segunda-feira, 31 de março de 2008
Paulo Pires
Há um bate-papo lá no Estado Civil entre o Pedro Mexia e Jorge Silva Melo que deve ser acompanhado.
Nouvel
Apesar de ter sentido o edifício do Instituto do Mundo Árabe, em Paris, como uma das minhas maiores desilusões, o Pritzker entregue a Jean Nouvel é merecido e não será alvo de muitas contestações. Nouvel tem sido um dos arquitectos que melhor tem conseguido harmonizar a técnica contemporânea da construção com o imperativo artístico da arquitectura. E isto lembra-me a definição que o segundo melhor arquitecto de todos os tempos dava do ofício: «a humanização da técnica».
Lembro-me também de um documentário que a RTP2 passou há uns anos sobre Jean Nouvel. Às tantas falava-se de um projecto de um edifício para Praga, se não me engano, para uma praça que tinha «anjo» algures no nome. A ideia era serigrafar no vidro da fachada um anjo, mas o que é a imagem de um anjo? Nouvel encarregou um colaborador dessa pesquisa, e nós assistimos à apresentação desse portfolio. Imagens de «anjos» página atrás de página até que aparece uma imagem duma coelhinha da Playboy. Aí Nouvel mandou parar e, sem conseguir esconder o sorriso, mostrou-se agradado com a conotação angelical que se estava a dar a Pamela Anderson, e espetou duas ou três larachas sobre «anjos». Como eu disse, um Pritzker merecidíssimo.
Lembro-me também de um documentário que a RTP2 passou há uns anos sobre Jean Nouvel. Às tantas falava-se de um projecto de um edifício para Praga, se não me engano, para uma praça que tinha «anjo» algures no nome. A ideia era serigrafar no vidro da fachada um anjo, mas o que é a imagem de um anjo? Nouvel encarregou um colaborador dessa pesquisa, e nós assistimos à apresentação desse portfolio. Imagens de «anjos» página atrás de página até que aparece uma imagem duma coelhinha da Playboy. Aí Nouvel mandou parar e, sem conseguir esconder o sorriso, mostrou-se agradado com a conotação angelical que se estava a dar a Pamela Anderson, e espetou duas ou três larachas sobre «anjos». Como eu disse, um Pritzker merecidíssimo.
Um desafio
A opção Chelas - Barreiro é um traçado para a nova ponte que necessita de vários estudos e pareceres técnicos, sem dúvida. Mas estamos a falar de estudos de engenharia ou de estudos económico-financeiros? Não. A opção Chelas - Barreiro é acima de tudo um desafio semântico e sociológico.
sexta-feira, 28 de março de 2008
«Não é possível ser-se bom sem se ser, ao mesmo tempo, mau. Não há Zidane sem cabeçada no italiano, nem Roma sem trânsito, nem Bárbara sem Carrilho.»
Ando há demasiado tempo demasiado chocado com a demasiada ignorância que a blogosfera tem aplicado ao blogue do Lourenço Viegas.
Reconheço que pode haver aqui uma identificação biográfica que tem origem no nome próprio com que as nossas mães decidiram carimbar (infligir, melhor) os respectivos filhos. Não que eu me sinta reconfortado cada vez que me deparo com um homónimo - aliás, esses acontecimentos infelizes costumam provocar-me uma reacção, digamos, oposta, mas isso levar-nos-ia a toda uma explanação de cicatrizes auto-biográficas que não têm cabimento aqui - mas porque o Lourenço Viegas revela na curtíssima apresentação que disponibiliza lá no blogue um dado importante: a razão da sua maleita parece ser a mesma da minha. Viegas nasceu em Lourenço Marques, há 54 anos, e não posso deixar de converter essa aparente coincidência toponímica num dado decisivo no registo da sua identidade: Viegas chamar-se-à Lourenço porque nasceu em Lourenço Marques, uma cidade que é conhecida por ter deixado muitas saudades aos colonos que por lá passaram. Ora, eu não nasci em Lourenço Marques mas - mas - nasceu a minha mãe. Cresci a ouvir essa atenuante, que eu me chamo assim porque Lourenço Marques - e ai do comensal que se refira àquela cidade como Maputo - se chama Lourenço Marques. Reconheço que a importância que a veracidade desta causalidade tem no meu bem estar psíquico poderá ter-me toldado o juízo histórico e que talvez as coisas não se passem totalmente assim - é também verdade que uma das minhas bisavós viveu uma paixão eterna por um tal de Lourenço que não foi capaz de lhe conquistar o altar por motivos técnico-financeiros - mas vamos acreditar que sim. Assim sendo, há aqui um padrão: os Lourenços que têm o infortúnio de assim se chamar por causa da cidade moçambicana são pessoas com inegáveis talentos literários, e isto é uma conclusão a que eu gostava que todos nós aqui presentes hoje pudéssemos chegar.
Reconheço que pode haver aqui uma identificação biográfica que tem origem no nome próprio com que as nossas mães decidiram carimbar (infligir, melhor) os respectivos filhos. Não que eu me sinta reconfortado cada vez que me deparo com um homónimo - aliás, esses acontecimentos infelizes costumam provocar-me uma reacção, digamos, oposta, mas isso levar-nos-ia a toda uma explanação de cicatrizes auto-biográficas que não têm cabimento aqui - mas porque o Lourenço Viegas revela na curtíssima apresentação que disponibiliza lá no blogue um dado importante: a razão da sua maleita parece ser a mesma da minha. Viegas nasceu em Lourenço Marques, há 54 anos, e não posso deixar de converter essa aparente coincidência toponímica num dado decisivo no registo da sua identidade: Viegas chamar-se-à Lourenço porque nasceu em Lourenço Marques, uma cidade que é conhecida por ter deixado muitas saudades aos colonos que por lá passaram. Ora, eu não nasci em Lourenço Marques mas - mas - nasceu a minha mãe. Cresci a ouvir essa atenuante, que eu me chamo assim porque Lourenço Marques - e ai do comensal que se refira àquela cidade como Maputo - se chama Lourenço Marques. Reconheço que a importância que a veracidade desta causalidade tem no meu bem estar psíquico poderá ter-me toldado o juízo histórico e que talvez as coisas não se passem totalmente assim - é também verdade que uma das minhas bisavós viveu uma paixão eterna por um tal de Lourenço que não foi capaz de lhe conquistar o altar por motivos técnico-financeiros - mas vamos acreditar que sim. Assim sendo, há aqui um padrão: os Lourenços que têm o infortúnio de assim se chamar por causa da cidade moçambicana são pessoas com inegáveis talentos literários, e isto é uma conclusão a que eu gostava que todos nós aqui presentes hoje pudéssemos chegar.
Clube de fãs
O novo casamento
Não sei se o meu currículo (quatro casamentos; dois com a mesma pessoa) me impede de escrever sobre essa venerável instituição, se ainda é venerável e, sobretudo, instituição, que, suponho, seguindo o admirável Zapatero e o amor nacional pelo "moderno", o PS pretende agora reformar. O casamento era, para o Estado, um compromisso legal e, para a Igreja, um sacramento. Criava deveres, como criava direitos. Mas, segundo Alberto Martins, parece que já não deve assentar na lei, seja ela qual for sempre coactiva. Deve assentar na consoladora liberdade do afecto. Ou, por outras palavras, deve passar de um contrato perpétuo a uma espécie de encontro temporário, logicamente revocável, se o afecto de qualquer das partes, por natureza etéreo e fugidio, deixar de existir.
O PS também pretende abolir a culpa do processo de divórcio, abolindo o divórcio litigioso. Para começar, porque a própria noção de culpa tresanda a cristianismo e à sua variante católica, tradicionalmente obcecada pelo pecado da carne e pela influência corruptora da mulher. E depois porque a consciência contemporânea se emancipou da culpa, quando não se trata de multiculturalismo ou feminismo, de pedofilia ou de ambiente, ou, pior do que isso, de um atentado cego e celerado contra o nosso divino corpo, como por exemplo fumar um cigarro. Aí o Estado não hesita em proibir e punir. Quanto ao resto, o Estado pretende, e muito bem, tornar fácil o prazer, que nos justifica e alimenta. A inconveniência de um cônjuge ou o estéril escrúpulo de o abandonar pode (vem nos livros) coibir esse prazer. Declarar o afecto caduco resolve o assunto.
Infelizmente, não ocorreu ao PS (como antes não tinha ocorrido ao Bloco) que o novo casamento, se merece a palavra, só beneficia a classe média próspera. E, dentro da classe média próspera, beneficia o homem mais do que a mulher, porque evidentemente o homem ganha em média mais do que a mulher. Quanto à multidão que sobra, e pela mesma razão, a vantagem do homem é arrasadora. Fora que o mercado de trabalho favorece o homem e desfavorece a mulher (invariavelmente a última contratada e a primeira despedida) e que a mulher fica em geral com os filhos, um encargo sem preço. Dito isto, falta esclarecer um mistério: para que serve agora o casamento de homossexuais?
Vasco Pulido Valente, hoje no Público
Não sei se o meu currículo (quatro casamentos; dois com a mesma pessoa) me impede de escrever sobre essa venerável instituição, se ainda é venerável e, sobretudo, instituição, que, suponho, seguindo o admirável Zapatero e o amor nacional pelo "moderno", o PS pretende agora reformar. O casamento era, para o Estado, um compromisso legal e, para a Igreja, um sacramento. Criava deveres, como criava direitos. Mas, segundo Alberto Martins, parece que já não deve assentar na lei, seja ela qual for sempre coactiva. Deve assentar na consoladora liberdade do afecto. Ou, por outras palavras, deve passar de um contrato perpétuo a uma espécie de encontro temporário, logicamente revocável, se o afecto de qualquer das partes, por natureza etéreo e fugidio, deixar de existir.
O PS também pretende abolir a culpa do processo de divórcio, abolindo o divórcio litigioso. Para começar, porque a própria noção de culpa tresanda a cristianismo e à sua variante católica, tradicionalmente obcecada pelo pecado da carne e pela influência corruptora da mulher. E depois porque a consciência contemporânea se emancipou da culpa, quando não se trata de multiculturalismo ou feminismo, de pedofilia ou de ambiente, ou, pior do que isso, de um atentado cego e celerado contra o nosso divino corpo, como por exemplo fumar um cigarro. Aí o Estado não hesita em proibir e punir. Quanto ao resto, o Estado pretende, e muito bem, tornar fácil o prazer, que nos justifica e alimenta. A inconveniência de um cônjuge ou o estéril escrúpulo de o abandonar pode (vem nos livros) coibir esse prazer. Declarar o afecto caduco resolve o assunto.
Infelizmente, não ocorreu ao PS (como antes não tinha ocorrido ao Bloco) que o novo casamento, se merece a palavra, só beneficia a classe média próspera. E, dentro da classe média próspera, beneficia o homem mais do que a mulher, porque evidentemente o homem ganha em média mais do que a mulher. Quanto à multidão que sobra, e pela mesma razão, a vantagem do homem é arrasadora. Fora que o mercado de trabalho favorece o homem e desfavorece a mulher (invariavelmente a última contratada e a primeira despedida) e que a mulher fica em geral com os filhos, um encargo sem preço. Dito isto, falta esclarecer um mistério: para que serve agora o casamento de homossexuais?
Vasco Pulido Valente, hoje no Público
O retroactivo
Foi no dia 14 de Maio de 1994. O jogo decidia o título. Choveu muito antes e durante o jogo. Dizia-se, o João Pinto não se dá bem com terrenos pesados. Durante a primeira parte, não se deu outra coisa: hat-trick de João Pinto, Benfica 3, Sporting 2. Não se sabe o que disse Queiroz no balneário, mas sabe-se o que fez. À saída das cabines, Paulo Torres não subiu ao relvado. Gostava que reparassem que os 3 golos do Benfica na segunda parte começam todos onde deveria estar Paulo Torres. Foi no dia 14 de Maio de 1994, e desde esse dia que todos os benfiquistas carregam uma dívida de gratidão para com Queiroz. Dêem-lhe um ordenado chorudo, à laia de retroactivos.
quinta-feira, 27 de março de 2008
Inácio
Por muito que não gostemos de Scolari (não gostamos) é bom que não nos fuja do horizonte a seguinte evidência: a selecção passou 10 anos a viver à custa de dois dos melhores jogadores de futebol das últimas duas décadas: Figo e Rui Costa. O Figo e o Rui Costa foram - e esta é para a geração YouTube - muito melhores do que aquilo que o Quaresma, o Moutinho, o Simão e o Nani alguma vez serão. Isto é um facto, não um juízo. Com a saída de Figo e Rui Costa tornou-se absolutamente obrigatório encontrar alternativas. E se Cristiano Ronaldo chega e sobra para fazer esquecer Figo, não foi possível encontrar em solo português alguém que fizesse o mesmo por Rui Costa, e por isso fomos obrigados a importar um produto estrangeiro: Deco. E sempre que Deco não joga o resultado é o que se viu ontem. É simples. Scolari é burro (é), mas até o Inácio foi campeão pelo Sporting.
Nuno Gomes
Meus amigos, o jogo de ontem poderia ter corrido muito pior: é só imaginar aqueles golos do Karagounis a serem marcados pelo Carlos Martins. Aí sim, era europeu pelo cano abaixo.
terça-feira, 25 de março de 2008
Quiz
Estou a ler um livro muito bom, tão bom que me apetece dizer que ele é muito bom mesmo tendo só lido 40 páginas. E como só li 40 páginas não revelo o título deste livro que eu acho que é muito bom, porque as restantes 550 páginas podem constituir uma desilusão e depois era uma chatice. Mas deixo pistas: é um livro de um autor que escreveu nos anos 90 um romance com nome de animal sobre o julgamento de um fictício ditador do leste europeu, e que tem como título um conjunto de palavras que lidas na diagonal ameaçam ser a biografia de um treinador de futebol português, de quem se disse ter sofrido uma lobotomia nos mesmos anos 90.
Um grande abraço.
Um grande abraço.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Ricardo
«É estranho ver o Sporting a jogar sem o Ricardo»,
disse Ricardo. Ao que Ricardo completou: «tens razão, Ricardo». Ricardo, por sua vez, remeteu-se ao silêncio e disse que só falará depois de consultar Ricardo, que é quem gere para Ricardo os assuntos de Ricardo. O Sporting já veio a público esclarecer que mais estranho do que ver o Sporting jogar sem Ricardo é ver Ricardo jogar sem o Sporting, o que forçou Ricardo a declarar que pior do que ver o Ricardo a jogar sem o Sporting é ver o Ricardo a jogar sem o Ricardo, que já aconteceu por três vezes esta época. Já ver o Sporting a jogar sem o Sporting é algo a que Ricardo, bem como Ricardo e todos os assinantes da Sporttv, já se habituou esta época. O Dalai Lama apelou à calma.
disse Ricardo. Ao que Ricardo completou: «tens razão, Ricardo». Ricardo, por sua vez, remeteu-se ao silêncio e disse que só falará depois de consultar Ricardo, que é quem gere para Ricardo os assuntos de Ricardo. O Sporting já veio a público esclarecer que mais estranho do que ver o Sporting jogar sem Ricardo é ver Ricardo jogar sem o Sporting, o que forçou Ricardo a declarar que pior do que ver o Ricardo a jogar sem o Sporting é ver o Ricardo a jogar sem o Ricardo, que já aconteceu por três vezes esta época. Já ver o Sporting a jogar sem o Sporting é algo a que Ricardo, bem como Ricardo e todos os assinantes da Sporttv, já se habituou esta época. O Dalai Lama apelou à calma.
E eu acabei de pagar hoje mesmo um IMT indevido, pelo que estou particularmente irritadiço com tudo o que meta «finanças» e «prostitutas»
DGCI ameaça noivos com coimas se não derem informações sobre o casamento
Ou seja, uma filha da putice sem grandes subtilezas, é o que é. Quando o assunto é droga o argumento passa sempre por defender o consumidor e penalizar o prestador do serviço: pode consumir-se, mas não se pode vender. Já quando o assunto é prostituição o argumento muda: pode fornecer-se o serviço, não pode é consumir-se. Pelos vistos, a direcção dos impostos está usar este último modus operandi no que toca à evasão fiscal dos negócios dos casamentos, equiparando assim o copo de água à prostituição: o mau da fita é quem come os croquetes, não quem os fabrica e vende. Há aqui um post para ser escrito, uma metáfora humorística a querer saltar da toca, que ainda não se me apareceu em todo o seu esplendor. Raios.
Ou seja, uma filha da putice sem grandes subtilezas, é o que é. Quando o assunto é droga o argumento passa sempre por defender o consumidor e penalizar o prestador do serviço: pode consumir-se, mas não se pode vender. Já quando o assunto é prostituição o argumento muda: pode fornecer-se o serviço, não pode é consumir-se. Pelos vistos, a direcção dos impostos está usar este último modus operandi no que toca à evasão fiscal dos negócios dos casamentos, equiparando assim o copo de água à prostituição: o mau da fita é quem come os croquetes, não quem os fabrica e vende. Há aqui um post para ser escrito, uma metáfora humorística a querer saltar da toca, que ainda não se me apareceu em todo o seu esplendor. Raios.
Não tenho a mais pequenas das simpatias pelo Tibete e respectivo regime
É que não tenho mesmo. Mas mando à mesma um abraço atrasado de Boa Páscoa para o Dalai Lama.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Então não sei o que é
Acabo de confirmar (porque no fundo já sabia dentro de mim) que, quando percorrido a pé, o meu trajecto trabalho-casa (porque casa-trabalho é outra conversa, subir a avenida não é brincadeira até mesmo aqui para o Rui Silva) tem a exacta duração de Alligator (mas ao segundo, hã?) Se isto não é a Perfeição, então não sei o que é. Deus existe, e para o provar vai morrer depois de amanhã para ressuscitar no Domingo. Boa Páscoa.
(Desminto categoricamente a informação que foi posta a circular de que eu terei adquirido e recebido em casa esta peça de roupa.)
You didn't see me
No Country For Old Men é um filme que nos atormentará até ao fim dos nossos dias. Falo, evidentemente, do penteado de Bardem.
Chove
Hoje espreitei para algumas caras debaixo dos guarda-chuvas e reparei que todas estavam em sofrimento. Chove e nós sofremos. Chove pela primeira vez em 15 dias, e nós sofremos. Sofremos como quem sofre de um mal irreparável. Como se fôssemos vítimas de qualquer coisa, como se essa qualquer coisa fosse aquilo que nos impedisse de ser felizes. Logo agora, que vêm aí as mini-férias, não é possível ter-se tanto azar. Chove e nós sofremos. É patético.
terça-feira, 18 de março de 2008
A frase da semana
Não me fodam os Jogos Olímpicos por causa de meia dúzia de monges descompensados, pela vossa saúde.
(Este post vem acompanhado de 22 belos comentários)
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segunda-feira, 17 de março de 2008
Isto é estranho
Os piercings: estão a avizinhar-se tempos estranhos. Um miúdo de 17 anos não pode pôr um ferrinho no sobrolho, mas pode ser julgado e condenado como um adulto. A lei do tabaco foi só o primeiro sinal.
Os vencidos do catolicismo?
Pedro Mexia é o novo subdirector da Cinemateca
Uma óptima notícia para quem gosta de cinema e do Pedro Mexia. Uma dupla Bénard da Costa - Mexia é bonito de se ver, e é especialmente comovente para um católico, vá lá, marginalizado. José António Pinto Ribeiro está de parabéns.
(Ainda que eu me preocupe um bocadinho com esta institucionalização do «Pedro Mexia». Quer isto dizer que não teremos mais textos sobre «pichotas» e «coninhas»? Aguardemos.)
Uma óptima notícia para quem gosta de cinema e do Pedro Mexia. Uma dupla Bénard da Costa - Mexia é bonito de se ver, e é especialmente comovente para um católico, vá lá, marginalizado. José António Pinto Ribeiro está de parabéns.
(Ainda que eu me preocupe um bocadinho com esta institucionalização do «Pedro Mexia». Quer isto dizer que não teremos mais textos sobre «pichotas» e «coninhas»? Aguardemos.)
sexta-feira, 14 de março de 2008
quinta-feira, 13 de março de 2008
Toda a gente
(...) toda a gente mente sobre a sua vida sexual. (...) Ou alguém acha que em política as mentiras graves são assuntos de pichotas e coninhas?
Pedro Mexia
Pedro Mexia
Serviço público
Concurso para as instalações da futura sede da AMI
FORAM RECEPCIONADOS A CONCURSO 57 TRABALHOS
(daqui)
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Tem menos letras e tudo.
FORAM RECEPCIONADOS A CONCURSO 57 TRABALHOS
(daqui)
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Tem menos letras e tudo.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Diablo Juno
A minha mulher é que tem razão: Juno é o filme que Agustina teria escrito se tivesse sido stripper. O excesso de frases citáveis mas sobretudo um conjunto de personagens tão irresistíveis quanto inverosímeis (com Juno à cabeça) cria uma relação com o espectador que é semelhante àquela que Agustina desperta: queremos, desesperadamente, fazer parte de um mundo assim e conhecer pessoas daquelas. Elle Page é magnífica mas, também à semelhança do que aconteceu com Little Miss Sunshine, o restante cast é uma das forças do filme (com Michael Cera no papel do pai Paulie Bleeker a arrancar uma interpretação fabulosa.) Agustina ou, e esta já é minha, P. G. Woodhouse, por exemplo. Uma coisa é certa: Juno é um alter-ego de Diablo Cody, e Diablo Cody é um alter-ego de qualquer espectador que se preze.
terça-feira, 11 de março de 2008
À boca das urnas
(Após um arranque pautado pelo equilíbrio, Deus leva agora alguma vantagem sobre José Mourinho, numa votação escassa em participação mas rica em emoção. Mourinho já afirmou que isso poderá jogar em seu favor, declarações que os analistas caracterizam como a já clássica pressão psicológica sobre o adversário.)
Help me
Devido a uma proximidade geográfica sem explicação aparente, partilho o café da esquina com uma turba de estudantes de um daqueles externatos cujo enquadramento legal nunca cheguei a perceber. Pelo que sei, é onde os estudantes do secundário que não têm média suficiente para ingressar no ensino superior se dirigem para «obter» uns pontos extra em duas ou três disciplinas específicas, resultados que geralmente se associam às contas bancárias dos encarregados de «educação». Volta não volta os meninos têm testes e aparecem (fumam todos e sentam-se ao colo uns dos outros). Juntam-se no café após o acto, discutindo as respectivas prestações, e uma ou outra conversa apanhada do ar deixa uma clara sensação de que estamos perante pessoas que não se sentem muito confortáveis na utilização do órgão que habita a caixa craniana, apesar de exteriorizarem uma certa predisposição para a utilização de outro tipo de órgãos. Ora, o que me espanta é o facto deles (delas, sobretudo) serem mais bonitos do que a média da população daquela faixa etária: é raro ver-se por ali uma miúda feia. Tem dias em que me sinto num casting dos Morangos com Açúcar e me arrependo por não ter sido nesse dia que venci o preconceito e dei uso ao gel capilar que simpaticamente descansa no meu armário da casa de banho desde a minha despedida de solteiro. Esta sobreposição estatística de beleza física e falta de aptidão intelectual é um fenómeno que, como pessoa invulgarmente bonita que sou, me preocupa e assusta. Tento perceber o fenómeno, encontrar uma explicação, encontrar uma saída para as minhas inquietações, mas invariavelmente o resultado é o insucesso: será que é por ser bonito que sou burro? Ou será que é por ser burro que fui recompensado com uma compleição física de raro apuro estético? É esta correlação que me anda a lixar a vida? Será Deus assim tão justo? Alguém? Um fórum? Uma linha telefónica de ajuda?
Caldo entornado
Fátima Campos Ferreira está há 2 minutos a segurar a bandeira monárquica ao contrário.
Daniel Oliveira a Rei
Estou a gostar tanto deste Prós e Contras (não por coincidência aquele em que Fátima Campos Ferreira menos ladrou até hoje) que até achei a intervenção do Daniel Oliveira brilhante.
O Ribeiro Telles é um senhor. O Medeiros Ferreira é um senhor. O Teixeira Pinto é um senhor.
O Ribeiro Telles é um senhor. O Medeiros Ferreira é um senhor. O Teixeira Pinto é um senhor.
segunda-feira, 10 de março de 2008
Camacho
É especialmente doloroso que o treinador do Benfica se tenha demitido numa altura em que o treinador mais desejado do mundo está desempregado no sofá, que este já tenha sido em tempos corrido do clube - Vilarinho e Toni, lembram-se? - e que o facto de ser totalmente impossível de o contratar não dependa do dinheiro.
«Mas tem mais»
Vou dizer um dos sinais mais claros de retardamento: olhar para uma estante cheia de livros na sua casa e perguntar, "Orra, você leu tudo isso?", às vezes omitindo o "Orra" para manter um ar mais classudo.
Outro sinal de retardamento: depois de descobrir por uma tia bem-intencionada e tagarela que você gosta de ler, ou pelo sifu numa academia de kung fu, perguntar se você leu "Shogun" de James Clavell, ou algo assim, e ficar surpreso quando você disser que não. Quem não lê muito, e calhou de ler um livro do qual gostou bastante, dá a esse livro uma importância tão central quanto a que eu, não sabendo nada de vinho, dou ao Periquita.
(...)
Alexandre Soares Silva
Outro sinal de retardamento: depois de descobrir por uma tia bem-intencionada e tagarela que você gosta de ler, ou pelo sifu numa academia de kung fu, perguntar se você leu "Shogun" de James Clavell, ou algo assim, e ficar surpreso quando você disser que não. Quem não lê muito, e calhou de ler um livro do qual gostou bastante, dá a esse livro uma importância tão central quanto a que eu, não sabendo nada de vinho, dou ao Periquita.
(...)
Alexandre Soares Silva
sábado, 8 de março de 2008
Professores
Hoje o meu bairro encheu-se de professores dos ensinos básico e secundário (distinguem-se dos professores universitários porque se tratam todos por «tu»). Vou à FNAC, professores. Vou ao supermercado, professores. Volto ao supermercado porque me venderam frango estragado, professores. Professores, professores, professores por todo o lado. Passei o dia em pânico de ser chamado ao quadro.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Muito séria
«Fazemos música sem grandes pretensões. Ou melhor, temos uma e muito séria: impressionar raparigas e causar inveja aos rapazes.»
Erza Koening (Vampire Weekend) no Ípsilon de hoje
Erza Koening (Vampire Weekend) no Ípsilon de hoje
Ainda o Rrrrrrrrrrrretafe
Este tipo tem muito futebol nos pés. Parece o Rui Costa com menos 13 anos.
Benfiquinha
O Benfica apequenou-se. Como as equipas do meio da tabela agora corre mais contra os «grandes». Mesmo quando os «grandes» são uma equipa da periferia de Madrid com 25 anos de existência, sem história, com 12 mil sócios e um estádio de 15 mil lugares. Apesar disto, o Getafe joga muito, joga mesmo, vão ver. Ontem, mesmo com a expulsão de Cardozo, o Benfica correu mais e jogou melhor do que em todos os outros jogos da época. Todos. Em causa estava uns oitavos de final da UEFA e a morte do pai do treinador, que funcionou como catalisador emocional. Quando o «espírito de entreajuda» e o «empenhamento» (o novo acordo ortográfico deve ter eliminado a palavra «empenho») influenciam assim tanto o rendimento de uma equipa é porque estamos na presença de uma equipa pequena. Daquelas treinadas pelo José Mota ou pelo Manuel Machado. O Benfica apequenou-se e até já festeja empates em Alvalade. Num país que bebe «cafezinhos», fuma uns «cigarrinhos» e come «bifinhos» era só uma questão de tempo para que a equipa com mais sócios se tornasse no «benfiquinha». Deus nos valha.
quinta-feira, 6 de março de 2008
Um escândalo
E o que aconteceu imediatamente a escrever o post em baixo? Vou ao sitemeter e sai-me isto:
The report is currently unavailable.
Please wait a few minutes and try again.
É, é. «Currently unavailable». Esta gente tem contactos.
The report is currently unavailable.
Please wait a few minutes and try again.
É, é. «Currently unavailable». Esta gente tem contactos.
Flower power
O Geração de 60 contratou Martim Avillez Figueiredo (mas o que é que se passa com estes ex-directores de jornais económicos?, têm todos de ser ultra-consensuais e chamar-se Figueiredo?), contratação que não deve ter sido barata. Aproveito seu primeiro post, onde às tantas MAF confessa que um dos apelos que o desafiou a escrever foi: «contrariar a convicção (pessoal, claro) de que os blogues não vão além da pequena comunidade que os lê», para fazer uma espécie statement que visa a minha própria glorificação pessoal. Primeiro, no Geração de 60 escrevem algumas das mentes mais brilhantes («mentes brilhantes», tenho de ir trabalhar e estou sem tempo para rodriguinhos) da nossa praça («nossa praça», idem, etc), como Poiares Maduro ou Paulo Rangel. No Complexidade e Contradição escreve um palhaço. O sitemeter do Geração de 60 apresenta às 10:58 de hoje a seguinte estatística:
Total 11,747
Average Per Day 195
Average Visit Length 2:58
Last Hour 10
Today 55
This Week 1,366
enquanto que o Complexidade e Contradição, à mesma hora, tem o seguinte comportamento em bolsa:
Total 206,813
Average Per Day 277
Average Visit Length 1:27
Last Hour 7
Today 70
This Week 1,939
Só sou batido no Average Visit Length, mas isso é porque eles escrevem coisas maiores, e eu estou aqui para comparar a qualidade e não a quantidade. Ora compare-se o Average Per Day e chegue-se à seguinte conclusão: eu sou mais brilhante que o Poiares Maduro e o Paulo Rangel juntos. Ou então o mercado não funciona e o consumidor nem sempre prefere o melhor produto, de onde se conclui que eu continuo a ser mais brilhante que o Poiares Maduro, o Paulo Rangel e o Avillez Figueiredo juntos porque eu não ando aí pelos cantos a elogiar o liberalismo, etc. Estou particularmente orgulhoso e confiante.
Total 11,747
Average Per Day 195
Average Visit Length 2:58
Last Hour 10
Today 55
This Week 1,366
enquanto que o Complexidade e Contradição, à mesma hora, tem o seguinte comportamento em bolsa:
Total 206,813
Average Per Day 277
Average Visit Length 1:27
Last Hour 7
Today 70
This Week 1,939
Só sou batido no Average Visit Length, mas isso é porque eles escrevem coisas maiores, e eu estou aqui para comparar a qualidade e não a quantidade. Ora compare-se o Average Per Day e chegue-se à seguinte conclusão: eu sou mais brilhante que o Poiares Maduro e o Paulo Rangel juntos. Ou então o mercado não funciona e o consumidor nem sempre prefere o melhor produto, de onde se conclui que eu continuo a ser mais brilhante que o Poiares Maduro, o Paulo Rangel e o Avillez Figueiredo juntos porque eu não ando aí pelos cantos a elogiar o liberalismo, etc. Estou particularmente orgulhoso e confiante.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Muito boa
Quando se fala na irritação de ficar com um pêlo púbico atravessado na garganta, é raro fazer-se a justiça de contrabalançá-lo com o grande prazer do acto de amor que o causou. (...)
«Os pêlos públicos», Miguel Esteves Cardoso, P2 pag.6
A edição de hoje do Público, que comemora 18 anos de vida e que tem José Pacheco Pereira como director convidado, está muito boa.
«Os pêlos públicos», Miguel Esteves Cardoso, P2 pag.6
A edição de hoje do Público, que comemora 18 anos de vida e que tem José Pacheco Pereira como director convidado, está muito boa.
terça-feira, 4 de março de 2008
Comprei música pelo iTunes
Comprei. Quando já tudo parecia percorrido e devidamente escalpelizado, eis que a Radar se põe a rodar um lado B, mais precisamente, Blank State, retirado do EP Mistaken for Strangers. Assim, descoberto o filão, a Apple ofereceu-me a troco de 0,99 cêntimos a peça a seguinte receita:
Driver, Surprise Me, Abel - EP
Keep it Upstairs, Abel - EP
Lit Up (Parisian Party Version), Lit Up - EP
You've Done It Again Virginia, Lit Up - EP
The Geese of Beverly Road (Live), Secret Meeting - Single
Santa Clara, Mistaken for Strangers EP
Blank State, Mistaken for Strangers EP
Mansion On the Hill, Apartment Story - Single
Foram os 7,92 € mais bem gastos da minha vida. E agora, despeço-me com uma peça de Bryce Dessner (é isto que a malta dos The National faz nos tempos livres, é impossível não nos vergarmos a tanto bom gosto junto):
Driver, Surprise Me, Abel - EP
Keep it Upstairs, Abel - EP
Lit Up (Parisian Party Version), Lit Up - EP
You've Done It Again Virginia, Lit Up - EP
The Geese of Beverly Road (Live), Secret Meeting - Single
Santa Clara, Mistaken for Strangers EP
Blank State, Mistaken for Strangers EP
Mansion On the Hill, Apartment Story - Single
Foram os 7,92 € mais bem gastos da minha vida. E agora, despeço-me com uma peça de Bryce Dessner (é isto que a malta dos The National faz nos tempos livres, é impossível não nos vergarmos a tanto bom gosto junto):
Myopic Dyoen
Ora do que eu quero aqui hoje falar é do valente tau-tau no rabo que Chales Jencks dá em Kenneth Frampton na última The Architectural Review, a propósito da mais recente publicação deste último, The Evolution of Twentieth-Century Architecture, a Synoptic Account. Não vou entrar na discussão sobre quem tem razão - embora me pareça que, imparcialmente, Jencks estará certo - limito-me a elogiar mais uma vez a The Architectural Review por ser a The Architectural Review, ou seja, a única revista do mundo onde se faz crítica livre e despretensiosa, mesmo quando estão na mesa dois nomes como Jencks e Frampton, que, para quem não sabe, são suficientemente pesados para assustar até a The Architectural Review. O texto, intitulado - brilhantemente - «Myopic Doyen» - está aqui.
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