segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Filhos e enteados

Vinha na capa do Expresso: Jardim Gonçalves, confrontado com o perdão da dívida ao seu filho, pronunciou-se dizendo que «as questões com clientes não passaram» por ele, portanto nada sabe. Podia ter dito isto ou outra coisa qualquer, como por exemplo «nunca gostei de tomar banho com patinhos amarelos», ou «ontem comi uma goiabada que nem vos conto». Se era para fazer uma afirmação sobre a estupidez de quem lê o Expresso, mais valia tê-lo feito com estilo. Mas o que me incomodou não foi isto, foi a naturalidade com que um homem que é um símbolo de uma das organizações religiosas mais moralistas e arrogantes que existem relegou um filho a um mero «cliente», numa tentativa cobarde de salvar a face. Nunca tive ilusões sobre o carácter mal-formado do Opus Dei, mas às vezes as coisas aparecem revestidas de uma dose de realidade incontornável e, não sei porquê, afectam-me. Enfim.