sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cockfight

O programa é pago por nós e deve ter como propósito a discussão democrática, ou o pluralismo ideológico, ou qualquer uma dessas coisas assim. Os partidos são convidados a participar nesta festa da democracia, e como é óbvio escolhem o lutador que eles julgam que irá representá-los melhor. É mais ou menos como uma luta de galos, mas mais inestético. Para quem viu, como eu (a minha vida às vezes toma rumos inexplicáveis) Marcos Perestrello, Nuno Melo, Ana Drago, uma senhora jovem do PCP que à primeira vista quase que parece gira mas depois vamos a ver e afinal - uf - não é e cujo nome não registei, e Marco António (que está lá para fazer com que os outros não pareçam assim tão maus), percebe que a «violência nas escolas» está longe de ser a coisa que mais nos envergonha neste momento.

E já agora eu gostava de dizer uma ou duas palavras sobre a «violência nas escolas», porque sucede que eu tenho a solução. Acabe-se com «os jovens» e com a palavra «juventude». Não estou a ser sarcástico. Experimentem: de «criança» passe-se para «adulto». «Criança» até aos 15 anos, «adulto» depois dos 16. Descubram a cura para «os jovens», um insecticida ou assim, que possa, através de um mecanismo infecto-contagioso que só ataque «os jovens», limpar da face da terra (pelo menos das cidades com mais de 250 mil habitantes) essa derivação da erva daninha que dá pelo nome de «os jovens» e estaremos safos. A Segurança Social já está bem lixada, mais contribuinte menos contribuinte não fará diferença.