segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Dêem-me só um minutinho, sff, que eu já cá venho

(...) Mas as relações homossexuais, tal como a promiscuidade, incesto, pedofilia e bestialidade, nunca foram consideradas equivalentes à família, até nas sociedades antigas que as tinham como correntes. (...)

J. César das Neves, in DN

Isto assim é que é bonito

O Pedro Mexia a responder ao Pacheco Pereira, neve em Lisboa, o Vasco Pulido Valente a escrever no blogue da Constança. Soletrar Portugal já começa a saber melhor.

domingo, 29 de janeiro de 2006

Posts do nevão 6

Parou de nevar. A série acaba aqui.

Posts do nevão 5 (a piada sobre a bola)

Já devíamos ter percebido, depois do que ontem se passou ali na zona da segunda circular, que este ia ser um fim-de-semana carregado de acontecimentos absurdos.

Posts do nevão 4

Quero um país assim.

Posts do nevão 3

Amanhã corro para o notário e registo o meu corpo como barómetro homologado: estou com uma gripe em cima há três dias.

Posts do nevão 1

Estranha neve, esta, que foi precedida por um Inverno de sol e dias de primavera.

Posts do nevão 2

É desta que passamos a ser um país civilizado?

Não quero ser alarmista, mas

moro em Lisboa e estou a ver nevar pela janela. Eis que o modelo nórdico de Sócrates começa a dar frutos. Agora só faltam mesmo as loiras de um metro e noventa. Oh engenheiro, não nos faça uma desfeita dessas.

Apressados e analfabetos

(...) Todavia, Joseph Raztinger não é um Papa banal, nem tão-pouco o profeta das trevas que os seus apressados e analfabetos críticos teimam em ver nele. (...)

Qer dizer, isto vai dar molho, vai vai. Então não é que o João Gonçalves me diz que estes tempos são levianos e superficiais, usando isso para justificar Ratzinger? Eu percebo a atitute, aliás, a única que me parece convincente para aceitar (e mesmo aqui só me aprazeria aceitar) a doutrina do Papa alemão, mas esta de maldizer o zeitgeist tem muito que se lhe diga. E, eis o que me parece decisivo, o facto de ser difícil vangloriar Bento XVI sem falar daqueles que a ele não aderem é um sinal de fragilidade das suas propostas. Que não me agradam, confesso. Enfim, está a nevar em Lisboa.

sábado, 28 de janeiro de 2006

Oh yeah*



E eis que me incluo na restrita lista onde figura, entre outros e por exemplo, Tapping Ninja.

*Só que em preto.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Façamos destes versos um hino

Jovem,

a idade do alumínio
passou.

Não feches a tua
marquise.

(por JB)

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

E pá, se isto continua assim vamos os dois lá para fora

1. Não te passo um atestado de incompetência para comentar o que se passa em Portugal. Aliás, faço exactamente o contrário: ao reconhecer a tua condição de observador é que me reservo o direito de invocar um estatuto de ferido em combate, de veterano (apesar da tenra idade) de guerra. Enfim, do gajo a quem pode ter escapado o plano geral mas que andou lá a levar com granadas na tromba.

2. Julgo que há aqui uma confusão quanto ao que me leva à «purga de Abril». Confesso-me guilty as charged, mas alego uma atenuante: não quero apagar a memória de Abril, apenas quero limpá-la de tudo aquilo de que não é digna. Como sabemos, a revolução dos cravos não teve na sua origem nem a ideologia nem os actores que depois dela se apropriaram. Foi um dia bonito, com cravos, discursos e capitães. Pena é os Otelos e os processos em curso.

3. Posto isto, segue daqui um pedido de desculpas aos leitores do MI por andar a monopolizar a atenção do seu autor. Não tenho dúvidas que o Vasco vai rapidamente retomar prosas bem mais interessantes.

4. E, se me é permitido, saio assobiando:

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Esta sim, uma «lição de democracia»

Tempo ainda para fazer referência ao melhor post de derrota vindo das hostes soaristas (Vital, põe os olhos nisto): Bela Derrota, por Luís Gouveia Monteiro.

Notas de ontem

A poeira das eleições vai custar a assentar neste blogue. Para já, notas muito rápidas sobre os restantes protagonistas.

Soares: Apesar da péssima campanha que fez, gostei da sua declaração. É um homem com outro estatuto, e isso notou-se. Soube ser digno quando era essencial que o fosse. Agora, de volta para a prateleira, secção décadas de 70 e 80.
Jerónimo: Enfim, o que dizer? O PCP lá vai sobrevivendo, de «vitória» em «vitória».
Louçã: Está a entrar na fase autista. 5% dos votos, mas o Bloco é ainda uma «força emergente». Até quando? E a partir de quando é que o Bloco começará a ser tratado na imprensa como aquilo que realmente é, a quinta força política?
Garcia Pereira: O seu estatuto de outsider permite-lhe ir dizendo algumas verdades. Como as críticas a Sampaio (foi «muito mau para a instituição») e a desdramatização à esquerda da vitória de Cavaco (o único a fazê-lo.) Nutro uma certa simpatia pelo advogado.

E apenas mais uma nota final: não sei o que é pior, se o facto de Sócrates ter interrompido o discurso do segundo classificado prepositadamente, se o facto de não saber que o segundo classificado estava a discursar. Não se perdoa.

É que qualquer dia já nem do PREC a malta pode dizer mal

Para quem vive há tanto tempo fora de Portugal, admito que seja fácil ter do 25 de Abril a imagem idílica de uma revolução libertadora, origem de uma sociedade pacífica e amorosa. Ora bem, para quem cá ficou já começa a cheirar a esturro o facto de todas as, vá lá, imperfeições que são apontadas à herança da abrilada serem devolvidas à procedência através da invocação da memória do Estado Novo, como se numa revolução só existisse o antes. E para quem cá nasceu depois da dita efeméride, o antes, tenham paciência, mas já lá vai. O crédito político daqueles que combateram o fascismo e foram presos e espancados e tudo e mandados para o tarrafal e esses sítios assim, já está um bocado desbotado e amarelecido. Chega, é altura de virar a página. Mesmo nestas eleições se notou que esse fantasma ainda não morreu de vez. A votação de Alegre, os 20% de Alegre, o segundo lugar de Alegre. Pergunto, o que vale Alegre? Que linhas do seu currículo valem a garantia de ser uma boa hipótese presidenciável? O que nos deu o poeta nestes últimos anos? Nada (ver o texto do Pedro Mexia). Nada? Lá está: o passado de trovador antifascista, de conquistador de Abril, de liberdades, fraternidades e igualdades. A verdade é que a nossa democracia é uma criança. E uma criança desajeitada, que tem de ter explicações a todas as matérias para não chumbar nos exames. A vitória de Cavaco possui, para além de tudo o resto, uma carga simbólica decisiva: pela primeira vez percebemos que se pode começar a eleger pessoas apenas pelos seus méritos reais, deixando para trás passados martirizados de opressões revigorantes. Alegre foi o último. Portugal pode orgulhar-se de ter perdido muitos dos seus preconceitos nesta eleição. Até que enfim.

P.S: Esforcem-se por tentar comentar este post sem alusões a Salazar, Estados Novos, ditaduras e essas coisas. Vá lá, vão ver que não custa nada.

Temos homem

Local de trabalho

Resultados eleitorais cá do atelier: Cavaco, por unanimidade.

Mau gosto para além do mau perder

Isto é um bom exemplo da «tralha» de que falava:

O problema com Cavaco Silva não é só ele ser o primeiro presidente oriundo da direita política, nem o inigma sobre a sua prática presidencial. É ele suceder a quem sucede: 10 anos de um presidente maior do que o País (Mário Soares); 10 anos de um dos presidentes mais cultos e "aristocratas"(no verdadeiro sentido da noção) que já tivemos (Jorge Sampaio). Ter agora um presidente que não ultrapassa os limites de uma cultura economista e tecnocrática é uma enorme sensação de despromoção...

Vital Moreira

domingo, 22 de janeiro de 2006

Kiss Kiss Bang Bang



Bang Bang Kiss Bang Kiss Bang Bang Chop* Kiss. Obra prima.

* Não desvendo, mas quem viu o filme sabe do que estou a falar.

Ler nas estrelinhas

A maioria dos críticos de cinema portugueses não é feliz no trabalho.

sábado, 21 de janeiro de 2006

Entendam como entenderem

Confesso: apesar de não morrer de amores pela União Europeia, pertenço a uma geração que já não vê na palavra pátria grandes complexidades emocionais. É um registo de nascimento, uma ligação de pertença a uma História que não recusamos e da qual nos orgulhamos a espaços, mas que é facilmente arrumada no passado. Pessoalmente tenho uma certo atrito pelos portugueses, o seu mau jeito de viver em sociedade, a falta de civismo, de boa educação, o permanente estado de desconfiança perante o outro. Mas fora isso, gosto muito deste país. Para além disso, e subindo na minha hierarquia de valores, gosto muito de Lisboa, cidade à qual sinto pertencer de corpo e alma. Se num futuro próximo sair de Portugal, o que não é de todo improvável, sei que sentirei mais a falta desta colina que desce voltada a sul para o Tejo do que do país. Lisboa é minha, Portugal é dos portugueses. Isto tudo para chamar a atenção para mais um artigo, lúcido e claro como é hábito, de Manuel Salgado no Expresso. Salgado tem vindo a intensificar, nos últimos meses sobretudo, a exposição pública das suas ideias para Lisboa, e sempre sempre Lisboa. Não são utopias, não são promessas, não são poesias a rimar com Tejo. São a estruturação de uma série de prioridades evidentes e vitais que importa Lisboa reconhecer. Votarei Manuel Salgado nas autárquicas de 2009, e nessa altura votarei de corpo e alma, com a devida sensação de estar a participar na política que me interessa e apaixona. Com isto quero preparar o terreno para o seguinte: as eleições presidenciais quase que me passam ao lado. Como já expliquei, os imperativos geracionais tornam-me pouco entusiasta desta figura saída da constituição de Abril (outro evento meramente histórico na minha memória), que visa ser o representante máximo do Estado. Num sistema como o nosso, e com o enquadramento europeu que vivemos, o Presidente da República pouco mais é do que uma reserva de decência e confiança. Conheci dois na minha curta existência (conheci mais, mas não ficaram na memória): Soares e Sampaio. Não gostei de nenhum, não me identifiquei com nenhum. Mais uma razão para não ter pelo cargo nenhuma estima especial. Aqui chegado digo, tranquilamente, que o passado destes homens que vão aparecer no boletim nada me interessa. Quero lá saber da luta anti-fascista de Soares e Alegre. Quero lá saber dos perfis humanistas. Quero lá saber do seu ódio a Cavaco e ao cavaquismo. Quero lá saber dessa tralha toda socialista que se vem arrastando desde o 25 de Abril e que tem impedido Portugal de se aproximar dos níveis europeus de qualidade de vida. O meu único interesse nesta eleição é que ela consiga, quase por milagre, contribuir para o fim deste Estado filho de uma revolução popular, de subsídios e cunhas, de incompetência e atraso. Quero um país mais europeu, liberal, descomplexado, voltado definitivamente para o futuro. Quero um presidente emocionalmente neutro, que saiba contribuir para a instalação de um clima de modernização da sociedade, apesar de não saber bem o que isso possa ser (coisa que, com alguma boa vontade, consigo ver em Sócrates). Desejo o fim da política emotiva e passadista. E desejo ardentemente o fim do estado rumo ao socialismo. De vez. E por isso o meu boletim só terá um quadrado disponível.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Eu, abaixo assinado

O Tiago Geraldo desafiou-me ali em baixo a escrever a minha declaração de voto. A ver se a consigo deixar aqui amanhã, em pleno dia de reflexão, para ver se me multam ou assim. Era celebridade instantânea. Parece que já estou a ver as manchetes: Blogger apela ao voto em dia de reflexão e vê a Pide desactivar-lhe a conta da Internet. Mário Soares já pediu a intervenção da Comissão Nacional de Eleições. Que maravilha.

«Specially designed glass block»



Veio o último post a propósito da dúvida do Vasco: gostar de paredes de tijolo de vidro é foleiro? Respondo deixando aqui a referência à sede da Hermès no Japão, desenhada pelo mui estimado Renzo Piano. Companheiro, diz-me tu, parece-te foleiro? Um abraço.

Building Site



Não sei se por defeito profissional ou outro motivo qualquer, mas estas imagens deixam-me com uma lagrimazita no canto do olho.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Vasco três horas e meia de sono Barreto

(...) Ou ainda esta conclusão, que quase me diverte: "andas a trabalhar pouco". (...)

Vamos lá a ver se nos entendemos: se andas a trabalhar pouco ou não, isso não sei. Eu só sei que essas merdas que escreves não são escritas enquanto a carne está a estufar, nem durante viagens às Bahamas com gajas de olhos verdes. Há aí trabalho, como me diziam os meus professores, e eu nesse tempo fazia directas, que é para pormos os pontos nos iis. Portanto, ou admites que escreves o que escreves, ou vamos ter chatices. Como me perguntou um dia um saudoso professor (pimba, tomá lá mais um académico), «foste tu que escreveste isso, não foste»?

Sensibilidade e bom senso

Constança Cunha e Sá elogiada de uma ponta à outra da blogosfera. Se há dias em que o auditório do Fórum TSF parece todo oriundo do Seixal, há outros em que os escritores de blogues parecem vir todos da Suécia.

a posteriori

Se amanhã comprar uma casa, esta insónia terá sentido.

Não sei como vou votar

Se com uma caneta esferográfica azul, ou se com uma caneta de gel preto. A dúvida, senhores, a dúvida.

E agora segurem-se, uma revelação bombástica

Há corrupção na Câmara Municipal de Lisboa.

IKEA

O sonho esteticamente intocado de uma sala primorosamente adornada com o sofá da página 56 cai vigorosamente por terra quando vemos um indivíduo com gel na cabeça sentado no objecto de desejo dizendo para a companheira: «gosto deste». A economia de escala é muito bonita, mas ninguém gosta de se sentir parte integrante de uma massa de gente que partilha intimamente um desejo de ambiente doméstico, correndo o risco de concluir que as coincidências podem não parar aí. Não é fácil pertencer à classe média.

sábado, 14 de janeiro de 2006

Put your money where your mouth is

Se tudo correr bem, contribuiremos de facto para a revitalização da Baixa.

É a história de algumas vidas

À atenção da malta do Pulo do Lobo: esta é a melhor declaração de voto (no Aníbal) que li até hoje:

Geração Rasca
por jMAC

«Sei de rapaziada, uns inconscientes com certeza, a quem já podemos chamar de trintões, que pela primeira vez na vida vai votar com toda a convicção. Por uma vez não é o voto de protesto, não é um voto no mal menor. É o voto que foram desejando protagonizar à medida que iam crescendo com O Independente religiosamente às sextas-feiras sobre a mesa do café com o respectivo baldanço à aula de geografia do 10ºano. Entre os primeiros cigarros e as últimas tacadas de snooker viveram um tempos que os marcou. Foram a primeira geração que viveu a democracia plena. Normalizada. Que ainda se lembravam das discussões domésticas sobre a escalada vertiginosa das taxas de juro e a necessária intervenção do FMI, ao tempo do Bloco Central, (a que nunca acharam muita graça pois diminuía os níveis de pancadaria na classe). Lia-se Miguel Esteves Cardoso e achava-se piada às coisas do eixo Manchester-Guincho-Carrazeda de Ansiães. Paulo Portas fazia estragos no governo, tratava do acessório enquanto o essencial era a descida da inflação e o acesso à “Europa”. Vasco Pulido Valente cilindrava a Picareta Falante. Os primeiros rasgos de modernidade, os BMW’s do Fundo Social Europeu, as primeiras mamas na televisão nacional e o fim dos inenarráveis programas culturais da matinèes televisivas. Gente que para quem o suplemento Olá do Semanário era leitura de sanita. E a revista Bravo trazia o último som do mundo desenvolvida - e os respectivos posters. Que daí a pouco tempo descobriria os Smiths e o New Musical Express.
Há uma geração que nunca ficou entusiasmada com o Guterres - a Picareta Falante - não mais que uma emanação de um conspirativo sótão de Algés. Para quem Marques Mendes mais não era (é) que um apagado oportunista sem rasgo e membro do Grupo da Sueca. Gente que se riu às lágrimas pelas lágrimas sulistas-elitistas-e-liberais do Menezes em pleno Coliseu. Gente que ainda se ria com as Noites da Má Língua, (que parva aquela Rita Blanco). Que conheceu a Europa pelo inter-rail e viu a primeira MTV e que um dia até achou que a Catarina Furtado era uma bonita rapariga. Gente que acompanhou José Rodrigues dos Santos nos voos cirúrgicos dos F-16 em Fevereiro de 1991 no início da primeira Guerra do Golfo. E nos dias seguintes nas páginas do Público. Gente que ficou emocionada com o a queda do muro de Berlim e para quem o vai-e-vém lançado da Florida era o futuro hoje. E que até concordou com o Vicente Jorge Silva que os chamou Geração Rasca.
Gente a quem diziam que os propósitos eleitorais e intenções de voto se manifestava dentro de uma parcela populacional mais rural do que urbana, mais rústica que sofisticada. Gente que jamais compraria um automóvel aos Jorges Coelhos, aos Santanas, aos Torres Couto. Gente que ainda hoje não percebe porque é que os supermercados fecham ao Domingo.
Gente, como este que abaixo assina, que vai votar no Aníbal.
E há os outros, claro, os que baixaram as calças numa manifestação anti-PGA.
É a pré-história da democracia. E a história de algumas vidas.»

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Ao que isto chegou

Garcia Pereira já nem o voto desalinhado conquista.

A Academia deve estar doida

Desde o vestido branco de Angelina Jolie na edição de 2004 que não havia uma razão tão boa para fazer a directa: Jon Stewart vai apresentar a próxima edição dos Óscares.

(via Papoila)

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Butterfly effect

Quando o Vasco Barreto tem mais tempo livre, a qualidade da blogosfera (que leio) sobe vertiginosamente. O mesmo é dizer que quando lá na Rockefeller o ritmo baixa, eu fico com menos tempo livre.

TGV

Está tudo dito.

GR

Para assinalar o fim da Grande Reportagem, deixo aqui as minhas respostas ao formulário da última página:

Sempre que posso...
não faço nada.

Desconfio que a minha maior qualidade é...
o espírito crítico.

Tenho a mania de...
ser antipático e arrogante.

O maior erro da minha vida foi...
aquela cruzinha no quadrado que dizia «Arquitectura» no formulário de candidatura ao ensino superior.

Gostava de ser parecido com...
o Brad Pitt.

Pode ser que um dia consiga...
ter uma casa desenhada por mim.

Mandasse eu no mundo e...
seríamos todos estupidamente bonitos.

Devia ter mais cuidado...
com as horas de sono.

Já não há pachorra para...
o Bloco de Esquerda.

Se há coisa que me enfurece...
é não encontrar as chaves de casa.

Detesto quando...
me lembro que vivo em Portugal.

Não consigo mesmo resistir a...
uma certa pessoa.

Fico embaraçado sempre que...
me fazem perguntas.

Comovo-me facilmente...
nem por isso.

Desato a rir quando...
tenho como interlocutor alguém com aquela espantosa capacidade de não conseguir falar a sério por mais de cinco minutos seguidos.

domingo, 8 de janeiro de 2006

Corpse Bride






Há qualquer coisa neste estranho mundo de Tim Burton que nos reconcilia com a nossa pacata existência. Como é que se diz? Ah, sim, cinco estrelas.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Enquanto ele a mamava

Caro João Pedro George,

Parece-me precipitado concluir com base neste excerto que o Tomás foi para a cama com a Lena Lindholm. A única coisa que nos é reveldo é que o Tomás interagiu calorosamente com os «seios» da Lena. Ora, sabendo que os Suecos são muito mais prafrentex do que a gente, não é forçoso que umas lambidelas de mamilo conduzam necessariamente à «cama». Aliás, não é por acaso que o Pedro Mexia trunca dolorosamente a passagem seleccionada, cortando abruptamente a frase «(e)nquanto ele a mamava(...)». Repare nas reticências, note bem: que podemos esperar delas? Sexo? Será essa a única hipótese? Ou será que, sendo Sueca, a Lena não poderá interpretar umas carícias entusiasmadas nas suas «mamas» como algo de natural e rotineiro, que não tem de (e aqui está o meu ponto) conduzir ao sexo? Quem nos garante que o José Rodrigues dos Santos não terá escrito «enquanto ele a mamava, Lena folheava o catálogo do Ikea, versão 2006 com preços ainda mais baixos, pois procurava uma nova mesa de centro para a sala, tendo já marcado com uma dobra no canto superior da folha a página onde figurava o modelo BANKAS, por apenas 69,95, cujo design a agradava de sobremaneira, apenas estando na dúvida quanto à cor apresentada no catálogo, pois ainda na semana passada tinha mudado as cortinas e estava a parecer-lhe que as cores não estavam a jogar.» Quem, João Pedro? Ninguém. Ninguém, portanto pode manter vivo o suspense: terá Tomás ido para a cama com a Lena?

Espectro

Agora vamos a coisas que realmente interessam: Constança Cunha e Sá na blogosfera (e aqui também, acompanhada).

Adenda

Adenda ao post do outro dia:



Recording a Tape the Colour of the Light, Belle Orchestre

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Museu Marítimo de Ílhavo

Falemos então de arquitectura.
Aveiro, pólo universitário. Breve passagem de carro em dia inaugural do ano, com pressa para me mandar para Ílhavo e ir ver qualquer coisa de jeito, acompanhado por uma pessoa de bom senso. Dia meio chuvoso. Muitos edifícios alinhados a tijolo, bem desenhados, todos pejados de tiques e formalismos modernos. Uma excepção: o edifício do Vítor Figueiredo. O único que me deu vontade de voltar em dia útil. (Gostei do edifício da reitoria, do Gonçalo Byrne, apesar de nada ter de especial é bonito.)
Ílhavo, 5 minutos depois. Não se acredita o que é Ílhavo. Localidade periférica de Aveiro, sítio feio que dói. O museu não tem nada a ver com o que aparece nas fotografias. Esqueçam. É ainda mais estranho e belo, mais forte e necessário. Por si só salva a vila (cidade?) inteira. É um edifício ultra-elitista de braço dado com o povo, é um aristocrata na adega. Vale trinta e dois pólos universitários de Aveiro (descontando o edifício do Vítor Figueiredo).
E antes disto tudo uma passagem no Hotel Mélia Ria, projecto do Grupo 3. Sim senhora, aprovado com distinção (ainda que reconheça que aquele doce de ovos moles ali estrategicamente deixado pela gerência tenha resolvido a questão por si só).

Referências

Percebeu que ele era um académico quando recebeu um sms com notas de rodapé.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

2005 (2)

Filmes. Não vi muitos no ano que passou e, para ser sincero, não me lembro nem de metade. Dos que me lembro, apenas três ficarão para a posteridade. Deixo então o pódio:

1. Million Dollar Baby, Clint Eastwood
2. The Life Aquatic with Steve Zissou, Wes Anderson
3. Colisão, Paul Haggis

Formalidades

Olha, o Acidental está igual ao Barnabé.

2006

Começou o primeiro ano do resto da minha vida, proeza que admito não ser a solo.