terça-feira, 21 de outubro de 2008

Milão, 2008

Atenção: este post pode conter níveis de concentração de bom gosto literário não recomendáveis a pessoas com corações fracos.

Milão, 2008, então. As expectativas, geradas por pessoas que claramente não percebem nada disto («ai, não é uma cidade muito bonita, é industrial, e mais não sei o quê»),* eram baixas, e portanto foi quase fácil à cidade de Ronaldo (1997-2002; 2007-2008) e Ronaldinho (2008-...) vencer e convencer. Primeira surpresa: as galerias Vittorio Emanuele II, que são um estrondoso sucesso, como comprova a foto seguinte:



Logo ali ao lado, a praça cheia de pombos e pessoas a atirar milho aos pombos e pessoas imigrantes a vender milho às pessoas que atiram milho aos pombos, actividade por mim registada neste belo momento:



Sobre a praça, o Duomo, exemplo maior do Gótico Flamejante, arquitectura de finais da Idade Média, a anunciar o Renascimento já aí ao virar da esquina. Não subimos lá acima, mas garantiram-nos que a vista que de lá se desfruta não anda muito longe disto:



E o que dizer das lojas, da moda, das grandes marcas capazes de deixar qualquer um convertido numa dessas pessoas que dão importância às marcas? Nada. Nada a dizer, apenas deixar para a posteridade uma dessas montras como ilustração:



Mas claro, como em qualquer cidade italiana, a grande vencedora é a gastronomia, de simples propósitos e complexos alcances. A pizza? Porque não? E o gelado? Pizza e gelado? Acontece que eu gosto muito, muito de pizza, tanto que cheguei de Itália ontem e hoje fui jantar ali na Rua do Jardim dos Regedores precisamente uma pizza, até porque estava atrasado para a minha reunião de condomínio. E já que falam nisso, aqui está uma foto de grupo do nosso condomínio:



Em suma: Milão foi das melhores surpresas que uma cidade conseguiu provocar em mim. Uma cidade equilibradíssima, com gente de todas as formas e feitios – das bonitas às extremamente bonitas, há de tudo – e com uma certa, vá lá, independência daquilo que já é, infelizmente, imagem de marca de Itália: americanos e japoneses. Japoneses que vi poucos, de facto, embora mesmo à frente no nosso hotel tenha conseguido fotografar um deles em amena cavaqueira com um local:



Nota: esta última foto não é um livro, é um queijo, veio na mala muito bem embaladinho para não deixar pivete na roupa toda.

Nota bastante honesta: o DeLillo não foi comprado em Milão, foi comprado na FNAC do Chiado. Esta é uma informação que eu não precisava de ter fornecido, mas a verdade acima de tudo, é o lema deste blogue.

Nota higiénica: reparem como eu fui capaz de não incluir pés nas imagens, habilidade não ao alcance de qualquer um.

Adenda: Post corrigido às 09:45 do dia 22-10-2008, depois de ter sido alertado por uma leitora quanto à minha ignorância.

* Grandes, grandes dúvidas sobre a validade desta vírgula aqui.