quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Funeral, Arcade Fire (2004)



Como num circo: o negócio é familiar (marido, mulher e cunhado), as performances são arriscadas (muitas trocas de instrumentos), o ambiente é familiar numa maneira muito estranha. O espectro emocional é largo, fala-se de morte e desespero na mesma canção que fala de redenção e salvação. Será isto religioso? O segundo álbum chamar-se-ia Neon Bible, mas já em Funeral se notava essa sobreposição do sagrado com o profano, do erudito com o popular. Tudo nos Arcade Fire é sobreposição e adição. Tudo nos escapa um pouco ao mesmo tempo que se assume imediatamente como a declaração de uma nova ordem musical. Foi em 2004 que saiu o álbum da década.

(No vídeo: a melhor actuação de sempre no Jools Holland.)