É muito elogiado o luso vocábulo saudade como uma singular expressão de um sentimento por definir. O elogio decorre da inexistência de semelhante conceito em idiomas estrangeiros que se vêem forçados a recorrer a outras formas para tentar (e julgamos que apenas tentam) dizer o mesmo. I miss you ocorre-me como exemplo. O bom-senso, não, o senso-comum (assim é que é) não hesita em sub-classificar o dito fazes-me falta em relação ao uso da original entrada do dicionário português. Saudade, uma melancolia suave de uma memória agradável que se deseja projectada no futuro. É aqui que descubro o meu argumento: a suavidade da palavra não me serve. A melancolia tem dificuldade em descobrir lugar em mim onde a sensação de ausência exige uma resposta mais decidida.
Fazes-me falta.