Inevitavelmente lá apareceu a opinião de que «o Pompidou devia era estar na La Défense». De seguida, pôr-se-ia a redoma por cima do Marais, à prova de bala à prova de vida. Lentamente, e orgulhosamente, Paris vai-se museoficando, cristalizando, isolando. Quando dermos por nós já nada haverá a fazer, e milhões serão gastos na requalificação da «velha Paris». Porque a verdade é que as cidades não podem parar, por muito belas que possam ser - e Paris é o climax da beleza física dos edifícios, absolutamente intimidadora no que toca a alterações. Custa. Mas terá de ser.
Renzo Piano é Deus, e Richard Rogers foi seu acólito - Rogers que é objecto, no próprio Pompidou, de uma exposição de carreira, aborrecida, aborrecida, aborrecida de tanta eco-sustentabilidade. Mas admito a minha deformação profissional, e estou disposto a admitir que a comoção que me deu ao ver aquela fábrica ali plantada pode não se estender à população em geral. Mas lá que me deu, deu.