sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Macacos no sótão

Vamos lá a ver se a gente se entende: ou se nasce homossexual, ou não se nasce homossexual. Isto não pode ser de outra maneira, pelo menos naquilo que toca ao universo masculino - o impulso sexual masculino tem pouca correlação com o contexto: é bastante básico, instintivo e incontrolável. Ninguém decide experimentar a homossexualidade só porque no Príncipe Real isso é bem e o Príncipe Real é o máximo. Eu não sei o que se passa com as mulheres - sou homem e os meus impulsos sexuais não são femininos - mas sou capaz de acreditar que nas mulheres a repulsa física em relação à ideia de relação homossexual (ou acto homossexual) seja menos forte, e que portanto possa haver mais mulheres cuja definição sexual seja ambígua do que homens. Mas que haja homens sexualmente ambíguos, dou isso de barato, há minorias para tudo. O que está em cima da mesa não é uma discussão sobre uma qualquer proposta de sociedade, é uma discussão sobre o modo de tratamento de um conjunto de pessoas que são naturalmente diferentes da maioria. Isto tudo para dizer que a legalização do casamento homossexual não é uma promoção de nada, como já estou fartinho de ouvir por aí. Falo, pelo menos, por mim: nem que todos os homens do mundo fossem gays eu permitiria um apalpãozito que fosse por parte de uma manápula peluda, lamento, não dá. A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo não vai fazer aumentar o número de homossexuais, as pessoas que estejam descansadas, vai é permitir criar as condições para que os homossexuais não se sintam forçados a esconder a sua condição e casar com pessoas do sexo oposto e, consequentemente, fazer aumentar a percentagem de casamentos infelizes. Aliás, nesse sentido, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma medida que promoverá a instituição do casamento heterossexual fazendo diminuir o número de casamentos falsos. Imaginem o que é descobrir, ao fim de 10 anos de casamento, que o vosso cônjuge é homossexual. Imaginem lá. Muito bonito, o cenário, muito bonito. Portanto, um pouco mais de bom senso para podermos todos seguir com as nossas vidas.