quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Até se lhe perdoa a última frase

(...) Coloque uma noz de manteiga na frigideira, a aquecer. Cá fora, separe a gema da clara. Quando a manteiga estiver bem quente, ponha a clara na frigideira e deixe fritar até que a fímbria da nimbada clara se exiba ostensivamente dourada. Nessa altura, com aquele módico de ternura que qualquer cozinha exige, coloque a gema em cima da clara, polvilhando com duas pedrinhas de sal e três singelos grãos de pimenta. Com uma colher, verta a manteiga douradinha (já castanha, se nos deixarmos de lirismos) sobre a gema. Quando a dita mostrar sinais de alguma bronzeado (em boa verdade a clara estará igual ao tom de pele de Jualiana Paes e a gema assumirá a política incandescência de Pocahontas) retire o ovo da frigideira e sirva. Melhor, trinque: hmmm, é em momentos como este que percebemos como o sexo anda sobrevalorizado. (...)

O ovo estrelado do Manuel S. Fonseca
, que dá todo um novo significado à expressão «eu só sei estrelar um ovo».