sexta-feira, 24 de julho de 2009

Não perceberam nada

Não perceberam nada. Claro que o conteúdo será «ofensivo». Não é isso que está em questão. O que está em questão é saber se toleramos ou não que «conteúdos ofensivos» sejam objecto de pretexto para acções violentas. Quem se sente ofendido com «conteúdos ofensivos» recorre aos tribunais, não alerta para «represálias» nem «consequências imprevisíveis», que não são mais do que ameaças veladas. Se queremos que a comunidade muçulmana viva pacificamente em países não islâmicos (e queremos) este tipo de concessão tem de acabar. E era bom que os «líderes» da comunidade muçulmana percebessem que o carácter de excepção que reclamam para si próprios (tolerando este tipo de «eventuais consequências» marginais à lei) só contribui para os atritos que condenam e lamentam. A religião como elemento definidor do comportamento do espaço público morreu. Isto tanto serve para os cristãos, os judeus, os ateus ou os muçulmanos. «E quem não aprende com a História, torna-se vítima dela.»

Estes gajos são os maiores de todo o sempre



(Via twitter do vicente79)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Melhores

João Pereira Coutinho entrevista Vasco Pulido Valente para a última edição da GQ. Informo a minha mulher que vou comprar a GQ por causa da entrevista, só por causa da entrevista e nada mais. Chego à banca e reparo que a entrevista de João Pereira Coutinho a Vasco Pulido Valente ocupa três páginas, apenas três páginas. Saio derrotado. Volto para casa de mãos a abanar. Três páginas não chegam, ó senhores da GQ, para que um homem chegue a casa com a honra intacta: precisamos de melhores pretextos.

Um agradecimento e um elogio

Ao sentido de independência e loucura da Radar. Quando, volta não volta, o «mercado» ainda vai impondo o tema das «quotas» para a música portuguesa nas rádios, não deixa de ser um acto de generosidade dar tempo de antena a uma banda de quem não se conhece praticamente nada e que não tem filiações no «meio». Tudo o que temos feito é radicalmente amador (no bom - e provavelmente também no mau - sentido do termo); tudo é «independente» (ou seja, sai-nos do bolso, é o que é.) Por isso, segue daqui um abraço ao Pedro Ramos, ao Tiago Castro e ao Pedro Moreira Dias por estarem a ajudar - e de que maneira - a dar sentido àquelas horas todas passadas em salas de ensaio de higiene duvidosa e ares condicionados estragados e àqueles euros retirados cruelmente às economias do agregado familiar, sem retorno à vista. É um enorme incentivo. Obrigado.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tinha aqui isto preso no peito

O uso das vírgulas na tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra de A Morte de Ivan Ilitch é absolutamente admirável.

De repente, a minha adolescência numa frase

I have (very briefly) joined a Conga Line.

I Supposedly Fun Thing I'll Never Do Again, David Foster Wallace, que eu tenho numa edição feiíssima da Abacus.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

2666

Não percebo o frenesim antecipado que se levantou sobre a publicação da tradução de 2666, de Roberto Bolaño, a acontecer em Setembro. É que a experiência manda-me ter cautela: da última vez que se puseram a traduzir Bolaño, em Detectives Selvagens (enfim, ainda está lá em casa o Estrela Distante para ser avaliado), as personagens bebiam «escoses duplos» e passavam os dias nas instalações de «editoriais». Portanto, estou como Tomé: nesta fase, não ponho as mãos no fogo nem pela correcta tradução do título.

Condescendência

A Chiado Editora podia ter simplesmente dito que não iria publicar A Última Madrugada do Islão porque «não lhe apetecia». Ou porque não lá ninguém gosta de ser «assassinado». Em vez disso, puxou de pareceres ao xeique e falou em «responsabilidade». Isto é condescendência. Ao temer «ferir» as susceptibilidades de uma cultura particularmente propensa a ver a sua susceptibilidade ferida, a Chiado Editora deu mais um contributo para a infantilização do Islão. Não passa pela cabeça de ninguém fazer algo de semelhante com um livro que afronte o cristianismo; seria absurdo consultar o Cardeal Patriarca ou um «professor universitário» da Católica antes de se publicar seja o que for. A ideia central aqui é a de que o «cristianismo» é suficientemente maduro para aceitar as regras da liberdade de expressão, enquanto que o «islão» ainda não o é. Tratamos os muçulmanos com pinças, com medo de ofender. Enquanto isto durar, os muçulmanos radicais continuarão a sentir-se no direito de impor as suas regras onde quer que estejam e a ver as suas posições validadas. Este tipo de atitude reforça - em vez de atenuar - a hostilização do mundo islâmico. Que, não esqueçamos, tem total liberdade de expressão na Europa, que é exactamente o oposto do que acontece com o cristianismo (ou qualquer outra confissão religiosa) nos países islâmicos.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O segundo avião (uma adúltera em Bagdade)



Agora que A Crise substituiu O Terrorismo como a grande paranóia mundial - apesar de já estar a ser ameaçada pela Gripe, numa sucessão de movimentos que se pode definir como uma pandemia de paranóias - a leitura dos ensaios que Martin Amis escreveu sobre o «11 de Setembro», e que estão reunidos em The Second Plane, tem o mérito de nos fazer esquecer da Crise (ou da Gripe, escolha a sua) e mergulhar no mundo da ameaça islamita. A primeira conclusão é a de as paranóias são exclusivistas, no sentido em que não admitem a partilha do espaço público: o mundo que Amis vai interpretando ao longo das páginas de The Second Plane já parece surpreendentemente distante, e o facto de não ter havido nenhum acontecimento no campo do Terrorismo que justifique a sua saída de cena dos holofotes do pânico mundial (bem pelo contrário) leva-nos a concluir que esse mérito é devido à entrada em cena de outro protagonista, A Crise (ou A Gripe, escolha a sua).

Os ensaios de Amis não foram simpáticos para Amis. Entre 2001 e 2007, cada vez que a prosa de Amis sobre o «11 de Setembro» saía à rua para apanhar ar era apedrejada tal qual uma adúltera em Bagdade. Já está suficientemente documentado o facto de o 11 de Setembro ter feito muitos estragos à esquerda (à esquerda sobretudo anglo-saxónica, porque à esquerda portuguesa, por exemplo, serviu como tonificante) e Amis terá sofrido um sobressalto ideológico semelhante àquele que sofreu Cristopher Hitchens ao perceber que a sua posição no mundo pós-11 de Setembro era cada vez mais isolada (ou mal acompanhada). E que posição é essa? Depois do 11 de Setembro, o Ocidente perguntou-se: «o que fizémos nós para merecer isto?» A resposta de Amis é simples: nada. Nós (o «Ocidente») não fizemos absolutamente nada que justificasse o ataque terrorista de Nova Iorque. Reconhecer este dado é libertar o raciocínio do politicamente correcto que tem embrulhado a consciência ocidental nos últimos anos, que anda relativamente confusa (ver «Mário Soares»). Uma das razões pela qual a consciência ocidental tem andado confusa é o facto de haver dados traiçoeiros na equação, como por exemplo George W. Bush. George W. Bush foi o «atacado» no 11 de Setembro, e o facto de Bush ser vítima seja do que fôr predispõe o observador a olhar para o agressor com olhos compassivos (e os primeiros a fazê-lo foram os europeus). O próprio Martin Amis, depois de comparar o sentido religioso de Bush com o sentido religioso de Saddam (Saddam sai a ganhar - é menos religioso), comenta a chamada «texanização» da Casa Branca deste modo:

«And doesn’t Texas sometimes seems to resemble a country like Saudi Arabia, with its great heat, its oil wealth, its brimming houses of worship, and its weekly executions?»

A frase está em The Wrong War (título auto-explicativo), ensaio que poderia perfeitamente servir de isco a Mário Soares para que este lesse o resto do textos, e onde Amis coloca em evidência a tragédia que foi a infeliz coincidência de se ter George W. Bush na Casa Branca em Setembro de 2001. Coincidência? Sim. Como já foi dito, a clientela que procura «multiculturalismo» e «equivalências morais» na relação Ocidente - Islamitas (quero usar «islamismo» como tradução de «islamism», mas não sei se será inteiramente correcto) vem bater à porta errada. Amis é o homem da guerra contra o cliché e o cliché manda «compreender» e «dialogar» com Osama, coisa que Amis não está nem por um segundo interessado em fazer. Essa é a grande chave da posição ideológica (apesar de Amis detestar qualquer ideologia - diz-se apenas filiado no bom senso) de Amis: o corte no cordão umbilical que liga as coisas que acontecem no mundo com as ferramentas que temos disponíveis para avaliar as coisas que acontecem no mundo. Porque essas ferramentas estão obsoletas. Numa conferência no Institute of Contemporary Arts, Martin Amis dirigiu uma pergunta, julgava ele, simples à assistência: «Quem se considera moralmente superior aos Talibans, levante a mão.» Apenas um terço das mãos (um sexto, para sermos então mais precisos) se levantou, a medo. Os outros dois terços preferiram declarar que não se sentiam «moralmente superiores» aos Taliban provavelmente porque estão profundamente impregnados com a cultura «multicultural» que os proíbe de se sentirem moralmente superiores seja a quem for.

O objecto dos textos recolhidos em The Second Plane é o radicalismo muçulmano; não é, como foi para muitos, a reacção do ocidente ao radicalismo muçulmano. Após o 11 de Setembro, o Ocidente (ver «Mário Soares») caiu muito rapidamente na tentação de se olhar demasiado ao espelho, como uma menina bonita a quem o rapaz não deu atenção, à procura de respostas, fechando as janelas para melhor se concentrar na tarefa. Amis deita o espelho fora, abre todas as janelas de casa e instala-se na varanda com uns binóculos. As respostas estão todas lá fora e é lá para fora que se tem de olhar. A certa altura, Amis percebe que os binóculos não chegam e vai ao Médio-Oriente. Mas vai de calções e camisa aberta no peito, com duas loiras semi-nuas de cada lado pelo braço: sem medo de causar estragos. E ao fazê-lo descobre talvez a solução para o problema, que reside (como já todos percebemos) no carácter de excepção que o islamismo parece ter e que o besunta de óleo que impede que a história o agarre. Amis avança com uma explicação que parece eficaz: o islamismo (a filosofia radical muçulmana que faz do Islão não apenas uma religião mas um sistema político totalitário) tem semelhanças perturbadoras (ou, de outro ponto de vista, reconfortantes) com o nazismo ou o comunismo. Ninguém se lembra de perguntar quem foi o culpado do nazismo senão Hitler ou quem foi o culpado da revolução russa senão Lenine. Mas em relação ao radicalismo islamista parece que tem de haver algum culpado para além de Osama (e respectivos precedentes), o que torna a comparação pertinente. O discurso dos respectivos líderes são bastante semelhantes, e Amis elenca alguns pormenores:

«Of the many affinities that emerge, we may list, to begin with, some secondary characteristics. The exaltation of a godlike leader; the demand, not just for submission to the cause, but for utter transformation in its name; a self-pitying romanticism; a hatred of liberal society, individualism, and affluent inertia (or Komfortismus); an obsession with sacrifice and martyrdom; a morbid adolescent rebelliousness combined with a childish love of destruction; “agonism”, or the acceptance of permanent and unappeasable contention; the use and invocation of the very new and the very old; a mania for purification; and a ferocious anti-Semitism.»

A solução para Isto Tudo passa, segundo Martin Amis, por uma revolução interna no seio («seio», anotem esta palavra de modo a darem-me o devido crédito estilístico que será evidente daqui a precisamente 12 palavras) do Islão que terá forçosamente de ter um carácter democrático e feminino. A mulher será a resposta, e talvez seja por isso que o texto que Martin Amis assina hoje no Guardian sobre os eventos do Irão - e onde Amis recicla alguns parágrafos publicados em The Second Plane, João Pedro George tu põe-me os olhos nisto - dê especial ênfase à morte de Neda Soltan. Neda Soltan que era uma mulher bonita, como é demasiado frequente no Irão para que o país esteja sob um regime que promove o sentido de culpa sobre o corpo da mulher.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Veneza

Aliás, num sentido etimologicamente estrito, Veneza é, de facto, insuportável.

Os canalettos do Luís M. Jorge

Estes canalettos tirados pelo Luís M. Jorge são absolutamente extraordinários - sobretudo aqueles três primeiros - porque nos mostram Veneza sem gente, e Veneza sem gente - como fica provado pelos canalettos do Luís M. Jorge - é de uma beleza insuportável. Já Veneza com gente é só insuportável.

Autoestradas

Oiço na rádio que um estudo agora divulgado mostra que os portugueses estão «descontentes» com a «qualidade» das autoestradas portuguesas. Parece que há duas ou três curvas que para serem feitas com segurança obrigam uma redução de velocidade para 180km/h. O governo que trate disto, por favor.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O bom do negro

- Conte-nos como foi a experiência de adoptar uma criança negra.

- O bom do negro é que combina bem com tudo (...).

Brüno, em entrevista (citado de memória) à Sábado

quinta-feira, 9 de julho de 2009

No Pingo-Doce do Rossio

Uma tripulação inteira (eram muitos e vestidos de igual) de uma embarcação (a vestimenta era branca) indiana (não eram paquistaneses porque estavam a comprar muita cerveja*) de folga (a tripulação, não a embarcação). O chefe (mais risquinhas no ombro) ficou à porta enquanto a tripulação fazia aumentar as filas indianas (uah uah uah, perceberam?) das caixas e me atrasava o dia uns minutos.

* E, enfim, os bonés diziam «DELHI».

Nas páginas

Vivo rodeado de ateus atormentados pela morte.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Aquela página do Freitas Lobo no Expresso estaria tão melhor entregue

O Bruno Sena Martins é a única pessoa do mundo de quem podemos esperar conceitos como o da exclusão dos golos de cabeça do cânone ocidental.

Maionese: como é?

Se um dia calhar terem de perguntar a alguém como se faz maionese e essa pessoa começar com a frase «é muito simples», o meu primeiro conselho será: desconfiem. O segundo conselho, and I can't stress this enough, é: anotem bem a lista de ingredientes com especial atenção para as quantidades e confirmem, antes de dar início às hostilidades, que têm tudo em duplicado na despensa. O terceiro conselho é o mais importante: façam tudo com amor. O amor pode ser dispensável em muitas situações mas não na cozinha; na cozinha, o amor é tudo. Por isso dediquem a esta vossa maionese toda a atenção e carinho disponíveis. Demorem-se; falem com os ovos, com o óleo, com o sal, com a pimenta, com o limão, com a Mrs. Bridges Honey Mustard & Champagne. Perguntem-lhes como correu o dia; digam-lhes que estão bonitos. Ponham uma música a tocar, um instrumentalzinho, uma guitarra, o Pata Lenta do Norberto Lobo. Declarem-se!, informem o mundo de que vão fazer maionese. Depois, preparem-se para o pior. Quantas relações frutosas não tiveram que passar por momentos difíceis, momentos em que tudo foi posto em causa e o amor desafiado pelos acidentes próprios do caminho? Não é ao desânimo que se devem entregar; não, o desânimo é a opção dos fracos. O vosso caminho, a vossa glória, será resistir aos primeiros abalos e seguir com confiança na direcção certa. E, para vosso orgulho, sem a ajuda de ninguém. Seria tão fácil, meus irmãos, fazer tudo à primeira. Seria tão fácil se tudo corresse como queríamos logo na primeira tentativa. A vida seria demasiado fácil sem obstáculos que nos fizessem crescer. A glória não vem de nunca cair; a glória vem de sermos capazes de nos levantarmos a cada queda. Como disse uma vez Samuel Beckett sobre o processo de fabrico da maionese: «Ever Tried. Ever Failed. No Matter. Try Again. Fail Again. Fail Better.»

(Ora vamos lá ver então se aquilo já arrefeceu tudo.)

«Stockhausen de stock options»

Grande post do Pedro Picoito.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

É impossível não gostar da Lily Allen



(O quê? Como? Não sei o quê «estúdio»? «Ao vivo» não funciona? Vamos lá ver se nos entendemos:)

O maior

Enfim

Hoje de manhã um conjunto de iluminados na rádio passava em revista a imprensa estrangeira e relatava com algum sarcasmo a sua surpresa pelo facto de o El País dar destaque de primeira página a Federer - que ontem quebrou a barreira dos 14 grand slams de Sampras - e não a Ronaldo - que hoje, ao que parece, vai estar num sítio. Eu ouvi isto com os meus ouvidos, ninguém me contou.

«As mulheres bonitas são invisíveis»

Não tendo lido The Dying Animal (tenho tantas lacunas) saí de Elegia com a impressão de que a segunda metade do filme não seria exactamente fiel ao David Kepesh de Philip Roth. Consultada a minha mulher (que tem muito menos lacunas do que eu) a suspeita confirmou-se e avancei com a teoria de que a suavização de Kepesh se deveria ao facto de Elegia ser um projecto de mulheres (Elegia é um projecto pessoal de Penélope Cruz que foi buscar Isabel Coixet para a realização), o que despertou na minha mulher uma indignação imediata. Tentei explicar que não estava a atribuir à condição feminina nenhuma incapacidade de perceber o romance de Philip Roth (acusação, aliás, que seria imediatamente desmontada pelo facto de a minha mulher ser uma mulher e ter decifrado com precisão a personagem de David Kepesh, facto que eu posso garantir mesmo sem ter lido The Dying Animal - eu tenho tantas lacunas), estava apenas a tentar perceber as razões que poderão ter levado a essa opção. Não tendo lido The Dying Animal - lacunas, tantas - o meu visionamento do filme fez-se num estado virgem, e o que o filme nos diz é que Kepesh ultrapassa a dado momento o carácter puramente sexual da sua atracção por Consuela, consumando uma metamorfose tardia algo redentora dos seus pecados: à derradeira pergunta de Consuela («Will you still want to fuck me?») Kepesh responde com um silêncio ambíguo que permite todas as leituras possíveis, até a leitura mais anti-rothiana de todas («sim»). Seja como for, Elegia é um projecto feminino sobre uma matéria-prima de Philip Roth e isso teria inevitavelmente de se fazer notar - afinal, os homens e as mulheres vêem as «relações» de modos muito distintos - e não é o próprio Kepesh que afirma que «os livros tornam-se livros diferentes conforme quem os lê»?

(Numa nota menos importante, refira-se que Ben Kingsley rouba todas - todas - as cenas a Penélope Cruz, o que não deixa de ser surpreendente aos olhos de um heterossexual.)

sábado, 4 de julho de 2009

Nélson Oliveira

O que seria de mim sem a BenficaTV? Hoje de manhã, ainda antes do pequeno-almoço, assisiti em directo ao treino da equipa principal e tive a oportunidade de ver os novos reforços a fazer alongamentos (vi Jesus a dar uma palmadinha no ombro ao Saviola, isto não tem preço); já ao fim da tarde tive a oportunidade de assistir, em diferido, a um encontro a contar para a 16ª jornada do campeonato nacional de juniores, zona sul (empate em casa com o Setúbal por 1-1; o Nélson Oliveira é maravilhoso, anotem). O que seria de mim sem a BenficaTV? Provavelmente andava para aí a desperdiçar tempo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ra Ra



Claro que nem todos os argumentos dos Ra Ra Riot são puramente musicais.

Manuel Pinho

O gesto de Manuel Pinho é intolerável? O gesto de Manuel Pinho é intolerável. Mas o que Manuel Pinho fez foi apenas mimicar um insulto muito comum, o que se revelou uma falta de tacto gritante. Tivesse Manuel Pinho apenas apelidado o comunista de «cabrão» e talvez o episódio se ficasse por uns rumores não confirmados. Manuel Pinho (da bem sucedida e agora desfeita dupla Pino & Lino) tornou o insulto insuportavelmente visual, e na «idade da imagem» em que vivemos isso é indesculpável. E o gesto de Manuel Pinho não foi a atitude mais reprovável de ontem; a atitude mais reprovável de ontem foi a reacção de virgem ofendida dos líderes das bancadas da oposição (com a honrosa excepção de Diogo Feyo). Não é de agora o tom brejeiro com que se conduzem as discussões no parlamento e talvez por isso este conjunto de deputados - como qualquer outro conjunto de deputados - dê o tom por adquirido, e isso tem criado as condições para que as sessões parlamentares se reduzam frequentemente a uma série de insultos velados e apartes de caserna. A reacção ofendida dos outros meninos faz lembrar o tipo que é recriminado por ter arrotado num concurso de flatulência. Podem não ter gostado dos cornos de Pinho, mas estavam a pedi-las.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sabe bem pagar tão pouco

O Pingo-Doce, propriedade do fabuloso Grupo Jerónimo Martins que é encabeçado pelo fabuloso Dr. Alexandre Soares dos Santos, continua a fazer de todos nós pingo-docistas. Eu, sem dúvida, confesso-me pingo-docista, um orgulhoso pingo-docista disposto a fazer tudo para o Pingo-Doce continue a reunir as condições necessárias a fazer de todos nós pingo-docistas orgulhosos. Um exemplo? Dois exemplos: o Iogurte Natural Açucarado Pingo Doce (que é um iogurte natural açucarado competente, um iogurte que cumpre e satisfaz com distinção, um iogurte que não surpreende mas que nunca desilude) estava às 18:36 de hoje a ser transaccionado na loja do Rossio a 0,25€ (vinte e cinco cêntimos), e o Gaspacho Pingo-Doce (bastante superior a um gaspacho, por exemplo, Auchan que se vende a 2,29€) era comercializado à mesma hora no mesmo sítio por 1,49€ (um euro e quarenta e nove cêntimos.) É caso para perguntar, o que é que o Greenpeace jamais fez por si?

Deita-se já o losango fora

O Henrique Raposo lembra-se do Benfica a jogar em 4-3-3 em 1994. Está, obviamente, errado: o onze era aquele, mas a táctica era o 4-4-2: o Isaías jogava à esquerda, o Paneira à direita, e o João Pinto na frente (meu Deus, a expressão «segundo avançado» foi inventada para o João Pinto). Mas nada está perdido no post do Henrique: aquele figurino táctico assenta que nem uma luva para 2009-2010. Ora topa lá isto, Jorge:

Contributo para um jornalismo de referência

Membros do Conselho de Administração da Jerónimo Martins bloquearam hoje a entrada da sede da organização ambientalista Greenpeace, em Lisboa, para protestar contra a “ausência de uma política sustentável de compra de peixe” pelos activistas da organização.

Cerca das 6h45, nove elementos do CA da Jerónimo Martins bloquearam a entrada da sede da organização, em Alvalade, com uma estrutura metálica e colocaram um cartaz de grandes dimensões na fachada do edifício com a frase "Greenpeace destrói os oceanos".

A Jerónimo Martins exige que a organização adopte "uma postura responsável em relação ao peixe que compra" nos supermercados Pingo Doce e Feira Nova.

"Não estamos contra o bloqueio de espécies ameaçadas, como o atum, a pescada ou os camarões, desde que a Greepeace garanta os ordenados dos nossos trabalhadores", disse à agência Lusa a responsável pela secção dos congelados do Pingo Doce, a espanhola Paloma Colmenarejo.

Segundo a Jerónimo Martins, "há mais de um ano que se está a tentar entrar em diálogo com o Greenpeace e até hoje sem sucesso".

Até cerca das 7h00, nenhum responsável ou representante da Greenpeace tinha aparecido na sede da organização.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

O quinto elemento



Se houve alguma vitória no Santiago Alquimista foi claramente a afirmação do tapete como o quinto elemento.