segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A vida breve

2017, um post fabuloso do melhor blogue de 2009 (a seguir ao Pastoral.)

(Oh meu Deus, e o Obrigado Sá Pinto: o Obrigado Sá Pinto é, obviamente, o blogue da década.)

«Franz Ferdinand», Franz Ferdinand (2004)



Alex Kapranos, o motor e combustível dos Franz Ferdinand, disse de Tonight, o terceiro álbum de originais dos escoceses, que «era mais um álbum de música de dança do que de rock». Nota-se, de facto, que Tonight é um passo para o lado, um passo típico a muitas bandas de rock que é o «deixar as guitarras» e agarrar os sintetizadores (os Editors são o mais recente exemplo.) Mas o que Kapranos parece estar a esquecer é que grande parte do fascínio pelos Franz Ferdinand nasce-nos desse irresistível apelo ao bate-pé, ao gingar da anca, ao cabeceamento no vazio. Quando os Franz Ferdinand apareceram traziam o impulso disco dos anos 80 arranhado nas guitarras. Take Me Out era uma canção que denunciava qualquer automobilista solitário: era impossível ouvi-la quieto. Junte-se a isto o teor sexual das letras e é sucesso garantido. Os Franz Ferdinand não vão resistir ao tempo tão bem quanto os Strokes, por exemplo, mas ficarão inscritos na história como um dos maiores representantes daquilo que um dia mais tarde iremos reconhecer como o estilo dos anos 00.

Não se pode ganhar sempre



Não se pode ganhar sempre, senhor Roberto Bolaño. A verdade é que as condições do relvado foram ainda piores do que as do estádio de alvalade: aos preparativos para a mudança e obras em casa juntou-se o facto de 2009 já contar com dois bolaños (pode dizer-se, dois «bolaños»?), o que transformou muitas páginas de 2666 tão «fofas» quanto o batatal do Campo Grande. O tempo não esticou e aos poucos fui abandonando Amalfitano que, numa atitude que não posso dizer que me tenha surpreendido, não sentiu a minha falta. Somos os dois adultos e chegámos serenamente à conclusão que teríamos de ir cada um à sua vida. Dar um tempo, talvez um dia mais tarde, embora sem muita convicção. Mas não fico sozinho. Voltei para um livro que nunca li.

domingo, 29 de novembro de 2009

The 70's

Raúl Meireles, João Vieira Pinto: a barba está definitivamente de volta. Oh yeah.

Is This It, The Strokes (2001)




O álbum já tinha visto a luz do dia noutras partes do mundo, mas nos EUA chegaria às lojas só depois do 11 de Setembro, o que fez com que a edição americana saísse sem «New York City Cops» (New York city cops / they ain't too smart), uma coincidência temporal que terá ajudado a impressão dos Strokes no zeitgeist. Mas a verdade é que Is This It apareceu para confirmar os Strokes como a banda que mais influenciou uma geração - a minha - e nem o hype desmesurado que já traziam na bagagem foi suficiente para criar anti-corpos em relação ao colectivo de Nova Iorque. Vai ser muito difícil alguém fazer um coisa mais adequada ao tempo com duas guitarras, um baixo e uma bateria. Era disto que estávamos à espera, e a prova disso é que, quase 10 anos depois, o álbum não oxidou nem um milímetro.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Apesar de não estar afastada a hipótese de eu estar a alucinar

Estou em jejum desde o pequeno-almoço para uns exames médicos que vou fazer às três da tarde. Vocês têm de compreender que eu gosto muito de comer e que isto está a ser-me muito difícil. Pois bem: acaba de ser depositada na minha mesa a mais recente edição da New Yorker, de 23 de novembro, uma daquelas com lombada e tema. Diz lá em cima no índice: «The Food Issue».

Barra lateral

O Inventor, o blogue do Manuel Fúria.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dispensado

O Diário Económico (dirigido pelo inefável António Costa) deixou, como já se adivinhava, o Pedro Lomba sem resposta.

Contas

Lembram-se das eleições? Lembram-se de como de um lado estava um homem «moderno e galvanizador» e do outro estava «uma contabilista»? Agora aguentem-se.

Jorge Figueira is our man

Não li mais nenhum texto sobre o assunto, mas não tenho dúvidas que esta contribuição de Jorge Figueira para o debate (que não chega a sê-lo) sobre a igreja de S. Francisco Xavier, no Restelo, diz tudo o que há para dizer.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O meu top para os anos 00

(Esta lista é um work in progress. Não se trata da minha opinião sobre os melhores álbuns da década, mas apenas a lista dos meus álbuns da década. Como disse, é um work in progress, pelo que deverei estar a esquecer-me de alguém. Conto também explicar cada uma das entradas, mas não prometo nada: ainda não decidi que puxadores vou pôr nos armários da minha cozinha. Só mais uma coisinha: impus a regra de uma entrada por intérprete. Mas, como é óbvio, cabe aqui a discografia completa dos Strokes e dos Arcade Fire, de longe - os The National são um caso à parte - as bandas dos anos 00. Cá vai então a versão draft, por ordem cronológica:)

Is This It, The Strokes (2001)
Franz Ferdinand, Franz Ferdinand (2004)
Funeral, Arcade Fire (2004)
Illinoise, Sufjan Stevens (2005)
Silent Alarm, Bloc Party (2005)
Based on a True Story, Fat Freddys Drop (2005)
The Flying Club Cup, Beirut (2007)
Boxer, The National (2007)
For Emma, Forever Ago, Bon Iver (2007)
The Reminder, Feist (2007)
Vampire Weekend, Vampire Weekend (2008)
The Rumb Line, Ra Ra Riot (2008)
Noble Beast, Andrew Bird (2009)
Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco, Os Golpes (2009)

Adenda 1:

Phrazes for the Young, Julian Casablancas (Casablancas não pode sair prejudicado por ser o frontman dos Strokes; é um grande álbum, ponto final.)

P.S.1:

O john acha que falta aqui qualquer coisa dos Radiohead. Como comecei a ouvir Radiohead tarde na vida (comecei a fazer muita coisa tarde na vida), é o In Rainbows que anda para aqui em cima da secretária a ver se chega à final ou não. Por enquanto, aparece-me como um álbum pelo qual tenho muita admiração (há 3 temas que são lições para quem quer fazer música) mas que nem sempre me aquece o coração - como acontece com este Harry Patch, por exemplo.

Why Always Boris?

Se eu não estivesse ocupado com catálogos de cozinhas estava a prestar muita atenção a este blogue.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

E 2009 acaba em grande estilo



Se com «Horchata» os Vampire Weekend pareciam estar a acusar um enfraquecimento criativo e a anunciar uma crise nervosa nos fãs, «Cousins» vem repôr os níveis de confiança no quarteto mais beto da música indie mundial (e não é «cousins» um tema super chique?) Absolutamente arrebatador: Casablancas, chega para lá.

(Descoberto, muito a propósito, pela minha prima.)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O sistema

Isto era tão óbvio que até o Carvalhal chegou lá.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Os anos 90!



Apesar da direcção (o termo abrasileirado sempre me pareceu mais adequado) impecável de Soderbergh, do desempenho notável de Matt Damon (todo o casting foi bastante feliz), e do argumento escrito com a subtileza que se exigia (a cadência regular da sequência dos acontecimentos nunca anuncia o «fim da linha» da mentira), The Informant! acaba por se colar à nossa memória devido à fabulosa recriação da época de todos os equívocos estéticos que ficou conhecida como «os anos 90». Deus me livre de um dia abrir a caixa das fotos da adolescência, e Deus vos livre de um dia a minha geração fazer ao mundo aquilo que a geração dos anos 80 está a fazer.

Baixa

Morei na Baixa de Lisboa durante pouco mais de três anos. Foram, sem qualquer sombra de dúvida, os melhores três anos da minha idade adulta. Mas saio com uma profunda mágoa: durante estes três anos, e apesar de cruzar aquelas ruas diariamente, nunca fui abordado pelos retalhistas de substâncias fumáveis da Rua Augusta (que, vá lá saber-se porquê, parecem vir todos do Magrebe). Nem uma única vez. Uma coisa é nunca ter fumado uma ganza na vida - pormenor biográfico com o qual convivo bem -, outra totalmente distinta é ter o aspecto de quem nunca fumou uma ganza na vida. Só por causa disto, saio da Baixa a um passo de me tornar xenófobo.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E nem estou engripado nem nada

Escrevi, em post abaixo, «(...) é a prova como há gajos (...)». Este blogue anda uma merda, e ninguém diz nada.

A resposta é simples

«Pilar del Río, uma extraordinária escritora transgressora e rebelde, que afinal abdicou da carreira para se dedicar ao esposo, pergunta hoje, na Pública, como é possível haver mulheres que continuam a sentir fascinação pela figura do pai. É a figura do impostor, o depositário da autoridade divina e social. A resposta é simples. Há mulheres que tiveram um pai bom, carinhoso e protector, pelo que é natural que sintam fascínio por tal figura.
Por que motivo alguém faz regra da sua má experiência individual e a partir daí pinta o mundo com cores de raiva e azedume? Porque ter-se sido mal amada torna insuportável a boa experiência dos outros. Daí a exaurir teses psicossociais de pacotilha é um passo. Pequeno e mais frequente do que se julga.»

Filipe Nunes Vicente

domingo, 15 de novembro de 2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

The Strokes (1998-2009)



Para quem tem nos Strokes a bóia de salvação para a idade adulta, assistir deste modo tão evidente à destruição das condições materiais e espirituais para a sua continuação em actividade causa a maior das consternações. E isto não é fatalismo, é uma constatação que sobrevive à informação posta a circular de que os Strokes se irão reunir em janeiro para dar início às gravações do quarto álbum. Mas qual quarto álbum, Julian, pergunto-te eu? A verdade é que os sucessores de Is This It (Room on Fire e First Impressions of Earth) são o suficiente para afastar qualquer suspeita sobre a solidez do seu sucesso (a questão do «difícil segundo álbum» foi resolvida à nascença), mas não acrescentaram nenhum ingrediente à receita. Não vem daí mal nenhum ao mundo: a constante «reinvenção» é uma exigência cretina. Os Strokes faziam o que faziam e faziam-no muitíssimo bem. Os álbuns a solo que entretanto foram saindo de Albert Hammond Jr. e Fabrizio Moretti (Little Joy) mostraram que havia mais música nos membros dos Strokes mas que não era material para a banda. Era outra coisa. Phrazes for the Young não partilha dessa distância em relação à nave-mãe: o álbum é exactamente aquilo que esperaríamos dos Strokes caso estes decidissem tentar fazer «outra coisa». A estrutura das canções é mais arrojada e a instrumentação muito mais diversificada. Se os Strokes são a reinvenção dos anos 70, Phrazes for the Young alarga o espectro temporal da revisitação para a década seguinte. Nada disto seria tão assustadoramente ameaçador para a sobrevivência dos Strokes não fosse um pormenor completamente jaw-dropping: Julian Casablancas toca every single instrument do álbum. Tudo, pá, tudo: ele foi ali ao quarto do lado e fez isto! É verdade, é verdade: em entrevista recente, Casablancas confessa que só gravou este álbum porque «não tinha nada que fazer» durante a pausa dos Strokes. Isto é tristíssimo para quem tem uma banda; isto é tristíssimo para mim, é tristíssimo para o Nick Valensi, o Albert Hammond Jr, e para o Fabrizio Moretti. Isto é tristíssimo para a humanidade: é a prova como há gajos que são tão superiores aos outros ao ponto de tornar os outros dispensáveis. Os Strokes, tal como os conhecemos, acabaram. Se é para voltar a estúdio em janeiro, há ali muito trabalho a fazer, muito mesmo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pedro Lomba no Público

O Pedro Lomba passa a assinar uma coluna no Público às terças e quintas. Para já, começa muito bem.

2009

Dois mil e nove ficará para a história como o ano em que eu vivia na Baixa, trabalhava no Campo Pequeno, e não tinha filhos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

E um tema de genérico com orquestra, e assim



É impossível não gostar de mini-séries de época; é impossível não gostar de produções da HBO; é impossível não gostar de bio-pics de presidentes dos EUA (tirando o «W.»); é impossível não gostar de qualquer coisa que envolva o Paul Giamatti; é impossível não gostar de qualquer coisa que envolva a Laura Linney (e aqui será mesmo «qualquer coisa»); até é impossível não gostar de qualquer coisa que envolva o Tom Wilkinson. Ou seja, depois de dois episódios («partes»), não estou nada surpreendido com este «John Adams».

Enke



Guardo duas memórias de Robert Enke: que ele foi um dos melhores guarda-redes que passou pelo Benfica depois de Preud'homme (o único que merece ser mencionado na mesma frase que «Preud'homme»), e a sua rapidez a aprender português, que o Moreira corrobora aqui. Para além disso, parece que era um «bom homem». Foi guarda-redes do Benfica entre 1999-2002, mas era daqueles que esperávamos um dia que voltasse.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aviso

O João fechou a loja no Khiasma e abriu estabelecimento no pARALLAX e no as invasões bárbaras.

Bárbara Reis

O Público tem um novo director. Uma nova directora, Bárbara Reis. Como isto ainda não é a Suécia, é especialmente louvável que estejamos na presença de uma mulher. A tarefa de suceder a José Manuel Fernandes, todos sabemos, é exactamente essa: suceder a José Manuel Fernandes, que, justamente ou não, marcou o Público como oposição ao poder político (sobretudo ao poder socialista). Quem queria essa oposição, já está a fazer de José Manuel Fernandes um mártir; quem é de esquerda, sente-se no último dia mandato de George W. Bush. O primeiro impacto desta nova direcção foi desanimador: vinham para purgar o Público do seu «excesso de carga ideológica» e os editoriais deixariam de ser assinados. Parecia que queriam mudar de opinião mas sem assumir a responsabilidade por ela. A pergunta «Quem é Bárbara Reis» ganhou ainda mais força. Pois bem, Bárbara Reis, sentindo essa inquietação da vox populi (enfim, das 92 pessoas que ainda lêem jornais em Portugal), foi ao Carlos Vaz Marques falar de si. É uma entrevista notável. Bárbara Reis tem um tom de voz que transborda confiança (há quem faça isto com as caligrafias, eu faço com os tons de voz) e uma atitude surpreendente. Percebemos que Bárbara Reis não tem um especial interesse pela política nem pela necessidade de opinião. Só se entusiasma verdadeiramente quando fala do jornalismo que viu nos EUA, do rigor obsessivo pelo fact-checking, pela pura qualidade do trabalho. Fala na Somália e de Nova Iorque de igual modo: só interessa o que daí retirou em termos jornalísticos. Tudo isto dito com uma grande simplicidade e descomprometimento de quem assume que o seu maior desafio é «ser feliz» (tanto pessoal como profissionalmente). Não sabemos se esta equidistância política que Bárbara Reis anuncia é possível e até honesta (Bárbara Reis pode ser um perigoso lobo em pele de cordeiro), mas eu já expliquei que vou lá pelo tom de voz. Bárbara Reis é a nova directora do Público: é mulher, está grávida, e quer «ser feliz». Eu estou convencido. Resta saber se a redação também estará.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Favas

As tascas portuguesas têm vindo a negar ao Luís M. Jorge as favas que ele procura. Por causa disso, o Luís M. Jorge escreveu isto. Espero que as tascas portuguesas continuem no bom caminho.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Deixem as raízes sossegadas

A última edição da revista Sábado - ou seria a penúltima, ou ante-penúltima?, há um sector da minha casa-de-banho que tem um comportamento muito semelhante ao das salas de espera de consultório - trazia uma reportagem sobre um site que a Gwyneth Paltrow criou para ensinar as pessoas a viver como ela. O site, sem surpresa, versa sobre o estilo de vida «saudável», sobre sumos e raízes impronunciáveis, sobre alongamentos e agachamentos de todas as espécies, e até, ao que parece, sobre filmes e livros que a boa Gwyneth recomenda. A jornalista - não me recordo do nome - escrevia uma peça bem humorada, sarcástica q.b., dando continuidade à chacota de que foi alvo Paltrow nos jornais ingleses. Eu também queria fazer chacota de Gwyneth Paltrow, mas não é só o óbvio imperativo estético que me impede: é o facto da newsletter do site contar já com 150 mil assinantes. Perante isto, parece-me que o alvo da troça está errado. Tudo bem que é mais catártico atirar tomates aos «ricos e poderosos», mas aquelas 150 mil almas é que me motivariam o arremesso das peças de fruta (o tomate é um fruto, nunca se esqueçam disto) e das raízes recomendadas no site da actriz. Que haja quem queira viver como uma actriz famosa não surpreende quem vê o Ídolos religiosamente (qual é o problema?, se for preciso levamos isto lá para fora) porque essa pessoa já sabe que o ser humano é um abismo e que a sanidade mental é um bem escasso, mas não deixa de ser objecto de reflexão. Eu estava convencido de que o «glamour» das estrelas nascia devido à nossa inveja - ainda que saudável - perante aquilo que elas têm, e não por aquilo que elas têm de fazer para terem o que têm. É normal que as pessoas queiram ser a Gwyneth Paltrow, mas eu pressuporia que as pessoas quisessem ser a Gwyneth Paltrow devido ao dinheiro que ela tem e às coisas que ela pode fazer por causa desse dinheiro, e não devido aos sacrifícios a que ela tem de se submeter para poder continuar a cobrar o que cobra por filme: fazer exercício físico desenfreado, comer raízes, estar casada com o Chris Martin. Voltando ao Ídolos, eu percebo que as mulheres queiram ser a Cláudia Vieira (e agradeço o esforço), mas perceber que haja quem ache que é por ir 2 horas por dia ao ginásio e deixar de comer carne de vaca e de porco que fica com o aspecto da Cláudia Vieira, deixa-me exasperado. Meus amigos, não é Gwyneth Paltrow quem quer, muito menos Cláudia Vieira: ou se nasce como elas nasceram, ou então a vossa meta é a Floribela. E se é para isso, mais vale deixar as raízes sossegadas.

domingo, 1 de novembro de 2009