamar a atenção para o nosso talento. Isto é uma vergonha. Eu nunca fiz um arroz de pato (verdade), mas sou frequente no magret de pato acompanhado por couscous de sultanas e amêndoa torrada. Vê-se logo que é uma receita toda posta em bicos dos pés porque é preciso dois itálicos para a escrever correctamente. Aquilo que nós, os sub-chefinhos, devíamos ser era ajudantes de cozinha. Das nossas mães. Que já o foram das nossas avós. Porque as nossas mães são capazes de preparar um almoço faustoso, mesmo quando só telefonamos a avisar que vamos aparecer meia hora antes. Nós não. Nós, os sub-chefinhos, começamos logo por não preparamos almoços, só jantares. E só preparamos jantares com uma semana de antecedência. Precisamos de uma semana para consultar a internet, toda a biblioteca de livros de cozinha que temos em casa (as nossas mães têm só dois livros, escritos à mão, todos cheios de nódoas), para perceber onde vamos poder comprar óleo de peixe e as ervilhas-bebá, o anis-estrelado e o estragão. Para depois, quando chegado o dia, cometermos o pecado original do sub-chefinho: o empratamento. Onde já se viu um bom anfitrião empratar coisas? O empratamento é o derradeiro gesto para chamar a atenção do comensal que, coitado, está com fome e não quer ser incomodado, para o nosso enorme talento. É de um mau gosto atroz. A minha mãe, que, como todas as mães de Portugal, cozinha maravilhosamente, nunca empratou nada na vida. Aliás, o verdadeiro talento perdido da tradição portuguesa é, como diz e muito bem Quim Barreiros, o enfeitar da travessa. Uma travessa bonita é um elogio ao convidado; um empratamento foleiro (são sempre) é um convite à glorificação do sub-chefinho. Como se não bastasse as pessoas terem que aturar todos os nossos devaneios regionais-gastronómicos (quem não adora a cozinha tailandesa), ainda têm que ser sujeitadas às nossas idiossincrasias estéticas e a esse nacional-socialismo culinário que é o empratamento: vais comer o que eu quero que comas, como eu quero que comas, e na precisa quantidade que eu quiser. Por isso, paremos de empratar cenas, deitemos fora todos os livros de cozinha que não foram escritos por (a) a nossa avó ou (b) a Maria de Lurdes Modesto, e concentremo-nos em tentar fazer os pratos com que crescemos. Não vamos conseguir, porque nos falta uma grande dose de humildade, mas far-nos-à bem tentar. Agora tenho de acabar o texto porque os meus pais vêm jantar cá a casa e, felizmente para eles, a minha mulher (que não é uma sub-chefinha reles como eu) preparou um coelho guisado na panela com arroz de miúdos (absolutamente não-empratável) divinal e ainda tenho de ir comprar vinho.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
O quinteto Bryan Devendorf
Após estes anos todos, Bryan Devendorf continua a ser a razão pela qual se ouve esta banda.
terça-feira, 21 de maio de 2013
Empreendedorismo como deve ser
Tenho por Miguel Gonçalves o mesmo atrito que qualquer pessoa de bem deve ter. Também mantenho uma distância saudável do culto do empreendedorismo selvagem quando este é usado para condenar uma certa classe média que, naturalmente, tem como expectativa de vida um «emprego». Nem todos nascemos para ser empreendedores, e os empreendedores deveriam saber que essa é uma óptima notícia para eles. Por isso, devo dizer que ontem, quando deram voz a um miúdo empreendedor de 16 anos no Prós e Contras, não estava à espera de ser supreendido. Mas fui. O nome do miúdo é Martim Neves. O seu discurso é exactamente o discurso que qualquer empreendedor deve ter: focado nos dados da equação e pouco interessado em moralismos estapafúrdios. Foi comovente vê-lo explicar à Professora Doutora Raquel Varela como se cria emprego, ou a dizer, e bem, a Fátima Campos Ferreira que não tinha achado «saudável» o escárnio da plateia sobre o «empreendedorismo». Que o país - e o Miguel Gonçalves - não estrague o Martim Neves.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
Lotação 136
“Lotação 136”
Sessão de gravação de álbum ao vivo
Teatro Aberto
No dia 25 de Maio, às 22h00, em ponto, os Trêsporcento subirão ao palco da Sala Vermelha do Teatro Aberto, em Lisboa, para um concerto especial, que será registado e editado em disco.
«Lotação 136» foi pensado como um espectáculo de grande comunhão entre o palco e a plateia, como uma homenagem que os Trêsporcento querem fazer ao seu público, convidando-o a fazer parte da gravação de um álbum ao vivo. Será recriado em palco um ambiente único, onde a informalidade da sala de ensaios se cruzará com uma cenografia cuidada e atenta ao mais pequeno pormenor.
A vontade de fazer um registo ao vivo existia há algum tempo. As canções de Trêsporcento (EP, 2009), Hora Extraordinária (2011), e Quadro (2012), ganham uma injecção de energia ao vivo difícil de conseguir em estúdio. O som cresce, a batida acelera, e temas como «Dás a Mão e Não Sentes» ou «Espero» ganham vida própria em palco. «Lotação 136» é sobre essa metamorfose que o público opera sobre as canções dos Trêsporcento e sobre a vontade de a partilhar. A lotação limitada a 136 espectadores e as suas características cénicas fazem da Sala Vermelha do Teatro Aberto o espaço ideal para essa cumplicidade procurada.
Bilhetes e reservas disponíveis no Teatro Aberto (bilheteira@teatroaberto.com; tel: 213 880 089; Praça de Espanha, Lisboa) e na Bilheteira Online (http://www.bilheteiraonline.pt). Um exemplar da edição física do disco será entregue gratuitamente a todos os que marcarem presença no concerto. O disco tem data de edição marcada para o segundo semestre de 2013.
segunda-feira, 18 de março de 2013
segunda-feira, 11 de março de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Cascatas
«É uma das canções de "Quadro" que há mais tempo tem vindo a ser tocada ao vivo pela banda; durante o período de arranque do processo de escrita do álbum, "Cascatas" serviu de mote, quase como manifesto fundador, e surge agora como escolha natural para single de apresentação.»
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Gostar de taxistas
«A primavera e o verão até são estações mais alegres, mas eu estou bem é com o tempo assim».
Amén.
Amén.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Aos dezassete dias do segundo mês do ano da graça de dois mil e treze
Para João César das Neves, a voz feminina na Igreja Católica está de boa saúde porque «as igrejas estão cheias de mulheres e elas não se calam».
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Sobre a privatização da RTP
Odisseia, a nova série da RTP protagonizada por Bruno Nogueira e Gonçalo Waddington, é das melhores coisas que a televisão portuguesa já transmitiu (produções estrangeiras incluídas). Nunca senti o dinheiro dos meus impostos tão bem aplicado.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
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