quarta-feira, 1 de junho de 2005

Sonhando acordado com locais distantes 22

O exagero. A hipérbole benigna que se transforma no meio previligiado de expressão. Não por escolha mas por fatalidade. Acaba por ser assim, sem ninguém dar por isso. E como está escrito não vale a pena se a escala não for alterada. Qual escala? Só a mera ideia de que existe uma escala pela qual se mede o bom-senso, o equilíbrio, a normalidade, dá vontade de tentar a aproximação ao ridículo. E se isso for conseguido? Afinal que o acusa não pode prová-lo. Não o pode provar porque não lhe conhece o sabor (se conhecesse a questão não se poria). Não o pode provar porque não se tratam de factos demonstráveis nem de números de confiar. Sobra só a cumplicidade no acto que justificará todas as grandezas. E exageros.