quarta-feira, 27 de julho de 2005

«Se o fado é tristeza, lágrima prevista, então eu não sou fadista»

Mariza, ontem, na Cidadela de Cascais. Esta foi a resposta mais directa, mas ao longo da hora e meia que esteve em palco Mariza respirou esta atitude. Apetece dizer que se Mariza não é fadista, então que se reinvente o fado. Talvez tenha sido isso mesmo que já conseguiu. Para infelicidade dos velhos do restelo, saudosistas de um fado enclausurado em marialvismos bacocos e numa decadência típica para inglês ver. Mariza faz bem a Portugal e, apetece dizer, à alma portuguesa. A própria existência de algo como uma alma portuguesa é algo que se torna evidente quando estamos na presença desta mestiça da mouraria. Sem choros, sem queixas, sem lamentos. Com um sorriso largo e um bailar sedutor. Com violinos, violoncelos e percursão a acompanhar. Os outros que se lixem.