quarta-feira, 30 de abril de 2008

Entre os 8 e os 12 anos eu quis ser o Slash

Este post do Lourenço Bray (que é um bom post apesar de recorrer ao facilitismo que é dizer que o solo do Sweet Child o'Mine é o «o melhor solo de guitarra eléctrica jamais gravado», não estamos aqui para as evidências) fez-me lembrar que entre os 8 e os 12 anos eu quis ser o Slash, precisamente desde o dia em que o meu primo do Brasil que vivia nessa altura na Covilhã me mostrou o VHS do concerto dos Guns N' Roses em Paris. O mesmo post levou-me a inserir na caixinha de pesquisas do youtube as palavras "axl rose" e levou-me a isto: a extraordinária súmula daquilo que foram os anos 90, com a actuação de uma banda gay*, com um convidado gay e outro homofóbico.




*Parece que o Brian May disse numa entrevista recentemente que só soube que o Freddy Mercury era gay depois dele ter morrido, o que é a todos os títulos mais espantoso do que o solo do Sweet Child o'Mine.

terça-feira, 29 de abril de 2008

O homem do pullover

Eu andava a fazer género e ainda não tinha linkado o Sinusite Crónica. Aproveito a contratação do homem do pullover amarelo para fazer a devida rectificação. Homem do pullover, welcome back.

Pornografia 3



Tenerife, Espanha.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

We Want The Mendes

Sim, We Own The Night também é um Eva Mendes vintage, por isso e por mais dois ou três planos em slow motion.

I am Smith



O filme valeria só pelas cenas de Manhattan desolada e abandonada durante 1000 dias. E é verdade que faz algumas cedências comerciais, sobretudo na importância que dá às criaturas. Mas é sem dúvida um Will Smith vintage (gosto muito do Will Smith), realizado por um absoluto desconhecido, Francis Lawrence. Gostei sobretudo da quase ausência de banda sonora, da cadela (um Óscar para melhor actriz secundária impunha-se) e da carga religiosa (cristã) que é dada à vitória da «luz» sobre a «escuridão» (ainda que venha demasiado embrulhada em Bob Marley). E fiquei a perceber porque é que o Tiago Cavaco escreveu na Atlântico que este foi o melhor filme de 2007.

sábado, 26 de abril de 2008

Por amor de Deus, vencer Sócrates deveria ser uma tarefa relativamente simles

Acabei de ouvir no Rádio Clube (o Rádio Clube anda a brincar comigo nos últimos dias) Correia de Campos dizer que um dos principais desafios do próximo líder do PSD será enfrentar um «bom governo», ilustrando essa caracterização com a proposta do código do trabalho apresentada há dias. Paulo Rangel, que é um pessoa de bem, não hesitou em demonstrar a sua indignação, pois como sabemos este código do trabalho é, trocado por miúdos, um decalque daquele que fora apresentado por Bagão Félix há 6 anos e que o PS tão responsavelmente minou. Correia de Campos contra-argumentou dizendo, numa prova de como o desplante não conhece fronteiras, que o problema do PSD é que não chegou a implementar essa proposta. O «problema do PSD», vejam bem.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Heranças d'Abril

Hoje, enquanto fazia o almoço, ouvia um convidado do Rádio Clube a elaborar uma lista de A a V das coisas «positivas» e «negativas» relativas ao 25 de Abril. Começou pelo «A» e «Aristides», explicando que Abril trouxe «o reconhecimento a este tipo de pessoas». Passou para o «B» e para as «bibliotecas», porque «a direita não tem bibliotecas, não sabe o que isso é». Decidi passar o resto do almoço em silêncio.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Argumento

Digo, uma mulher que vive na rua da minha empregada tentou matar o marido e pegou tétano porque o cabo da faca estava enferrujado. E se isso não serve de argumento para a legalização do assassinato, estou sem calças neste exato momento.

Alexandre Soares Silva

Do definhamento do comércio da Baixa

O «comércio tradicional» da Baixa definha, e com ele definha também o nosso bom senso. A questão é simples: o «comércio tradicional» da Baixa definha porque merece definhar, como ilustra este diálogo entre a minha mulher e o dono da papelaria que fica ao lado da nossa casa, ocorrido hoje às 8:55, enquanto se abriam as portas da loja:

- Bom dia. Tiram fotocópias?
- Sim. Mas a esta hora a máquina ainda está desligada.

Fomos à Fernandes, que não é «tradicional», graças a deus.

Pudor

O pudor e uma certa boa educação têm levado a blogosfera e o país a tratar o blogue de Pedro Santana Lopes de uma maneira, diria, acertada: fazendo de conta que ele não existe. Mas agora que a personagem se prepara para ser outra vez candidato a líder da oposição, convém insistir nesta evidência: quem escreve assim não pode ser primeiro-ministro. Não pode.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

avec les Vampire Weekend



O mundo perfeito seria isto: estar sentado num café parisiense e ser invadido pelos Vampire Weekend. Quem diz Vampire Weekend diz muitas outras coisas, claro.

Esclarecido

O «Tratado de Lisboa» é hoje ratificado na assembleia. De facto, o referendo era dispensável: eu estou hoje muito mais esclarecido devido ao «debate alargado» que se fez na «sociedade portuguesa» sobre o assunto.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Democracia viva

Portuguesas e portugueses

Sobre Manuela Ferreira Leite e 2009. Talvez seja uma questão de pura simpatia pessoal, mas não consigo imaginar o que pode levar alguém a declarar expressamente que prefere ser governado por José Sócrates a ser governado por Manuela Ferreira Leite.

Why would you

Why would you lie about how much coal you have?
Why would you lie about something dumb like that?
Why would you lie about anything at all?

Oxford Comma, Vampire Weekend

Um post com três Oxford Commas

Hat-trick deluxe de Mexia ontem: Barões, A desobediência, e Anglófilos & pacóvios. Três posts, três temas distintos, três tons distintos, três formas distintas: um post corrido, um post aparagrafado, e um post monofrásico. Ou seja, um golo de cabeça, um de fora da área, e um de calcanhar.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Be afraid



A Rititi postou esta imagem do elenco de Beverly Hills 90210 e, para além de me ter provocado uma taquicardia, lembrou-me de um post que ando para escrever há algum tempo e que versa sobre os «anos 90» vs. os «anos 80». O título que a Rititi escolheu para apresentar esta imagem é elucidativo: agora que os «anos 80» nos invadem a privacidade a toda a hora sem pedir licença, convém lembrar que não falta muito para que a geração que viveu as transformações hormonais nos «anos 90» chegue ao poder, ou seja, comece a colocar secretários de estado, programadores de rádio e cronistas de jornais. Sim, isto é uma ameaça, e como indica a imagem em epígrafe a coisa não vai ser bonita.

sábado, 19 de abril de 2008

Morte num funeral



Desde Kiss Kiss Bang Bang que um filme não exigia tanto da minha musculatura abdominal.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Pornografia 2*



Chiba, Japão.

* Começa aqui a haver material para uma série.

Manuela Ferreira Leite

Eu tenho um sonho. Manuela Ferreira Leite no PSD, António Pires de Lima no CDS. Então, a vergonha saía de mim e podem ter a certeza que pegava nas bandeiras.

(Manuela, querida, promete-me uma coisa: se não pegares no PSD, pega-me no Benfica, sff.)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Comic relief



(David Brent apresenta-se na Microsoft, partes 1, 2, 3 e 4)

24 dias

Mas de facto quem tem razão e toda é o Pacheco Pereira: já não há paciência para a importância que se dá ao futebol em Portugal. Lá porque aconteceu uma meia-final da taça - da taça, quer dizer - não se fala de outra coisa na rádio. E os problemas do país? E aquela coisa do telemóvel, não é, quer dizer? E o Aguiar Branco? E a ponte Chelas-Barreiro? E a insolvência da segurança social? E o IVA, mas já ninguém fala do IVA? E o Santana que não quer boleias? E a EDP que não está preocupada com um eventual OPA? E a Zon? E o Meo? E o preço do leite meio-gordo Mimosa no Ponto Fresco? E o Parque Mayer? E os recibos verdes? E a Ana Jorge? E o Ramos Horta que está volta, pá? E o facto de já só faltarem 24 dias para o concerto dos The National? Mas não há ninguém com capacidade para se debruçar sobre as verdadeiras questões que interessam às pessoas?

Falta de comparência nas Antas

Ora eu queria deitar alguma água na fervura e sair em defesa do eloquente Chalana. É inegável que a equipa está a fazer progressos: depois de um empate a zero com o Boavista (equipa constituída por cidadãos sem ordenado), o Benfica soube reagir e arrancou uma derrota por 0-3 na luz frente à Académica, e ontem culminou de melhor forma a recuperação realizando uma brilhante exibição em Alvalade, conseguindo uma derrota pela diferença de apenas 2 golos. Se tivermos em conta que o Sporting é, apesar de tudo, melhor equipa do que a Académica, há razões para acreditarmos num futuro risonho para o Benfica sob o comando de Fernando 'está 2-1 meto o Binya, olha está 2-2 se calhar já não meto o Binya, 2-3 se calhar metia então o Cardozo, 3-3 é desta, meto mesmo o Cardozo' Chalana.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

O Costa

Um dos (um dos) problemas em chamar-me Lourenço é a falta de clareza que o nome carrega sobre se é nome ou apelido. Em determinadas companhias, não haverá dúvida de que é nome; noutras - e sobretudo nas relações profissionais - a dúvida nasce e acaba mesmo frequentemente por pender para o lado do apelido. Nada disto seria grave se não fosse a necessidade que temos, volta e meia, de nos apresentarmos. E quando eu digo que me chamo «Lourenço Cordeiro», isso pode por vezes ser equivalente a alguém que se apresenta como «Alves Ribeiro», ou «Pereira Fonseca», ou «Lopes da Silva», situação que não é, arredondemos, do meu agrado. E ainda há aquelas ocasiões em que a minha mulher se refere a mim perante terceiros como «o Lourenço», correndo o risco de fazer a figura da mulher que trata o marido por «Costa»: «o Costa vai passar por cá a buscar-me, obrigado à mesma pela boleia.» Sinto aqui alguma falta de charme e não lhe vejo solução à vista.

(Não estou a inventar nada: já fui por diversas vezes solicitado, após revelar a minha identificação onomástica, a indicar o meu «nome próprio.»)

O mercado e Olavo Bilac

Parece que os Santos e Pecadores se preparam para oferecer o seu novo álbum na internet, numa iniciativa bonita que revela um espírito auto-crítico raro e salutar.

Sim, é ele



Não é todos os dias que se assiste a uma ressurreição. A estreia de Californication ontem na RTP2 foi isso mesmo. Até o mais incréu dos flagelados pelos X Files não conseguirá resistir à tentação de tocar em David Duchovny e perguntar «És mesmo tu?» É ele, é. E naquilo a que se já se pode apelidar como a mais feliz das decisões de programação televisiva da história da humanidade, Californication passa às segundas mesmo depois de Weeds. E ainda há quem compre TV Cabos e Meos e assim.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O meu fim de semana futebolístico foi totalmente satisfeito (por razões que não importa agora referir) por este golo



Dedicado a este e àqueloutro senhores, que acharam por bem passar a semana passada a mal-dizer o Liverpool, omitindo conscientemente por certo que foi e é em Liverpool que nasceu e vive Steven Gerard, o melhor médio-centro da história do futebol depois de Mário Coluna.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

«Pelo menos na minha óptica»

(...) Esta última mística (a capa está aqui ao lado) também não foi execpção. Na capa, temos Rui Costa em grande, o que me desperta imediatamente o reflexo pavloviano benfiquista de «epá ganda revista! é a nossa revista maravilha! a nossa menina revista!» A minha namorada desenhou-lhe um bigode à hitler e tirou-me do estado hipnótico. Não achei piada. Se fosse eu ou um benfiquista a fazê-lo, tudo bem, mas ela é do sporting. Espetei-lhe uma estalada no focinho, com força. Ela não achou piada, ficámos quites, pelo menos na minha óptica. (...)

E pronto, o blogue do Lourenço Bray já está ali na coluna da direita, situação cujo atraso me faz vergar diante de vós em contrição.

Depois de MEC, VPV

Tive um dia complicado e recuso-me a comprar jornais depois das 18:30, mas percebi que a crónica de hoje do Vasco Pulido Valente é a dizer mal do Menezes. Alguém? Obrigado.

(Estive a pensar nisto durante uns valentes segundos, e não consigo chegar a uma conclusão: MEC ou VPV? Qual deles o melhor? Ai, a vida é tão complicada. E João Pereira Coutinho, será uma espécie de filho bastardo de um cruzamento MEC - VPV? E qual deles o mais bonito? Não sei, não sei. E qual deles fará os 100 metros no menor tempo? Alguém que me resolva estas inquietações porque eu cheguei à conclusão que só tenho espaço para um busto cá em casa.)

E ainda não é a crónica «Intimidades»

(Começa a crónica brilhante, bla bla, e ao quinto parágrafo:)

A primeira verdade é que tudo é muito complicado. A época é de simplicidades - Gosto / Não Gosto. Arte /Comércio. Vende / Não Vende. Alto / Baixo - mas a verdade é complicada. Para simplificar, as pessoas organizam tudo verticalmente, com Arte em cima e o Comércio em baixo, o Poeta acima da Sopeira, o Arquitecto acima do Carpinteiro, o filme acima da caricatura, et caetera.
O pior é que a verdade é horizontal. O que interessa não é o que a pessoa faz, mas o resultado do que faz. Em última análise, o mundo não se divide em «Superior» e «Inferior», nem em «Qualidade» e «Quantidade», nem em «Arte» e «Comércio». Em última análise, divide-se em «Bom» e «Mau». Quero eu dizer que um bom arquitecto é mais parecido com um bom carpinteiro do que com um mau arquitecto.

(imaginem mais 6 parágrafos brilhantes)

Temos, por exemplo, de reconhecer que há coisas boas de que não gostamos. Eu não gosto dos filmes de Manoel de Oliveira depois da Benilde, mas sei ver que são bons filmes. Também não gosto dos filmes de António Macedo, mas sei que não são bons. Porquê? Tanto me apetece ver o novo Oliveira como o novo Macedo. Isto é, nada. Mas no caso de Oliveira, a culpa é minha. No caso de Macedo, a culpa é dele.

(e são mais 12 parágrafos disto, que eu copiei criteriosamente mas que o blogger não mos aceita por, alega, «superar o nível médio de qualidade esperada para este blogue». Mas vão por mim, é muito bom.)

Miguel Esteves Cardoso, «A Aventura da Modernidade», Último Volume, pags. 173-177

When two worlds colide

O Tiago Cavaco foi ao Goucha e eu não sei o que pensar disto. Há aqui uma sobreposição de conceitos contraditórios que está a provocar algo que pode ser descrito como um curto-circuito dentro da minha cabeça. É suposto respeitarmos alguém que vai fazer playback ao Goucha? Não sei, não sei... E depois disto, com que autoridade nos falará do Livro de Jeremias? Não sei, não sei...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Como eu te percebo, Miguel

Uma das vantagens de não se ter lido Miguel Esteves Cardoso então é estar a ler hoje o melhor cronista português pela primeira vez (mais ou menos). Ler pela primeira vez, por exemplo, a crónica «Intimidades» (Último Volume, pags. 161-165) é assistir a uma obra-prima na primeira fila. Ao fim do primeiro parágrafo - ali entre o Marquês de Pombal e Picoas - tive uma conversa comigo mesmo: vou postar esta merda (nós somos assim, postamos em qualquer lado: o melhor instrumento do bloguista é a memória, não acreditem no contrário). Ao fim do segundo parágrafo, a mesma coisa. O terceiro, também. E o quarto, o quinto, o sexto... O texto é um hino, e é sacrilégio truncar hinos. Quando tiver tempo venho cá prestar o respectivo copy paste.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O golo do Sami Hyypiä de ontem foi o melhor golo de cabeça num canto que eu já vi na vida



Isto não é golo do Hyypiä. Isto são os golos do Cruzeiro 6 - 0 Bahia de 1993. 5 deles foram marcados pelo «menino». Porque no futebol a memória é uma coisa bonita.

O fado, o periquita branco e o atum em puré de maçã

O fado é dos géneros musicais - se é um género musical - mais subtilmente codificados. Aparentemente é uma expressão quase bidimensional, sem profundidade, que não demora mais do que dois temas a apreender. Por ser formalmente muito rígido naquilo que é a sua forma «tradicional» - e «tradicional» é uma palavra muito cara no «meio» - o ouvinte cai facilmente na tentação de tomar a parte pelo todo e emite com a rapidez de uma tocha olímpica - desde que não transportada por Pedro Pauleta - o seu juízo muitas vezes final. Como se diz na gíria, gera ódios ou paixões infinitas. Sendo que para quem nunca o chega a compreender seja bastante mais fácil gerar amores se o cidadão morar em Alfama ou for aficionado tauromáquico, o que é ilustrativo dos preconceitos vigentes, pelo menos vigentes, e vamos interpretar isto como meramente ilustrativo, em mim. Que o fado é formalmente rígido é um facto e não vale a pena demorarmo-nos muito tempo aí, até porque a maioria das tentativas que me chegaram ao ouvido de fugir a essa rigidez resultaram em disparate. Então o que pode fazer um pessoa em abstracto - eu, por exemplo, for the sake of argument - «gostar» de um fado? O mesmo que faz alguém gostar de um blues. Ou seja, obrigado, um verso, um verbo, ou às vezes apenas um adjectivo. Se, absolutamente por acaso, há uma identificação momentânea entre o ouvinte e aquele que empresta a sua voz ao sofrimento, então há eficácia, e toda aquela «rigidez» ou «reaccionarismo» musical é colocada no devido lugar numa ordem qualquer das coisas. Eu não gosto de fado, não posso dizer que sim, longe disso (sou um urbano-chique que acha bem gostar de Camané, porque gosto, apesar daquela mania dele em aparecer nos comícios do Bloco). No entanto às vezes acontece que um determinado estado de espírito se vê reconhecido num tema à revelia do seu portador, e nesses casos não sou capaz de impedir uma sensação de conforto. Não sei se estamos perante um guilty pleasure - não me parece que Carlos do Carmo possa ser comparado aos Scissor Sisters - mas há-de ser alguma coisa com um grau de parentesco não muito distante. Seja como for, não vou ler teses de mestrado sobre o tema.

Este texto foi patrocinado pelo bar aberto da Festa do Peixe, que se está a passar a dois quarteirões da minha casa, e pelo meu amigo fadista que me estendeu amigavelmente o convite (obrigado Rodrigo - não esse, dou-me lá com gente de rabo de cavalo, outro, bem mais talentoso). E pelo menu degustação penta do Gemelli, que é fabuloso.

terça-feira, 8 de abril de 2008

A explicação do mundo

«(...) A gente habitua-se a tudo. (...)»

Pedro Mexia

Vampire Weekend

O Gonçalo retribuiu-me o favor: Vampire Weekend na Casa da Música a 30 de Maio. Não sei como vou conseguir colocar a minha mulher no Porto às 20h de uma sexta-feira, mas que vou, vou.

O comando é meu

His first, second and third live stand up shows. His first, second and third live stand up shows. His first, second...

£18.04

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cockfight

O programa é pago por nós e deve ter como propósito a discussão democrática, ou o pluralismo ideológico, ou qualquer uma dessas coisas assim. Os partidos são convidados a participar nesta festa da democracia, e como é óbvio escolhem o lutador que eles julgam que irá representá-los melhor. É mais ou menos como uma luta de galos, mas mais inestético. Para quem viu, como eu (a minha vida às vezes toma rumos inexplicáveis) Marcos Perestrello, Nuno Melo, Ana Drago, uma senhora jovem do PCP que à primeira vista quase que parece gira mas depois vamos a ver e afinal - uf - não é e cujo nome não registei, e Marco António (que está lá para fazer com que os outros não pareçam assim tão maus), percebe que a «violência nas escolas» está longe de ser a coisa que mais nos envergonha neste momento.

E já agora eu gostava de dizer uma ou duas palavras sobre a «violência nas escolas», porque sucede que eu tenho a solução. Acabe-se com «os jovens» e com a palavra «juventude». Não estou a ser sarcástico. Experimentem: de «criança» passe-se para «adulto». «Criança» até aos 15 anos, «adulto» depois dos 16. Descubram a cura para «os jovens», um insecticida ou assim, que possa, através de um mecanismo infecto-contagioso que só ataque «os jovens», limpar da face da terra (pelo menos das cidades com mais de 250 mil habitantes) essa derivação da erva daninha que dá pelo nome de «os jovens» e estaremos safos. A Segurança Social já está bem lixada, mais contribuinte menos contribuinte não fará diferença.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Self-consciousness

Ouvi ontem a entrevista que Carlos Vaz Marques fez a Mayra Andrade. Foi uma entrevista que me pacificou muito. Foi, como se costuma dizer, uma entrevista difícil. Mayra, e esta é a verdade, não tem muito para dizer e apresenta-se com aquela self-consciousness própria de quem vive - e sempre viveu - rodeado de elogios. Imagino que desde criança Mayra tenha sido afogada em piropos constantes, primeiro devido à sua beleza depois, a acrescer a isso, à sua voz. Resultado: uma diva mimada que diz não reter os «elogios» que são escritos. Foi uma entrevista difícil e desinteressante. Eu fiquei pacificado. Deus, afinal, não está a gozar connosco.

Deus a gozar connosco:

terça-feira, 1 de abril de 2008

O Diário de Adrian Mole

Andam a fazer pouco de mim por causa dos The National. Fui, nos últimos dias e provavelmente por culpa própria, reduzido a uma espécie de existência não muito distante daqueles mamíferos (e alguns invertebrados) que compra tendas para as ante-estreias dos Star Trek. Mas a verdade é que todos aqueles a quem apresentei a banda correm aí pelos cantos exteriorizando sintomas tão ou mais graves do que os meus. Já tenho a discografia completa, tens o EP do Libération?, dizem em tom trocista. Ou adormeço todos os dias com o The Geese of Beverly Road e os meus sonhos tornaram-se muito mais prazenteiros. O problema é que nem a personificação exterior destas infelicidades me fez ver a evidente tristeza que é isto tudo e não me impediu de há 10 minutos atrás ter enviado um email sem título cujo conteúdo integral se escrevia com estas letras: «O Macaco não é o Blank State, é o Lit Up». Como o Google arquiva esta merda até ao infinito (embora não até Marte, JPP) um dia mais tarde vou olhar para trás e congratular-me com a minha recuperação.

Para o Pedro Mexia



Layale, a esteticista.