terça-feira, 24 de abril de 2007

Mexia no Público

No sábado mexia em público no Público de sábado e fui de encontro a Mexia.

(Não resisti.)

Mexia foi apresentado aos sócios neste fim-de-semana, primeiro em crítica literária, depois em crónica. Este espectador que vos escreve só teve oportunidade de assistir à exibição de sábado e é sobre ela que fará o relato.

A crónica é um palco onde Mexia se solta mais, onde joga menos preso às indicações do treinador e às imposições da conjuntura, quase numa posição free-role. Nesta primeira exibição Mexia entrou confiante, não acusando a adaptação à nova equipa, mostrando entrosamento e agilidade. Foi uma exibição de um jogador maduro que não sente a necessidade de mostrar os truques todos do livro. Para quem o vê jogar há algum tempo percebeu que Mexia se mostrou interessado a dar-se a conhecer, com elegância, pulverizando o texto de referências que já se tornaram a sua imagem de marca: jogou para os novos, para os outros, para quem, porventura, o visse jogar pela primeira vez nesse dia, adeptos da nova equipa que até aí não teriam dado por ele. Mexia convenceu sem deslumbrar, recorrendo a muito do reportório que o trouxe até aqui. A saber: (1) «(...) o beijinho uno ou duplo (...)» ; (2) «(...) como meter conversa com alguém do sexo oposto (...)» ; (3) «(...) sou licenciado em Direito (...) chumbei vilmente no exame da ordem (...)»; (4) «(...) E fui jogar snooker. (...)»; (5) (...) «pertença à classe média (...) assim como comprar o Expresso. (...)» No entanto, notou-se uma ligeira mudança de estilo. Mexia aparece agora mais interessado na actualidade (jogou muito à volta do tema delicado do momento, a licenciatura e os graus académicos), mais no mundo, ainda que essa actualidade não seja o objectivo em si. Há uma subtileza nas intenções de Mexia, ensaiando jogadas que iludem o espectador, fingindo que vai para um lado para se perceber que afinal foi para o outro. Quem segue este praticante desde os tempos em que era uma «promessa» ficou descansado. Mexia sentiu-se rapidamente em casa. E, como sabemos, é em casa que Mexia melhor joga.