sexta-feira, 30 de maio de 2008
Dopping
Deus (e os seres humanos que voluntariamente se submetem à leitura deste blogue) sabe o quanto gosto de Nancy Botwin, mas «a melhor personagem feminina de sempre em séries televisivas»? Não excluindo a hipótese deste resultado ser mais penetrante no sector masculino dos inquiridos, a resposta não é Nancy Botwin: é Jordan McDeere, a fictional character on the United States television series Studio 60 on the Sunset Strip, played by Amanda Peet. Played by Amanda Peet, o que se calhar é considerado dopping neste campeonato.
(E há aqui um fio condutor, sim: Aaron Sorkin, um tipo com muito bom gosto.)
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Aquele sinalzinho mata-me
Cat Power de ombro à mostra a cantar Sinatra no Jools: it doesn't get any better (este post serve como consolo para aqueles que, como eu, não estiveram lá.)
quarta-feira, 28 de maio de 2008
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Toda a gente não
Tenho uma vaga simpatia pelo budismo, como toda a gente (...)
Pedro Mexia
A frase perdoa-se porque lhe percebemos a utilidade no parágrafo, mas eu fico extremamente ofendido com esse «toda a gente». Também sou gente e odeio o budismo. Melhor, não gosto e acho-o perverso. O budismo é o vegetarianismo das religiões (e não é por acaso que acontece com alguma frequência os budistas serem vegetarianos). E uso a palavra «religiões» conscientemente: o budismo é tanto «religião» como o vegetarianismo é «alimentação». Todos lhe louvam a «pureza» e essas merdas, mas depois vai-se a ver e é tudo «substituído» por soja.
Atenção que está aqui um tema que vale a pena.
Pedro Mexia
A frase perdoa-se porque lhe percebemos a utilidade no parágrafo, mas eu fico extremamente ofendido com esse «toda a gente». Também sou gente e odeio o budismo. Melhor, não gosto e acho-o perverso. O budismo é o vegetarianismo das religiões (e não é por acaso que acontece com alguma frequência os budistas serem vegetarianos). E uso a palavra «religiões» conscientemente: o budismo é tanto «religião» como o vegetarianismo é «alimentação». Todos lhe louvam a «pureza» e essas merdas, mas depois vai-se a ver e é tudo «substituído» por soja.
Atenção que está aqui um tema que vale a pena.
domingo, 25 de maio de 2008
Loja do chinês
Parece que o Benfica contratou um médio francês alto, esguio, e de origem argelina. Dito assim parece muito bem.
(Imagem de Zidane, um retrato do século XXI, um filme extraordinário.)
sábado, 24 de maio de 2008
Highly anticipated
Greetings from Amazon.com.
You saved $2.50 with Amazon.com's Pre-order Price Guarantee!
The price of the item(s) decreased after you ordered them, and we gave you the lowest price.
The following title(s) decreased in price:
Skin a Night & The Virginia Ep (2pc) (W/CD)
Price on order date: $20.49
Price charged at shipping: $17.99
Lowest price before release date: $17.99
Quantity: 1
Total Savings: $2.50
-----
A data desta minha pre-order é de 3 de Abril. Não ando a dormir na forma, Ricardo.
You saved $2.50 with Amazon.com's Pre-order Price Guarantee!
The price of the item(s) decreased after you ordered them, and we gave you the lowest price.
The following title(s) decreased in price:
Skin a Night & The Virginia Ep (2pc) (W/CD)
Price on order date: $20.49
Price charged at shipping: $17.99
Lowest price before release date: $17.99
Quantity: 1
Total Savings: $2.50
-----
A data desta minha pre-order é de 3 de Abril. Não ando a dormir na forma, Ricardo.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Nos serviços públicos
«TENTOU ATROPELAR UM POLÍCIA»; «SENHORIO DÁ TIRO EM INQUILINO E PADEIRO»; «DEU-LHE UM BEIJO E FOI VER O BENFICA»: foi sem surpresa que percebi que o senhor que estava à minha frente na fila lia o Correio da Manhã.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Dedução
A despedida de solteiro é o carnaval do excesso que antecede a abstinência (ideia muito século XIX). Em que o excesso é a vida de solteiro e a abstinência a vida de casado. Conclusão: há para aí vidas de solteiro muito mais interessantes do que a minha.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Ai é?
É um gesto simbólico: como forma de protesto pela aprovação do Acordo Ortográfico, o nome do blogue vai ficar assim escrito esta semana. Toma lá que já aprenderam.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Um liberal-conservador
(...) Um liberal-conservador está sempre a vigiar a temperatura das suas convicções. Se o termómetro dispara para cima ou para baixo ele age logo com medidas temperadoras. Como liberal preza a independência pessoal contra todas as formas de sujeição, servilismo e pobreza. Como conservador reconhece que a independência absoluta é um projecto impossível e que há um módico de autoridade e hierarquia que temos de aceitar. Como liberal é individualista e pelo mercado. Como conservador reconhece que os indivíduos vivem melhor em comunidades socialmente coesas e organizadas. Como liberal é optimista. Como conservador é pessimista sobre o seu optimismo. Como liberal aprecia a cultura de massas. Como conservador não diz que é arte qualquer saloiice. Como liberal acredita. Como conservador desconfia. O liberal-conservador não rejeita a existência de contradições. O que tenta é um equilíbrio difícil entre si e os outros.
Pedro Lomba, no DN de hoje
Pedro Lomba, no DN de hoje
The flying architect
Having invited a number of high profile international architects to apply, many pulled out all the stops to win, hiring helicopters to take aerial photographs and producing large-scale models to discuss at interview. By contrast, Renzo Piano turned up with his daughter, apparently unprepared. No models. No drawings. Spending a number of days on site, in discussion with the client's expert groups, Piano rolled up his sleeves and started drawing, quickly establishing the concept of draping the landscape over the academy's essential functions. His approach dramatically changed the opinion of the client who had convinced themselves that their flying architect was the person for the job.
No Pingo Doce, February 2008
No Pingo Doce, February 2008
Errata (uma espécie de)
Estou, obviamente, um pouco mais tranquilo: graças a um email de um leitor, percebi que num post abaixo citei erradamente o nome de um EP dos The National. Só para verem que a minha vida não é só isto.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Mea culpa
O primeiro-ministro acabou uma licenciatura eufemisticamente «duvidosa»; «assinou» projectos no interior do país capazes de envergonhar o mais descarado dos patos-bravos; e fumou num avião. Pois bem, o primeiro-ministro veio agora retratar-se: pediu desculpa por ter fumado.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Dispersos #6
Em ano de eleições, apenas um statement. Às tantas, diz Berninger: «I feel like Colin Powell». Responde-lhe Bryce Dessner: «If you were Colin Powell I would kick your ass», enquanto afinava o si. Até nisto têm classe, os tipos.
Dispersos #5
O ponto alto (e há aqui um esforço para ser original): Wasp Nest. O concerto foi demasiado centrado em Boxer (se há alguma coisa que pode ser demasiado centrada em Boxer), que é o último álbum e - sim - o melhor. Entre este e Alligator fez-se quase todo o concerto, sendo que apenas dois temas exteriores deram à costa: o inevitável About Today (com que fecham a ouro todos os concertos) e Wasp Nest, um tema de Under The Cherry Tree, o EP que antecedeu Alligator e que contém também About Today. Wasp Nest é uma canção simples, quase minimalista, talvez a mais discreta que tocaram. Mas o modo como a trataram em palco foi a mais surpreendente das interpretações, e por isso, cá está, o ponto alto da noite.
Dispersos #4
Um dos segredos (que deixou de ser segredo porque eu vou revelá-lo agora) do sucesso dos The National é a familiaridade da banda. Não falo só das relações familiares de facto entre eles, mas da familiaridade que todos os elementos têm com a música que tocam, deixando a sensação no ar de que não há confrontos nem divergências criativas, e de que todos ouvem as canções da mesma maneira. A prová-lo estão as constantes trocas: da guitarra para o baixo, do piano para a guitarra, os The National são uma banda em constante mutação. Essas mutações nascem com as necessidades de cada canção, e com a confiança que eles depositam uns nos outros para as poderem fazer. Há ali - exceptuando Berninger - uma total ausência de egos, e percebe-se que os irmãos Dessner e Devendorf agradecem aos céus terem encontrado em Berninger a musa inspiradora que suga as atenções em palco, deixando-os livres para fazerem o que têm para fazer.
Dispersos #3
O sexto elemento: Padma Newsome, o homem do violino, o homem do piano, o homem das teclas, o homem da pandeireta, o homem do apito, do homem das luzes, o homem da cabine de som, o homem que carrega os instrumentos, o motorista, o pai, a mãe, a avó, o crítico, o espectador: dá a impressão que faz tudo, e sem ele a festa teria sido outra.
Dispersos #2
Uma surpresa: o baixo. Nos álbuns é sem dúvida o menos relevante dos instrumentos, mas ao vivo torna-se evidente que é o alicerce sobre o qual tudo assenta, com a ajuda da bateria. E nunca é demais repetir que estes dois pares de irmãos são a formação mais perfeita da história da música pop: guitarrista / guitarrista, baixista / baterista.
Dispersos #1
O som: muito fraco até ao Baby We'll Be Fine, como apontou Bonifácio. De onde estava não ouvia o piano (de todo), a bateria estava enrolada e molengona, o baixo tinha espasmos descontrolados, e, pecado último, não distinguia as guitarras (numa simbiose que é perturbadora em dois guitarristas gémeos). Berninger também ajudou à festa ao ter demorado a acordar. Daí para a frente, sobre carris, amigos, sobre carris.
Apesar de tudo
Caro Tiago: recebe daqui toda a minha compaixão. Nenhum homem deveria ser colocado perante essa tentação, e reconheço em ti um exemplo para as gerações futuras. Essa decisão devia ficar lavrada em acta, em jeito de jurisprudência.
Temos de ser uns para os outros
Foi assim (e até se perdoa a gralha: Bryce Dressner é o guitarrista, e Bryan Devendorf o baterista):
Matt Berninger chega à boca do palco em jeito trôpego, canta I won"t fuck us over/ I"m mr. November. Mr November (que é, igualmente, o nome da canção), ali, simboliza um homem que é um has been e mesmo assim promete futuro. Berninger põe o pé na primeira cadeira das doutorais e vai pelo meio do povo saltando cadeira após cadeira.
É uma imagem impressionante do concerto dos National, anteontem na Aula Magna. Procurem no Youtube por The National + Mr November + Lisbon + Aula Magna: ninguém agarra o homem como agarrariam um Bono qualquer. Amparam-no para que não caia, mandam-lhe palmadas nas costas como a um amigo. Vendo do palco para a plateia há uma sensação de "ascensão", a Aula Magna levanta-se em aprovação àquela fusão entre público e cantor. Isto é uma banda supostamente "íntima". Anotem isto: a intimidade é uma granada.
Isto deu-se no fim. Para trás tinha ficado uma espécie de súmula dos últimos dois discos, Alligator (2005) e Boxer (2007) - antes do concerto, Bryce Dressner, baterista, andava zangado porque não tinha conseguido um bom som para a percussão. Brainy, a primeira canção da noite, confirmou os perigos: o som estava ridiculamente mau, os instrumentos separados, as guitarras sem força, a tarola era uma desgraça.
Mas havia mais. A voz de Berninger tinha ficado nos bastidores. Bryan Devendorf (guitarrista) tinha dito: Berninger "bebe sempre muito antes dos concertos" - e era notório que o vocalista não estava ali. Os tropeções continuaram em Secret meeting (que mesmo assim arrancou a primeira manifestação de devoção) e Mistaken for strangers. À quarta canção, Baby, we"ll be fine, o violino entrou (ontem Padma Newsome juntou-se ao quinteto, ocupando-se do violino e das teclas) e o mundo pareceu começar a endireitar-se.
O primeiro momento de irreprimível esplendor chegou com Slow show, que começa assim: "Made a mistake in my life today", e vai parar aqui: "I wanna hurry home to you." Fez sentido o hurry da letra, porque o que apareceu foi uma versão mais intensa, mais rápida, mais urgente que em disco. Com os problemas de som acertados e Berninger a perceber o peso das palavras que tinha para cantar, foi sempre a escavar: Squalor victoria foi um torpedo, em Abel voz e guitarras pareciam querer rasgar um espartilho. A Aula Magna rendeu-se, a batalha estava ganha e, a cada acorde menor, a cada melancólico verso, havia um pequeno Martim Moniz entalado na garganta a preparar a explosão de histeria final.
A histeria foi merecida: houve uma certa coragem naquilo de subir para um palco, pôr os nós dos neurónios sob a forma de palavras e notas musicais, cantá-las e tocá-las frente a milhares de rostos que não se conhecem. E houve um terno masoquismo do público, uma espécie de hombridade em baixar a guarda e deixar palavras e notas atingirem-nos naquele ponto em que o ruído e a melodia são simultaneamente angústia e prazer.
Ada foi sempre a crescer de temperatura, Apartment story já tinha o mercúrio derretido, quando About today - das mais amargas canções de amor dos últimos anos - chegou para encerrar o concerto já não havia termómetro que servisse a Aula Magna. Por um instante foi possível ter 18 anos outra vez, exagerar nas emoções sem super-egos a atrapalhar, amparar-se um trintão bêbado, dar palmadas nas costas a um amigo acabado de conhecer.
Matt Berninger não é um has been. Canta o que já foi (e foi mau) e ainda pode voltar a ser (e ser pior e ter de se aguentar). Aquela catarse colectiva é fácil de perceber: aquilo foi uma IURD dos angustiados. Mas esteticamente imaculada.
João Bonifácio, no Público de hoje
P.S: Espero a apreciação crítica deste senhor.
Matt Berninger chega à boca do palco em jeito trôpego, canta I won"t fuck us over/ I"m mr. November. Mr November (que é, igualmente, o nome da canção), ali, simboliza um homem que é um has been e mesmo assim promete futuro. Berninger põe o pé na primeira cadeira das doutorais e vai pelo meio do povo saltando cadeira após cadeira.
É uma imagem impressionante do concerto dos National, anteontem na Aula Magna. Procurem no Youtube por The National + Mr November + Lisbon + Aula Magna: ninguém agarra o homem como agarrariam um Bono qualquer. Amparam-no para que não caia, mandam-lhe palmadas nas costas como a um amigo. Vendo do palco para a plateia há uma sensação de "ascensão", a Aula Magna levanta-se em aprovação àquela fusão entre público e cantor. Isto é uma banda supostamente "íntima". Anotem isto: a intimidade é uma granada.
Isto deu-se no fim. Para trás tinha ficado uma espécie de súmula dos últimos dois discos, Alligator (2005) e Boxer (2007) - antes do concerto, Bryce Dressner, baterista, andava zangado porque não tinha conseguido um bom som para a percussão. Brainy, a primeira canção da noite, confirmou os perigos: o som estava ridiculamente mau, os instrumentos separados, as guitarras sem força, a tarola era uma desgraça.
Mas havia mais. A voz de Berninger tinha ficado nos bastidores. Bryan Devendorf (guitarrista) tinha dito: Berninger "bebe sempre muito antes dos concertos" - e era notório que o vocalista não estava ali. Os tropeções continuaram em Secret meeting (que mesmo assim arrancou a primeira manifestação de devoção) e Mistaken for strangers. À quarta canção, Baby, we"ll be fine, o violino entrou (ontem Padma Newsome juntou-se ao quinteto, ocupando-se do violino e das teclas) e o mundo pareceu começar a endireitar-se.
O primeiro momento de irreprimível esplendor chegou com Slow show, que começa assim: "Made a mistake in my life today", e vai parar aqui: "I wanna hurry home to you." Fez sentido o hurry da letra, porque o que apareceu foi uma versão mais intensa, mais rápida, mais urgente que em disco. Com os problemas de som acertados e Berninger a perceber o peso das palavras que tinha para cantar, foi sempre a escavar: Squalor victoria foi um torpedo, em Abel voz e guitarras pareciam querer rasgar um espartilho. A Aula Magna rendeu-se, a batalha estava ganha e, a cada acorde menor, a cada melancólico verso, havia um pequeno Martim Moniz entalado na garganta a preparar a explosão de histeria final.
A histeria foi merecida: houve uma certa coragem naquilo de subir para um palco, pôr os nós dos neurónios sob a forma de palavras e notas musicais, cantá-las e tocá-las frente a milhares de rostos que não se conhecem. E houve um terno masoquismo do público, uma espécie de hombridade em baixar a guarda e deixar palavras e notas atingirem-nos naquele ponto em que o ruído e a melodia são simultaneamente angústia e prazer.
Ada foi sempre a crescer de temperatura, Apartment story já tinha o mercúrio derretido, quando About today - das mais amargas canções de amor dos últimos anos - chegou para encerrar o concerto já não havia termómetro que servisse a Aula Magna. Por um instante foi possível ter 18 anos outra vez, exagerar nas emoções sem super-egos a atrapalhar, amparar-se um trintão bêbado, dar palmadas nas costas a um amigo acabado de conhecer.
Matt Berninger não é um has been. Canta o que já foi (e foi mau) e ainda pode voltar a ser (e ser pior e ter de se aguentar). Aquela catarse colectiva é fácil de perceber: aquilo foi uma IURD dos angustiados. Mas esteticamente imaculada.
João Bonifácio, no Público de hoje
P.S: Espero a apreciação crítica deste senhor.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
The man in black
Não apareço no vídeo e isto vai perseguir-me o resto da vida. O senhor de verde é um nubente honradíssimo de quem sou best man; o tipo agachado ao lado desse é o surfista que julgou que não iria estar presente; o cabr, o senhor de preto é um percussionista de excepção que me propôs o respectivo lugar antes do início do concerto por 20 euros. Por 20 euros ter-me-ia abraçado a Berninger, e se isto não é um teste de ferro à minha heterossexualidade então não sei o que seria.
Hei-de escrever a minha review, deixem-me só organizar aqui as notas mentais. Mas devo dizer que o concerto teve 3 canções a menos: Lit Up, All The Wine e The Geese of Beverly Road.
(Aqui o Frei Bernardo em baixo, como decerto saberão, foi o que Berninger bebeu durante o espectáculo e que gentilmente cedeu ao público ainda ia a garrafa a meio, segundo fontes fidedignas. Segundo o mesmo cabr, a mesma fonte fidedigna, o vinho é bom.)
Hei-de escrever a minha review, deixem-me só organizar aqui as notas mentais. Mas devo dizer que o concerto teve 3 canções a menos: Lit Up, All The Wine e The Geese of Beverly Road.
(Aqui o Frei Bernardo em baixo, como decerto saberão, foi o que Berninger bebeu durante o espectáculo e que gentilmente cedeu ao público ainda ia a garrafa a meio, segundo fontes fidedignas. Segundo o mesmo cabr, a mesma fonte fidedigna, o vinho é bom.)
11.05.2008
Foi bom para ti também?
(Aqui o Nuno Melo estava junto ao corredor, imediatamente ao lado de uns senhores que ficaram abraçados ao Berninger durante Mr. November - raios, devia ter distribuído aqueles bilhetes de outro modo. Voltarei ao tema, claro.)
(Aqui o Nuno Melo estava junto ao corredor, imediatamente ao lado de uns senhores que ficaram abraçados ao Berninger durante Mr. November - raios, devia ter distribuído aqueles bilhetes de outro modo. Voltarei ao tema, claro.)
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Estou apenas a citar
Levam uma quase obra-prima ("Alligator") e uma obra-prima ("Boxer") e que lhes corra muito mal a vida, que tanta devoção que lhes prestam precisa pelo menos de mais um grande disco. No Domingo do Senhor, na Aula Magna, serão muitos a rezar cada uma das palavras de Berninger, a celebrar cada explosão das guitarras, a tropeçar em cada nota delicada do piano. Que voltem muitas vezes, estivemos muitos anos à espera de quem nos cantasse assim.
João Bonifácio, Ípsilon de hoje
(Antes, Bonifácio já tinha escrito: «Mas se "Boxer", com os seus pianos, as suas cordas macias, os seus metais de veludo, é o disco de quem está em casa a ver o cotão debaixo do tapete sabendo que tem de se levantar e limpá-lo, dois anos antes "Alligator" era o disco de quem arrasava apartamentos em festa constante», o que é totalmente provado pelo meu circulo de amigos devotos: os solteiros preferem o Alligator, os casados o Boxer. Tal e qual.)
João Bonifácio, Ípsilon de hoje
(Antes, Bonifácio já tinha escrito: «Mas se "Boxer", com os seus pianos, as suas cordas macias, os seus metais de veludo, é o disco de quem está em casa a ver o cotão debaixo do tapete sabendo que tem de se levantar e limpá-lo, dois anos antes "Alligator" era o disco de quem arrasava apartamentos em festa constante», o que é totalmente provado pelo meu circulo de amigos devotos: os solteiros preferem o Alligator, os casados o Boxer. Tal e qual.)
Relatively unremarkable appearance
In New York, while Piano cannot point to a specific I-word moment [«impossible»], in almost every aspect the client's support for unconventional ideas enabled him to produce a building that, despite its relatively unremarkable appearance (as expressed by those who wanted Gehry's flamboyance) is like no other high-rise on the island.
Rob Gregory, na sua crítica ao edifício do New York Times, de Renzo Piano, na Architectural Review. Uma crítica ao edifício do New York Times, de Renzo Piano, na Architectural Review: se isto não é a felicidade então não sei o que é.
Estou tão, tão, tão, tão feliz
Acabei de me cruzar na rua com a Exma. Dra. Manuela Ferreira Leite, e ela é muito mais bonita ao vivo.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Stendhal syndrome
I've seen them yesterday for the first time and I'm still enchanted. Stendhal syndrome.
(Comentário de KeitMi a isto.)
(Comentário de KeitMi a isto.)
Secção de sopros
Duas notícias importantes para domingo: a secção de sopros estará presente e a fila D contará com a presença completa dos amadores. Levar-se-ão blocos de notas e quantidades certamente ilegais de entusiasmo tardo-juvenil. Eles dizem que às vezes se sentem como os Beatles, o que faz de nós orgulhosas pennys lanes.
Bob Geldof e o BES
Apreciei muito este episódio Bob Geldof. O Expresso e o BES acharam por bem trazer o homem a Portugal, patrocinar o almoço, e convidar uns quantos ilustres para emprestar dignidade à coisa. Pelos vistos não esperaram que Geldof fosse Geldof: esperavam, talvez, duas ou três banalidades sobre o «terceiro mundo», a «fome», e com alguma sorte o «aquecimento global». Ora Geldof só existe pelo espalhafato - uma espécie de Santana com melhor aspecto - e nunca perde uma oportunidade de chegar às manchetes. Desta fez fê-lo à custa da relação entre Portugal e Angola, acusando Angola de ser «gerida por criminosos», o que levou o embaixador angolano (que Geldof sabia estar presente) a abandonar a sala. O mais triste nisto tudo é que ninguém pode questionar a verdade daquilo que Geldof disse (nem eu, que abomino a figura), o que deixou o BES em muitos maus lençóis (em Angola parece que há negócios por fazer). Provavelmente ainda extremamente indignado pelo cachet que Bob cobrou, o BES demarcou-se em comunicado das «injuriosas» afirmações do - até ontem - respeitável conferencista, provando que até ontem ninguém do BES tinha dedicado um segundo que fosse a apreciar a carreira activista de Bob Geldof. Porque se o tivessem feito nunca o teriam convidado a abrir a boca com o patrocínio do seu logotipo. Ao fazê-lo o BES esperava vir a colher os frutos de uma acção bem sucedida de «politicamente correcto». Saiu-lhe o tiro pela culatra. Eu apreciei muito o episódio, e acho que estão todos bons uns para os outros.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Boris e as torres
Almoço com amigos que partilham o ofício mas que o fazem em Londres, e eles mostram-me o seu descontentamento com a eleição de Boris. Dizem que com Boris acaba a construção em altura, e «nós lá no atelier temos muitos projectos para torres em andamento». Não me lembro de isso ter sido um assunto durante a campanha, mas ainda assim mostro a minha estranheza sobre esta insegurança: mas não há regulamentos em Londres? Um papel onde esteja escrito o que se pode e não se pode construir na capital da velha Albion? «Não», explicam-me, «basicamente podes propor o que quiseres para qualquer sítio da cidade, ficando ao critério do município aprovar ou não». Desconfio que isto será uma simplificação abusiva do processo, mas ainda assim acredito que seja verdade. E acredito que lá possa funcionar. Divirto-me ao imaginar um sistema semelhante em Lisboa, e divirto-me ainda mais ao imaginar um cenário de emigração massiva das gentes de Tomar para Londres.
Cassiano Branco
Uma amiga regressa a Portugal e procura casa em Lisboa. Pede-me que a acompanhe a uma agência. Uma vez lá, diz ao que vai. Entre a Estrela e Entrecampos, está aberta a sugestões. Prefere construção dos anos 1950, não menos de 90 metros quadrados, não mais de 120, dispensa garagem, se possível duas casas de banho, ou espaço para construir a segunda. A brincar, vai dizendo que «Se puder ser num prédio do Cassiano Branco, tanto melhor», e o rapaz que nos atende, fato antracite Armani, gravata fúcsia de seda e a cabeça armada em gel, olhos no monitor, «Desse empreitreiro não temos nada». (...)
Eduardo Pitta
Eduardo Pitta
O'Sullivan vs Carter
Yo, que no me considero koolhaasiano
Koolhaas revolucionó en muchos campos la arquitectura pero ha evolucionado hacia la generación un pensamiento negativista y cínico que hoy debemos rechazar y superar. Se opina que intentando matar a Koolhaas se trata de aniquilar al padre, pero yo, que no me considero koolhaasiano, creo que su pensamiento cínico termina haciendo mucho daño a la arquitectura. La generación de herederos de Koolhaas -que nosotros denominamos 'generación Rem 2.0'- como Alejandro Zaera, MRVDV o UN Studio, y la generación inmediatamente posterior y que adopta esos conceptos y postura koolhaasianas abocan a un momento terminal, por su total ausencia de compromiso ético, su irresponsable banalidad teórica y su tendencia estética feísta. Las alternativas de Koolhaas, como la figura del arquitecto estrella e ideólogo-gurú, marcan más el agotamiento de una era más que el auténtico comienzo de otra.
Fredy Massad
Fredy Massad
domingo, 4 de maio de 2008
Coisas que me irritam
Estou com um cabelinho à Nuno Melo e a minha mulher está a fazer pouco de mim porque eu não conhecia a palavra preclusão.
sábado, 3 de maio de 2008
Rita Redshoes
Estou preparado para anunciar que Golden Era, o álbum de estreia de Rita Redshoes (uma rapariga conservadora que teria certamente votado em Boris Johnson acaso vivesse em Londres), é muito bom. Só é pena o idioma, mas percebo que com um apelido como Redshoes ficamos obrigados a cantar na língua do Boris Johnson. Boris Johnson que, não sei se repararam, é o novo mayor de Londres.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Boris?
Estamos todos à espera da confirmação, mas parece que Boris Johnson será mesmo o próximo mayor de Londres. Isto num ano em que a final da liga dos campeões será jogada entre duas equipas inglesas. Entretanto, parece que ontem houve manifestações em Paris por causa dos «direitos» e assim.
Alguém me quer explicar onde se compra a Ler?
Vou daqui a nada ali ao quiosque da esquina comprar o Público para lá ler o Tiago Cavaco. O quiosque ali na esquina é dos bons quiosques de Lisboa, daqueles que têm muitas revistas penduradas sem que nenhuma tenha maminhas ao léu. Se o gajo não tiver a Ler dou por encerrada a minha relação com a revista, não tentem demover-me.
Entretanto - e para não me dar ao trabalho de ter de fazer outro post - o Pedro Lomba não gosta da Manuela Ferreira Leite e o maradona não gosta - eufemisticamente - do Pedro Passos Coelho. O maradona ainda suporta esta animosidade com argumentos sólidos: a entourage de Passos Coelho bloqueou-lhe o Chelsea - Liverpool, já o Lomba, enfim, não percebi onde quer chegar (ou seja, não percebi quem vai apoiar, embora me pareça que não seja o Patinha Antão). O Patinha Antão, perdão, o Prof. Doutor Patinha Antão, diga-se em abono de Pedro Santana Lopes, ainda escreve pior do que Pedro Santana Lopes (ainda que o sintoma principal seja o mesmo, a pontuação), o que constituiu uma surpresa para o próprio Pedro Santana Lopes. O que me leva a concluir que talvez este critério não seja o melhor para avaliar os candidatos, porque se fôssemos eleger um líder do PSD com base nas suas qualidades literárias teríamos, indubitavelmente, Vasco Graça Moura como candidato a primeiro ministro, o que não me parece ideal.
Só mesmo para me ir embora: Pedro Passos Coelho (que, e isto tem de se dizer, tem nome de personagem de romance português) perdeu a credibilidade que ostentava para a minha pessoa quando, numa entrevista ao canal 2 há dias, comentou a insinuação de Alberta Marques Fernandes de que ele seria «o Obama português» sem se rir.
Entretanto - e para não me dar ao trabalho de ter de fazer outro post - o Pedro Lomba não gosta da Manuela Ferreira Leite e o maradona não gosta - eufemisticamente - do Pedro Passos Coelho. O maradona ainda suporta esta animosidade com argumentos sólidos: a entourage de Passos Coelho bloqueou-lhe o Chelsea - Liverpool, já o Lomba, enfim, não percebi onde quer chegar (ou seja, não percebi quem vai apoiar, embora me pareça que não seja o Patinha Antão). O Patinha Antão, perdão, o Prof. Doutor Patinha Antão, diga-se em abono de Pedro Santana Lopes, ainda escreve pior do que Pedro Santana Lopes (ainda que o sintoma principal seja o mesmo, a pontuação), o que constituiu uma surpresa para o próprio Pedro Santana Lopes. O que me leva a concluir que talvez este critério não seja o melhor para avaliar os candidatos, porque se fôssemos eleger um líder do PSD com base nas suas qualidades literárias teríamos, indubitavelmente, Vasco Graça Moura como candidato a primeiro ministro, o que não me parece ideal.
Só mesmo para me ir embora: Pedro Passos Coelho (que, e isto tem de se dizer, tem nome de personagem de romance português) perdeu a credibilidade que ostentava para a minha pessoa quando, numa entrevista ao canal 2 há dias, comentou a insinuação de Alberta Marques Fernandes de que ele seria «o Obama português» sem se rir.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Pelo menos
- Não quero ter filhos já, mas tenho de começar a pensar nisso. Não quero ser mãe aos 50. Mas também não quero ter um filho só por ter: quero ter uma família feliz, ou pelo menos aparentemente feliz.
Subscrever:
Mensagens (Atom)