terça-feira, 24 de abril de 2007

Menino da mamã

(...) Creio que continuamos a não nos aperceber da importância de tomar partidos. A melhor coisa que a blogosfera me permitiu foi sentir que havia uma família ideológica à qual podia pertencer, sentir que haveria um pai para receber um filho pródigo como eu. As pessoas hoje desdenham dos lares, sejam eles ideológicos, religiosos ou meramente estéticos, porque gostam de se sentir órfãos. Gostam de cuspir na cara dos pais e estoirar a herança sem uma ponta de fidelidade genealógica. O que me agrada em outros, tão mais encantados pelo pathos de uma divisão que pelo abstracto universal de uma ética, é que nesses encontro a saudade de um colo parental. E um menino da mamã é sempre mais confiável que um cidadão do mundo.

Tiago Cavaco