quinta-feira, 5 de abril de 2007

É claro que há questões

É claro que há questões que têm de ser postas em relação ao cartaz. Quem é que o pagou? Foi a RTP? Ou foram os quatro? Ou um terceiro, anónimo? Parece-me inviável ter sido a RTP a fazê-lo, seria institucionalmente inaceitável. Uma coisa é produzir programas de televisão de humor (sem censuras), outra é passar directamente à rua. Deixa lá isso, é o PNR, todos pensarão. Mas precisamente por ser o PNR é que devemos questionar. Porque, para o bem e para o mal, pronto, mais para o mal, a RTP é do Estado, e o seu orçamento serve para fazer televisão. Mesmo sendo o PNR (que, lembremos, é um partido político tão legal como qualquer outro) temos de concordar que aquele cartaz não é só humor, é também uma expressão política. Digo isto por ser o PNR, por não correr o risco de estar ofendido com qualquer coisa que me é próxima, que me mova especialmente. Não quero estragar a festa a ninguém, sobretudo àqueles que trabalham com vista para o Marquês e de quem tenho inveja. Mas isto já não é apenas um sketch sobre o Marcelo. E não pode ter sido a RTP a pagar o cartaz. É só isso.