Afinal o Boxing Day não foi inventado para comemorar o meu aniversário.
(São trinta: finalmente livre da obrigação de fazer coisas de jovem.)
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Experimentei dois segundos do mais puro surrealismo
«Em Hitchens, achava graça (...) à vontade de atacar figuras benquistas.»
Li: Em Hitchens, achava graça (...) à vontade de atacar figuras benfiquistas.
Li: Em Hitchens, achava graça (...) à vontade de atacar figuras benfiquistas.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Efeméride
Os adeptos do Sporting - que gostam de acusar o Sport Lisboa e Benfica de viver «às custas das glórias do passado» - celebram hoje o vigésimo quinto aniversário de um jogo contra o Sport Lisboa e Benfica pertencente ao calendário de um campeonato ganho pelo Sport Lisboa e Benfica.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A noite, o que é?
Os recém-nascidos são a luz da nossa vida, porque à noite não dá para mantê-la desligada por muito tempo.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
O Vasco
Preocupado com a falta de protagonismo familiar que a condição de segundo filho lhe poderia trazer, o Vasco decidiu nascer hoje, o dia em que os pais comemoram o quinto aniversário do seu casamento, e uma semana antes do previsto. Começa cedo a fazer pela vida. É assim mesmo, filho.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
A greve
Se os trabalhadores são as principais vítimas das medidas de austeridade, também são as principais vítimas das greves gerais, andando ao sabor do calendário político das centrais sindicais, onde o «interesse do trabalhador» é instrumental em favor do interesse do sincicato. Oiço Carvalho da Silva falar sobre os objectivos da greve e parece que oiço um indignado: ele quer «dar um sinal forte», e outras ambições temperamentais do género. Carvalho da Silva sabe aquilo que está em jogo e sabe que não é possível evitar a falência de Portugal sem que a classe média sofra com isso, e por isso foge da sua responsabilidade enquanto representante da classe trabalhadora e refugia-se numa atitude de líder espiritual inimputável. João Proença também tenta fazer a defesa dos trabalhadores apontando para uma «reforma estrutural» na máquina fiscal nacional que anule a «economia paralela», num discurso bastante mais interessante que o de Carvalho da Silva e que colhe a minha simpatia. Mas a reforma que fala João Proença não resolve o problema a curto prazo, que é o cumprimento, sem desvio algum, do estabelecido com o financiador único da economia portuguesa, a troika: no final de 2011, o défice terá de estar em 5,9%, o que significa um esforço brutal que exige medidas de resultados imediatos. As «reformas estruturais» terão de ser feitas, mas não há tempo para esperar pelos seus resultados. Sim, a classe média é «a principal afectada» pelas medidas de austeridade, mas a «classe média» somos todos nós: não dá para escaparmos todos aos pingos da chuva.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Man Utd 2 - 2 Benfica
Um mau resultado que obriga o Benfica a ganhar o último jogo para garantir o primeiro lugar, apesar de reconhecer que esta equipa simpática do Manchester United me surpreendeu pela positiva.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Uma das razões pela qual Pequenas Mentiras Entre Amigos falha - embora seja das menos relevantes, o filme falha por motivos mais sérios - é a banda sonora exclusivamente anglo-saxónica que parece sempre inserida a custo. Aquilo é uma espécie de mixtape que Guillaume Canet tinha no bolso no momento da montagem do filme e pronto. O que não quer dizer que não haja ali grandes canções, como é o caso desta magnífica Fistful of Love, de Antony and the Johnsons, uma canção que começa tímida (o som da gravação ajuda a esta intimidade de bar em fim de noite) mas que vai ganhando coragem para um descontrolo catártico. Não guardarei memória nenhuma do filme (com a excepção evidente de Marion Coutillard), mas sei que voltarei a este tema várias vezes.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Viva Paris
Woody Allen disse numa entrevista de promoção a Midnight in Paris que não se imagina mais feliz na Paris da década de 1920 por comparação a hoje, ou a qualquer época. A sua tendência para infelicidade resiste a qualquer contexto. Felizmente para nós, os filmes de Woody Allen não partilham dessa mundividência - na mesma entrevista, Woody Allen confessa que o realismo não vende bilhetes. Midnight in Paris é uma fábula para adultos que faz da década de 1920 uma época dourada de excelência para quem gosta de arte. É uma ternura infinita aquela que Allen usa para cobrir Hemingway, Gertrude Stein, os Fitzgerald (assim, como se fossem um casal amigo), Buñuel, Man Ray, Picasso («um génio!», diz o Hemingway de Allen, apesar de «não ser nenhum Miró») e um magnífico Adrien Brody no papel de Dalí. Esta gente toda faz parte do panteão artístico de Gil Pender, um argumentista de Hollywood que, apesar do sucesso comercial do seu trabalho, despreza aquilo que faz e sonha com uma carreira de romancista. O momento mais interessante do filme surge quando Gil é transportado à boleia de Adriana (ex-namorada de Picasso) para a sua própria era dourada, a belle époque de finais do século XIX, onde participam numa conversa com Toulouse Lautrec, Dégas e Gaugin sobre a decadência do presente (isto é, 1890) face à era dourada do renascimento («imaginem só o que seria pintar com Miguel Ângelo», diz, se não estou em erro, Dégas). Apesar de o fascínio pelo passado ser uma coisa relativamente recente na história da humanidade (só surgiu depois da História), percebemos que Woody Allen nos está a dizer que tudo o que vimos até aí é cinema, e que se estamos encantados com a Paris de 1920 isso se deve ao seu mérito enquanto cineasta, já que a Paris de 1920 não melhor do que a Paris de 1890, e assim sucessivamente. Mas se de um ponto de vista pessoal e psicológico a tese de que todos nós sonhamos com uma era dourada inexistente oferece pouca discussão, o mesmo não se poderá dizer dos sítios, neste caso de Paris, que atingiu o seu apogeu criativo precisamente no período que vai da belle époque ao fim da Paris de Hemingway e Gertrude Stein. E a melhor homenagem que se pode fazer a Woody Allen é que talvez um dia se olhe para a Nova Iorque da segunda metade do século XX como a era dourada da cidade de Woody Allen.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Vale tudo menos arrancar olhos
Durante muito tempo pensei que o melhor teste ao civismo dos meus compatriotas era feito ao volante. Enganei-me: o melhor teste ao civismo dos meus compatriotas é feito acompanhando as idas ao supermercado de uma grávida de termo.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
«Perdão» da dívida grega
Agora é ir buscar as espingardas e combater ferozmente os «gregos» nacionais que vierem defender um medida semelhante para Portugal.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Que se lixem as melés
Eu até gosto de rugby, e sobretudo da Nova Zelândia, mas logo por azar no dia da final do campeonato do mundo houve um Man. Utd. 1 - 6 Man. City e um Lecce 3 - 4 Milan, por exemplo.
Um outono repentino
Quem, como eu, viu na madrugada de domingo funcionários municipais a correr de um lado para o outro numa acção de limpeza das sarjetas da cidade, num esforço de ter pronta a tarefa a tempo das primeiras chuvas, percebeu tudo o que há para perceber da nossa crise financeira: estamos no fim de Outubro, mas ainda nos parece inverosímil a hipótese de chuva e vento.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O PEC IV (ou o brinquedo preferido do PS)
O chumbo do PEC IV foi apenas o pretexto para podermos substituir um primeiro-ministro demente e perigoso por outro com maiores probabilidades de ser levado a sério, porque era - e é - fundamental que o governo português tivesse alguma credibilidade junto do povo e das instituições internacionais. E ainda está por apurar o dano real causado ao país pelo segundo mandato de José Sócrates (vão ouvir os debates da campanha de 2009: comparado com o que disse então aos portugueses José Sócrates, as promessas quebradas por Passos Coelho em 2011 são brincadeira de criança.)
terça-feira, 18 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
O 15 de Outubro
Como diligentemente lembra anualmente o Tiago Cavaco, o 15 de Outubro fez nove anos. Que se crie uma Comissão para a Celebração do Decénio da Coluna Infame para que para o ano a festa se faça como deve ser.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Ricardo Carvalho
Durante o Dinamarca - Portugal de ontem, num dos vários momentos em que o comentário ao jogo passou por críticas à defesa nacional, o jornalista que estava a fazer o relato disse que, «sem desprimor por quem estava a jogar», havia «muitas baixas» na equipa. E depois de um momento de silêncio, adiantou «Pepe faz muita falta». Foi nisto que Ricardo Carvalho se transformou: num assunto tabu, como se uma qualquer referência ao seu nome pudesse ser encarada como falta de patriotismo. Mas a verdade é que a defesa de ontem era composta por segundíssimas escolhas: Eliseu (transformado numa espécie de concorrente de Fábio Coentrão por causa de um jogo contra a Islândia - a Islândia!), Rolando (o central mais sobrevalorizado de sempre), Bruno Alves (que quando não bate, não joga) e João Pereira (um miúdo esforçado mas sem andamento para a competição de alto nível). Mas não olhem para mim: eu tenho a mesma relação com a «selecção das quinas» que têm os convocados: de total indiferença.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
iMania
Vivo rodeado de produtos da Microsoft. A minha vida adulta passou-se toda no Windows. O PC é, sem dúvida, o objecto mais importante do mundo moderno. Mas por alguma razão, Steve Jobs está a ser lembrado como o grande santo da revolução tecnológica (por oposição, claro está, ao grande satã Bill Gates). Até o mais anti-capitaliasta dos vegetarianos deve estar comovido com a morte do pai da Apple. Isto tudo porque Jobs nunca conseguiu ter a cota de mercado que a Microsoft, fruto da qualidade dos seus produtos, teve e tem, o que lhe empresta uma certa dose de limpeza moral, se quisermos (ele luta contra o monopólio). E, não esqueçamos, Jobs esteve sempre longe de ser uma boa pessoa. Desde a morte da princesa Diana que não via tanta beatice.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
É o Outono a perder por falta de comparência
Divulgado esta manhã, o relatório anual sobre alterações climáticas do Complexidade e contradição revela que a temperatura média à superfície da terra subiu 9,3º no último ano. O estudo foi elaborado com base em três saídas à rua entre os dias 30 de Setembro e 3 de Outubro de 2011, e conclui que vamos morrer todos.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Até para a semana
«Não é só a vontade de impressionar os outros à custa de um estilo rebuscado. Quando escrevem, quase todos os adolescentes abusam das metáforas, porque ainda desconhecem a tremenda ambiguidade que persiste em tantas coisas concretas.»
Daniel
Daniel
sábado, 24 de setembro de 2011
Hulk
Tentou marcar dois golos do outro mundo na primeira parte. Na segunda parte, perdeu infantilmente aquela bola que permitiu o primeiro do Benfica. No fim do jogo, veio dizer que Cardozo deveria ter sido expulso. O mito caiu.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
uma atitude céptica perante as Grandes Abstracções
«Para os apressados obituaristas do termo, no entanto, a ironia é um trôpego sinónimo de narcisismo, cinismo, apatia e indiferença. A ironia que eles queriam enterrar era uma distorção estenográfica do termo, que pretende representar uma pose geralmente associada à "Geração X", vista não como um recurso retórico mas como uma atitude céptica perante as Grandes Abstracções (Deus, Amor, Patriotismo, Decência), e cujas raízes são encontradas numa espécie muito particular de pânico identitário: o medo do ridículo, da desilusão, da traição, da humilhação, mas também o medo de ser visto como sincero, comprometido ou sentimental.»
Rogério Casanova, «Seinfeld e oposto da ironia», Ípsilon de hoje
Rogério Casanova, «Seinfeld e oposto da ironia», Ípsilon de hoje
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Os Salto
Electro-pop feito como deve ser por dois rapazes do Porto nascidos na década de 90, que fazem dos seus concertos umas das boas razões para estar vivo. Ou seja, uma banda para envergonhar todas as outras. E não dá para guardar rancor porque eles são, como é?, impecábeis.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Pena mata bola
Se isto não é a melhor coisa que aprendi em embalagens de material de escritório, então não sei qual é a melhor coisa que aprendi em embalagens de material de escritório: na língua malaia, «caneta esferográfica» diz-se «pena mata bola».
(Uma visita ao tradutor do google revela que o malaio é uma língua muito curiosa.)
(Uma visita ao tradutor do google revela que o malaio é uma língua muito curiosa.)
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Um prémio copy / paste
Atribuir o Prémio Secil a Eduardo Souto de Moura no ano do Pritzker não faz qualquer espécie de sentido. Não está em causa a qualidade da obra premiada (a Casa das Histórias Paula Rego), que assume particular relevância no percurso de Souto de Moura, mas sim a atribuição de um prémio que se torna irrelevante para o premiado (é a terceira vez que Souto de Moura recebe o Secil) e que desprestigia o júri, que faz um trabalho preguiçoso e perde uma oportunidade de surpreender (quem não se lembra do Secil atribuído a Pedro Maurício Borges?) Enfim.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Pedro Vieira de Almeida
Cruzei-me com Pedro Vieira de Almeida (1933-2011) duas ou três vezes na faculdade, por onde passou na condição de orador convidado, e, sem saber bem porquê, simpatizei imediatamente com ele. Talvez pela frontalidade com que falava da sua paixão pela arquitectura e do seu gosto pela polémica. Em 1970 organizou, na Gulbenkian, uma exposição dedicada a Raúl Lino sob o corajoso título «Raúl Lino, Arquitecto Moderno», o que lhe valeu alguns dissabores mas também um lugar na história como o primeiro a reconhecer a importância da obra de Raúl Lino no meio da tralha do antigo regime. Lembro-me de assistir a uma defesa acalorada da obra de Siza Vieira onde Pedro Vieira de Almeida recorreu a uma comparação com Frank Gehry, dizendo que havia «mais arquitectura num metro quadrado da igreja de Marco de Canavezes do que no Guggenheim inteiro». Morreu um dos bons.
O 11 de Setembro
Mais do que motivações políticas ou ideológicas (o Pedro Mexia diz na Única desta semana que «Não somos todos americanos» e tem toda a razão), aquilo que me liga - e a tantas outras pessoas - ao 11 de Setembro é a cidade de Nova Iorque. Por muito que se invoque uma ideia de ocidente que liga os dois lados do atlântico, se tivessem sido as Sears não seria a mesma coisa - ainda que Chicago seja uma espécie de segundo ensaio sobre o mesmo tema. Nova Iorque não é apenas a menos americana das cidades americanas, é sobretudo a cidade mais reconhecida do mundo, a cidade que mais facilmente abre as portas a quem vem de fora. Mesmo para quem nunca a visitou, é quase impossível não ter com Nova Iorque uma relação de familiaridade que se deve a uma identificação cultural epidérmica que nos foi implantada sobretudo pelo cinema, que fez do «século americano» (Mexia outra vez) que foi o século XX o século nova iorquino. Isto fez dos ataques do 11 de Setembro uma ferida imediata que antecedeu todas as elaborações de cariz intelectual a que a tragédia se prestou: antes do ataque ao «estilo de vida», foi um ataque ao nosso bairro; antes de um ataque à «democracia», foi um gigantesco ataque simultâneo a todas as cidades do mundo. Quando nos foi explicada a magnitude simbólica do atentado já todos o tínhamos sentido na pele.
Visitei Nova Iorque por duas vezes, uma antes (2000) e outra depois (2006). Da segunda vez passei pelo ground zero, e, mesmo tendo lá estado anteriormente, fiquei sem palavras ao ver o enorme buraco das obras. Um buraco que parecia maior do que a memória que guardava das torres, que tinham uma escala absurda, quase impossível. Mas aquilo que mais me marcou foi a ausência das torres das vistas de onde elas se mostravam, que era quase de todo o lado da zona sul de Manhattan. Eram dois edifícios arquitectonicamente pouco interessantes mas urbanisticamente decisivos na leitura da cidade: a nossa localização podia quase sempre ser deduzida relativamente a elas. O seu desaparecimento brutal foi uma decapitação a sangue frio que alterou, em duas horas, o skyline do mundo todo.
Os trabalhos de reconstrução que têm vindo a ser feitos - mesmo com todas as indefinições causadas por polémicas de projecto e dificuldades financeiras - têm como objectivo a cicatrização de algo quase impossível de cicatrizar. Um dia voltarei a Nova Iorque, quem sabe para mostrar aos meus filhos um bocado da história que também será deles.
Visitei Nova Iorque por duas vezes, uma antes (2000) e outra depois (2006). Da segunda vez passei pelo ground zero, e, mesmo tendo lá estado anteriormente, fiquei sem palavras ao ver o enorme buraco das obras. Um buraco que parecia maior do que a memória que guardava das torres, que tinham uma escala absurda, quase impossível. Mas aquilo que mais me marcou foi a ausência das torres das vistas de onde elas se mostravam, que era quase de todo o lado da zona sul de Manhattan. Eram dois edifícios arquitectonicamente pouco interessantes mas urbanisticamente decisivos na leitura da cidade: a nossa localização podia quase sempre ser deduzida relativamente a elas. O seu desaparecimento brutal foi uma decapitação a sangue frio que alterou, em duas horas, o skyline do mundo todo.
Os trabalhos de reconstrução que têm vindo a ser feitos - mesmo com todas as indefinições causadas por polémicas de projecto e dificuldades financeiras - têm como objectivo a cicatrização de algo quase impossível de cicatrizar. Um dia voltarei a Nova Iorque, quem sabe para mostrar aos meus filhos um bocado da história que também será deles.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
The Printed Blog Portugal
Ainda ninguém me convidou para escrever na The Printed Blog Portugal - apesar de já estar fechado o segundo número - o que é um bom indicador da qualidade daquela publicação.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
No próximo sábado
Estaremos com o António Fontes, os Asterisco Cardinal Bomba Caveira, os Salto e os Pontos Negros, no Parque Palmela, que é, como o nome indica, em Cascais. Ide a correr comprar os bilhetes que a causa é nobre.
Como e quando pensar
«(...) No seu melhor, é isto que a voz de David Foster Wallace consegue fazer: alojar-se no interior das nossas cabeças, e mostrar-nos como e quando pensar. Ao lê-lo, respiramos ao mesmo ritmo, e reaprendemos a encarar o acto de pensar de forma complexa como uma função vital. A voz de Foster Wallace é um dos mais eficazes mecanismos desenvolvidos pela literatura para prestar atenção a tudo, e para confessar todo o cadastro de embaraços privados e golpes de asa que os nossos mecanismos de protecção aprenderam a ocultar ou que as nossas limitações não permitem articular. (...)»
«Um templo não feito por mãos», Rogério Casanova, Ípsilon de 2.09.2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
What could have been so disrespectful
So what could have been so disrespectful and hurtful to his dignity that it would make Carvalho immediately walk out? Did they make him act as Ronaldo's personal gel receptacle? Did he finally realize that Nani isn't Michael Jackson after all and all those autographs are now worthless? Or did Pepe shove his head in a toilet and repeatedly kick him in the back? We may never know.
No Dirty Tackle.
No Dirty Tackle.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Ricardo Gomes
Ao ler a notícia sobre o seu AVC, fui ver quantos jogos pelo Benfica fez o Ricardo Gomes. Comecei a ver futebol a sério quando o Ricardo Gomes estava no Benfica, e quando o Ricardo Gomes estava no Benfica o Benfica jogava futebol a sério. O Ricardo Gomes é, portanto, uma das minhas referências afectivas no Benfica; faz parte do grupo de jogadores cujo AVC me deixa com um aperto no coração. Dizia, fui ver quantos jogos fez o Ricardo Gomes pelo Benfica: 100. 100 redondos, segundo a Wikipedia. É muito pouco, é um número que me surpreende pela escassez. Na minha minha memória o Ricardo Gomes tinha feito 500 jogos pelo Benfica. Sobretudo se compararmos com os 300 de Luisão, também defesa-central, também brasileiro, também - muito provavelmente - uma referência afectiva para quem começou a ver futebol, digamos, 15 anos depois de mim, os 100 jogos do Ricardo Gomes não parecem dignos de nota. Mas os ídolos não se substituem, não cedem à estatística, não estão disponíveis para serem constantemente reavaliados. E os jogadores como o Ricardo Gomes precisam de quem os tem como ídolos para não cairem no esquecimento, para não ficarem perdidos na sombra dos arquivos históricos. Tenho de falar do Ricardo Gomes aos meus filhos.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
O jogo contra o «Twenty»
O melhor do jogo chegou com o terceiro golo, como confirmação daquilo que já se suspeitava: o melhor do Benfica para 2011-2012 irá passar por aquilo que Aimar e Witsel forem capazes de fazer. E, já agora, também deu para perceber que Cardozo é muito mais do que apenas «golo».
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
O melhor
«De facto (...) os protestos permitiram mostrar o melhor do catolicismo...»
Palmira F. Silva, num post que permite mostrar o melhor de Palmira F. Silva.
Palmira F. Silva, num post que permite mostrar o melhor de Palmira F. Silva.
Dani Alveses
Esta equipa do Barcelona é tão irritante que está em aberto a hipótese de eu vir a torcer pelo Porto na final da super-taça europeia.
What The Fuck with Marc Maron
What The Fuck with Marc Maron é um podcast criado por Marc Maron em 2009, após ter visto um programa seu cancelado numa rádio qualquer. As gravações começaram nas instalações da rádio, de madrugada, fazendo uso do cartão de acesso que Maron não devolveu, e ao fim de algum tempo passaram para a sua garagem, por onde tem passado a elite da comédia norte-americana. A ideia é simples: Maron convida comediantes seus amigos e conhecidos para uma conversa livre, que não tem por objectivo ter graça. E quando o comediante está solto da sua obrigação profissional, facilmente surgem à superfície todos os problemas não resolvidos e as fragilidades emocionais que explicam o recurso ao humor. Nem todos os comediantes têm problemas e nem sempre a qualidade de um comediante está ligado ao nível de perturbação mental que o aflige, mas essa relação é frequente, e os episódios de WTF with Marc Maron são tão melhores quanto o grau de intimidade que é estabelecido entre as duas pessoas que participam na conversa. Um dos melhores episódios que ainda estão on-line é o de Todd Hanson, o escritor mais antigo do The Onion, onde o assunto da sua tentativa de suicídio em 2009 é relatada com uma sinceridade desarmante. A partir daqui, é partir à descoberta.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Rui Miguel Tovar
Os textos de Rui Miguel Tovar no i (como por exemplo este sobre Gigi Meroni que li em férias) fazem parte do melhor que se pode ler na imprensa portuguesa.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Londres (4)
Blogosfera que posta canções britpop, rock, pós-rock, punk e pós-punk com «London», «burning», «riot», «anarchy» e etc. no título: a miudagem dos motins nunca ouviu uma canção de guitarras na vida. São mundos pararelos, vasos não comunicantes.
Londres (3)
Porque este é um ataque com motivações raciais - ainda ontem um lojista indiano relatava que só as lojas de «asiáticos» e «brancos» estavam a ser atacadas - mascaradas de insatisfação social, a extrema-direita esfrega as mãos de contente. Pior do que os danos materiais já causados, o possível crescimento político de grupos xenófobos pode ser uma das consequências mais desastrosas destes motins.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Londres
O que se está a passar em Londres - perante uma estranha passividade do poder político (é assim tão complicado enviar o exército para a rua?) - mostra bem que sem segurança não há liberdade. Que a sociologia fique à porta da solução, é o que desejo.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
A Arte de Morrer Longe
«Era deste jaez (feliz palavra árabe, cada vez menos usada e cujo significado vem em todos os dicionários e bela expressão tão rafada em tempo de letras mais bojudas, que qualquer escritor, com uma única excepção, hesitaria em usá-la), era deste jaez, dizia (fórmula de repetição também recuperada do arsenal literário e que se destina a evitar que a atenção do leitor se distraia e comece a pensar noutras coisas, nanja no essencial), dizia (embora antes seja meu dever chamar a atenção para este magnífico "nanja", que não é de origem japonesa, mas sim de etimologia facilmente descortinável) e tendo-me eu esquecido da continuação da frase vou retomá-la, desde o início com vossa licença.»
A Arte de Morrer Longe, Mário de Carvalho
A Arte de Morrer Longe, Mário de Carvalho
Basta ao mundo moderno desencantado ser narrado pelo narrador dos livros de Mário de Carvalho para que tudo lhe seja perdoado.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
O SLB
Henrique, o 4-1-3-2 já era. Ou muito me engano, ou irá ser assim:
Artur;
Capdevilla (até meio da época, depois entra o brasileiro que ainda consegue correr), Garay, Luisão e Maxi;
Javi Garcia e Witsel (de longe a melhor contratação do ano);
Nolito (vê-se que o miúdo quer agarrar a oportunidade de jogar num grande), Gaitán e Perez;
Cardozo.
Com o Aimar, o Saviola e o Jara à espreita, o Mora emprestado (o que é pena), o Rodrigo a suplente do Cardozo e o Gordo César recambiado para o Brasil no primeiro avião.
E ainda está a falar um central e um lateral direito.
Artur;
Capdevilla (até meio da época, depois entra o brasileiro que ainda consegue correr), Garay, Luisão e Maxi;
Javi Garcia e Witsel (de longe a melhor contratação do ano);
Nolito (vê-se que o miúdo quer agarrar a oportunidade de jogar num grande), Gaitán e Perez;
Cardozo.
Com o Aimar, o Saviola e o Jara à espreita, o Mora emprestado (o que é pena), o Rodrigo a suplente do Cardozo e o Gordo César recambiado para o Brasil no primeiro avião.
E ainda está a falar um central e um lateral direito.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
O código de vestuário da Católica
Estranho que quem se indigna contra o código de vestuário da Católica pareça estar convencido de que fala em nome da maioria das pessoas - sendo que, na sua maioria, são pessoas que nunca estudariam na Católica por uma questão de princípio. Sou contra, evidentemente (sou contra qualquer proibição do decote, seja em que circunstâncias for), mas não acho assim tão evidente que esta tenha sido uma má decisão da Católica (cá estaremos para o avaliar). É uma instituição privada que tomou uma decisão que só afecta quem lá estuda e trabalha. Com a liberdade vem a tolerância, ó libertinos.
(Bom, não é bem um código, é mais uma lista de recomendações.)
(Bom, não é bem um código, é mais uma lista de recomendações.)
Pré-época
O ódio de Pinto da Costa ao Benfica levou-o a gastar 23 milhões de euros em laterais. Isto, para os jornais, é uma «vitória».
terça-feira, 19 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
SBSR
Apesar de toda a gente à minha volta repetir a ideia de que aquele não era um «público para Walkmen», o concerto foi, by far, o melhor do dia: depois de Hamilton Leithauser (semi-deus) tudo pareceu brincadeira de criança (e de certo modo foi: Zach Condon e Alex Turner nasceram em 1986). Na memória registo o som algo difuso dos Tame Impala (ainda à procura de concentração), um ou outro bom momento de Lykke Li (embora geralmente aborrecido), e um monumental bocejo que foi o concerto de Beirut, onde o trabalho técnico de som também não ajudou. Os Artic Monkeys deixei-os para os miúdos que circulavam com Bongos no farnel.
O indie é giro, mas fica-se com a sensação de que teria sido preferível estar na concentração motard de Faro para os Iron Maiden.
(P.S.: Cruzei-me no público com membros de muitas bandas portuguesas que teriam dado concertos bem melhores do aquilo que se viu ontem.)
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Amanhã, 20:20, ali no Meco
(Vai ser impossível repetir o concerto do Coliseu, mas ainda assim é isto, é isto.)
terça-feira, 12 de julho de 2011
O resto são números
Tudo se resume a uma capacidade de organização: a Grécia não sabe organizar-se, Portugal não sabe organizar-se, e quem já foi a Itália sabe perfeitamente que os italianos não sabem organizar-se. O resto são números.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
A música portuguesa a gostar dela própria
Vejam lá se aparecem que é à borla:
Sábado, 9, 19:30 - FNAC Alfragide;
Segunda-feira, 11, 21:30 - FNAC Colombo;
Quarta-feira, 20, 19:30 - FNAC Chiado;
Quinta-feira, 21, 22:00 - FNAC Vasco da Gama;
E amanhã, embora sem a minha presença, vamos estar no Miradouro de São Pedro de Alcântara entre as 19:00 e as 22:00 a pôr discos a tocar.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
A lixeira
Tenho, como a maioria dos portugueses, um empréstimo e uma hipoteca junto de um banco português onde tenho concentrados todos os meus os assuntos, vá, financeiros. Por motivos pessoais não relacionados com o espectacular desempenho financeiro das minhas aplicações a prazo, vou ser obrigado a relocalizá-las para outra instituição bancária. Não estou descontente com este banco e tenho pena de ter que fazer esta alteração. Como não conheço o sistema bancário, tenho perguntado a pessoas que o conhecem sobre o melhor destino a dar às minhas poupanças. A resposta tem sido sempre a mesma: põe num banco estrangeiro, põe no Deutshe, que agora até deixou de estar vinculado à lei portuguesa, põe no Santander, ou no Banco do Brasil, ou sei lá, não ponhas é num banco português. E tenho assistido a pessoas que têm feito exactamente isso: têm retirado o dinheiro que têm em bancos portugueses para o pôr em bancos estrangeiros. Ao mesmo tempo que fazemos isto, vamos acusando o governo e a senhora Merkel pela descida de rating da república. Ou seja, estamos a deitar o lixo todo no quintal e agora estamos espantados que aquilo se tenha tornado numa lixeira. Portugal definha porque deixou de ser amado pelos portugueses. Nisto, os livros de auto-ajuda têm razão: se tu não gostares de ti próprio, ninguém gostará.
terça-feira, 5 de julho de 2011
A pré-época do Benfica
Tanto argentino e o melhor negócio de sempre é um puto das caxinas contratado por duzentos mil contos.
No pussy blues
Há várias coisas que me fascinam neste vídeo:
- o facto de eu não ser um fã de Nick Cave até ao fim-de-semana passado;
- Warren Ellis e o seu mandocaster;
- as barbas (e o bigode);
- a realização do Later que percebe na perfeição o artista que está a filmar;
- o tema.
Damn.
domingo, 3 de julho de 2011
An inexplicable sense of longing
The loss of my father, I found, created in my life a vacuum, a space in which my words began to float and collect and find their purpose. The great W.H. Auden said "The so-called traumatic experience is not an accident, but the opportunity for which the child has been patiently waiting – had it not occurred, it would have found another- in order that its life come a serious matter." The death of my father was the "traumatic experience" Auden talks about that left the hole for God to fill. How beautiful the notion that we create our own personal catastrophes and that it is the creative forces within us that are instrumental in doing this. We each have a need to create and sorrow is a creative act. The love song is a sad song, it is the sound of sorrow itself. We all experience within us what the Portuguese call Saudade, which translates as an inexplicable sense of longing, an unnamed and enigmatic yearning of the soul and it is this feeling that lives in the realms of imagination and inspiration and is the breeding ground for the sad song, for the Love song is the light of God, deep down, blasting through our wounds.
The Love Song Lecture, Nick Cave (1999)
The Love Song Lecture, Nick Cave (1999)
sábado, 2 de julho de 2011
Aos dois dias do mês de Julho do ano de dois mil e onze
Um senhora que a RTP apresenta como «formadora de etiqueta e protocolo», convidada a comentar a cerimónia de casamento do CEO da offshore do Mónaco, acaba de usar, em directo, a expressão «missa domingueira».
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Estou há mais de um ano nesta casa e ainda não tenho uma estante em condições, por isso
O Luís Serpa enviou-me aquilo dos livros. Vou tentar responder com rigor, profundidade existencialista, e um subtil mas acertado humor.
1. Existe um livro que relerias várias vezes?
Releria? Qual é a condição subjacente ao tempo verbal? Não sabemos, isto começa bem. Se me perguntam qual o livro que eu acho que deveria ler várias vezes, digo a Bíblia Sagrada. Se me perguntam qual o livro que provavelmente mais vou reler ao longo da vida, então arrisco o O Livro de Pantagruel. O livro que eu li mais vezes até hoje foi a Aparição, do Virgílio Ferreira, mas não sei muito bem porquê (quatro vezes, devo ter passado por uma fase existencialista na adolescência, não vamos falar mais disto, por favor).
2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Não. Quase todos os livros que começo não acabo, mas nunca insisto.
3. Se escolhesses um livro para ler no resto da tua vida, qual seria?
O Livro de Pantagruel. Mas no dia em que me aperceba desse conceito que é «o resto da minha vida» nunca mais leio nada.
4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
Anna Karenina.
5. Que livro leste cuja “cena final” jamais conseguiste esquecer?
Fácil, fácil, fácil: The Comfort of Strangers, do Ian McEwan, perdão, Ian Macabre.
6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Tenho um historial de intestinos teimosos, portanto desde criança que a leitura assume um papel fundamental no meu bem estar fisiológico. Mas vamos lá, li a Agatha Christie toda, e o Conan Doyle (isto é, o Poirot e o Sherlock Holmes), e uma colecção para rapazes chamada The Hardy Boys. E Os Cinco, claro. O que eu não li nunca foi aquela colecção escrita pela ex-ministra da Educação, sempre achei aquilo muito apatetado.
7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
Vargas Llosa disse um dia que uma das coisas de que se arrependia de ter feito na sua juventude foi o de achar que tinha de ler os livros até ao fim. Eu achei isso muito bonito, e desde então nunca li nenhum livro chato até ao fim.
8. Indica alguns dos teus livros preferidos.
Não tenho livros preferidos, mas há alguns autores de que gosto sempre: Martin Amis, Mário de Carvalho, Michael Lewis, Somerset Maugham, David Lodge, Eça de Queiroz.
9. Que livro estás a ler?
Mao: The Unknown Story e Him With His Foot In His Mouth. E O Livro de Pantagruel.
10. Indica dez amigos para responderem a este inquérito.
Se o Rogério Casanova ainda tivesse um blogue gostava muito de assistir às suas respostas.
1. Existe um livro que relerias várias vezes?
Releria? Qual é a condição subjacente ao tempo verbal? Não sabemos, isto começa bem. Se me perguntam qual o livro que eu acho que deveria ler várias vezes, digo a Bíblia Sagrada. Se me perguntam qual o livro que provavelmente mais vou reler ao longo da vida, então arrisco o O Livro de Pantagruel. O livro que eu li mais vezes até hoje foi a Aparição, do Virgílio Ferreira, mas não sei muito bem porquê (quatro vezes, devo ter passado por uma fase existencialista na adolescência, não vamos falar mais disto, por favor).
2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Não. Quase todos os livros que começo não acabo, mas nunca insisto.
3. Se escolhesses um livro para ler no resto da tua vida, qual seria?
O Livro de Pantagruel. Mas no dia em que me aperceba desse conceito que é «o resto da minha vida» nunca mais leio nada.
4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
Anna Karenina.
5. Que livro leste cuja “cena final” jamais conseguiste esquecer?
Fácil, fácil, fácil: The Comfort of Strangers, do Ian McEwan, perdão, Ian Macabre.
6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Tenho um historial de intestinos teimosos, portanto desde criança que a leitura assume um papel fundamental no meu bem estar fisiológico. Mas vamos lá, li a Agatha Christie toda, e o Conan Doyle (isto é, o Poirot e o Sherlock Holmes), e uma colecção para rapazes chamada The Hardy Boys. E Os Cinco, claro. O que eu não li nunca foi aquela colecção escrita pela ex-ministra da Educação, sempre achei aquilo muito apatetado.
7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
Vargas Llosa disse um dia que uma das coisas de que se arrependia de ter feito na sua juventude foi o de achar que tinha de ler os livros até ao fim. Eu achei isso muito bonito, e desde então nunca li nenhum livro chato até ao fim.
8. Indica alguns dos teus livros preferidos.
Não tenho livros preferidos, mas há alguns autores de que gosto sempre: Martin Amis, Mário de Carvalho, Michael Lewis, Somerset Maugham, David Lodge, Eça de Queiroz.
9. Que livro estás a ler?
Mao: The Unknown Story e Him With His Foot In His Mouth. E O Livro de Pantagruel.
10. Indica dez amigos para responderem a este inquérito.
Se o Rogério Casanova ainda tivesse um blogue gostava muito de assistir às suas respostas.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Angélico
A Visão fez uma capa que diz «A Maldição da Fama» e um pouco por todo o lado a ideia repete-se: Angélico foi «vítima» da «fama». Mais uma, e vão buscar-se as imagens de James Dean ao arquivo. Curiosamente, o tom destas reportagens serve para celebrar o famoso e condenar o fã: o «famoso» com «vítima» e o fã como predador, sempre. Mas nada disto tem a ver com a morte de Angélico Vieira, não foi a «fama» que o matou: foram as estradas portuguesas, que são famosas por não distinguir o pedigree das suas vítimas. Que sirva de exemplo aos desmiolados.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Agora um post sobre a geopolítica magrebina
Esqueçam tudo o que leram online sobre o assunto e vão por mim: a proporção correcta para se cozinhar o couscous é de uma parte de couscous para dois terços de água (antes da fervura). E os cinco minutos de repouso podem ser encurtados para três. Cozinhado assim (incorporado assim), o couscous fica solto e recebe graciosamente as amêndoas e as passas fritas (fritas ao de leve sobre azeite) sem as engolir à bruta. Não precisam de agradecer, estamos aqui uns para os outros.
domingo, 26 de junho de 2011
Pára tudo
Já saiu o livro do Jorge Calado e ninguém me tinha avisado! E já que aqui estamos, aproveito para dizer que vou deixar de ser amigo de toda a gente que não leia este livro.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
The Erlend Øye show
Já está disponível o podcast com o Mexetape que fizemos na Vodafone FM. Acaba com este «Islands», mas pelo meio há muita coisa boa para vocês.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
«Ciência»
Pedro Magalhães:
«(...) Perguntam-me por e-mail se não deveria incluir o programa do CDS-PP. Mas o programa eleitoral do CDS-PP , em 75 páginas, não menciona a palavra "ciência" uma única vez, e das seis vezes que aparece a palavra "investigação", quatro delas é a propósito de investigação criminal...»
«(...) Perguntam-me por e-mail se não deveria incluir o programa do CDS-PP. Mas o programa eleitoral do CDS-PP , em 75 páginas, não menciona a palavra "ciência" uma única vez, e das seis vezes que aparece a palavra "investigação", quatro delas é a propósito de investigação criminal...»
terça-feira, 21 de junho de 2011
Bon Iver
Há uma hipótese em aberto de o Justin Vernon não ser o maior gajo de todo o sempre, mas é muito remota.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
O novo governo
Vamos lá então.
Finanças – Vítor Gaspar
Finanças – Vítor Gaspar
Académico brilhante, currículo europeu, liberal convicto, totalmente desconhecido do meio jornalístico: sim, estou a aplaudir de pé.
Economia e Emprego – Álvaro Santos Pereira
Negócios Estrangeiros – Paulo Portas
Justiça – Paula Teixeira da Cruz
Administração Interna – Miguel Macedo
Assuntos Parlamentares, Autarquias e Desporto – Miguel Relvas
Educação e Ensino Superior – Nuno Crato
Segurança Social – Pedro Mota Soares
Agricultura, Ambiente e Território – Assunção Cristas
Saúde – Paulo Macedo
Defesa – Aguiar-Branco
Economia e Emprego – Álvaro Santos Pereira
É impressão minha ou Álvaro Santos Pereira expressa-se mal em português? Dizem que tem um currículo que «fala por si», mas nunca consegui respeitar o blogue dele como parece que devia. E tenho um livro dele cá em casa que comprei na feira do livro de Tavira do qual apenas consegui ler uma página.
Negócios Estrangeiros – Paulo Portas
Por definição, o MNE é sempre o mais popular dos ministros. Nada a dizer.
Justiça – Paula Teixeira da Cruz
Na minha humilde e desinformada opinião, uma péssima escolha. Mas reconheço que se trata de uma embirração provavelmente não fundada. Ou não.
Administração Interna – Miguel Macedo
O Miguel Macedo não é uma boa escolha, mas também não é má. É tipo um Fernando Negrão com uma voz de rádio.
Assuntos Parlamentares, Autarquias e Desporto – Miguel Relvas
Miguel Relvas tinha de ficar com um ministério. Calhou este.
Educação e Ensino Superior – Nuno Crato
O único nome que coincide com o meu esquisso do onze ideal. Ainda bem que o professor Nuno Crato aceitou. É também o mais velho, dado que consegue a proeza de acrescentar autoridade ao seu nome.
Segurança Social – Pedro Mota Soares
Este gajo está bem lixado, está.
Agricultura, Ambiente e Território – Assunção Cristas
Mãe de não sei quantos, doutorada em não sei quê, pouco mais velha que o André Villas-Boas: ela diz que não percebe nada da área que agora assume mas que a vai estudar com afinco e que os resultados aparecerão. E nós acreditamos.
Saúde – Paulo Macedo
Paulo Macedo foi contratado para os impostos a ganhar cinco vezes o salário de ministro. Saiu em ombros, com duas orelhas e um rabo. Foi administrador da Médis, que serve como «currículo», mas ninguém perguntou nada. Palmas outra vez.
Defesa – Aguiar-Branco
Aguiar-Branco tem aquela qualidade de parecer adequado a qualquer cargo. Teve 3% dos votos nas directas no PSD, mas incrivelmente a sua carreira política ganhou um certo fôlego com isso. Tem a vantagem de ninguém estar interessado na «Defesa».
O Ministério da Cultura foi extinto (uma decisão sobre a qual me faltam estudos para ter opinião) e a secretaria de estado entregue a Francisco José Viegas, que é assim uma espécie de anti-Gabriela Canavilhas (sempre no bom sentido).
Temos governo, vamos a eles, isto é para ganhar.
Já volto para fazer a devida «apreciação» ao plantel governativo para 2011/2015
Gabriela Canavilhas «tem a certeza» de que a extinção do Ministério da Cultura «preocupa os portugueses». É isso, é.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Tour nortenha
Este fim-de-semana os Trêsporcento apresentam «Hora Extraordinária» na região do grande Porto:
Sexta-feira, 17 de Junho, pelas 22h00, na FNAC do MarShopping;
Sábado, 18 de Junho, pelas 17h00, na FNAC de Sta. Catarina;
Sábado, 18 de Junho, pelas 22h00, na FNAC do NorteShopping;
Domingo, 19 de Junho, pelas 17h00, na FNAC do GaiaShopping.
Portanto, é aparecer.
Entrentanto, passa hoje às 22:00 na Vodafone FM uma mexetape que o Joaquim Albergaria fez connosco. Oiçam.
Sexta-feira, 17 de Junho, pelas 22h00, na FNAC do MarShopping;
Sábado, 18 de Junho, pelas 17h00, na FNAC de Sta. Catarina;
Sábado, 18 de Junho, pelas 22h00, na FNAC do NorteShopping;
Domingo, 19 de Junho, pelas 17h00, na FNAC do GaiaShopping.
Portanto, é aparecer.
Entrentanto, passa hoje às 22:00 na Vodafone FM uma mexetape que o Joaquim Albergaria fez connosco. Oiçam.
Yes you can
You Can't Win Charlie Brown: Fleet Foxes meets Bon Iver meets Sufjan Stevens meets sei lá eu que mais; Portugal nunca tinha visto nada assim.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Imprensa
Estou um bocado confuso. Ajudem-me: o Dedé é o próximo central do Benfica ou o novo secretário de estado para as comunidades?
quinta-feira, 9 de junho de 2011
O Bloco de Esquerda
O Bloco de Esquerda continua a insistir na ideia de que «a mensagem não passou». Não lhes passa pela cabeça que a mensagem tenha passado muito bem e que tenha sido apenas rejeitada.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
O novo governo
O único nome que interessa é o das finanças. Será vice-primeiro-ministro, ou ministro de estado, mas na prática será a pessoa mais influente no governo e no país, mais até do que o primeiro-ministro. Para além de ter de ser um técnico reconhecido e com uma grande capacidade de execução, defendo que tem de ser, acima de tudo, um pedagogo: vai ser preciso explicar regularmente ao país aquilo que se vai fazer e porquê, mostrando que todas as medidas são necessárias para o objectivo a cumprir. Será impossível fazer tudo o que tem de ser feito contra os portugueses. Convém que seja uma figura simpática, isto é, que não gere anti-corpos à partida. Que fale pausada e correctamente. Que não tenha passado os últimos anos a demonizar o PS. De todos os nomes até agora falados, apenas um enquadra no perfil: Vítor Bento. Vamos ver.
terça-feira, 7 de junho de 2011
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Em democracia não há vitórias morais
PS: A votação do PS é uma votação normal para um partido que esteve os últimos dois anos no governo a fazer cortes de despesa e aumentos de impostos sem precedentes em tempos recentes. Alie-se isso ao enorme desgaste que a figura antipática de Sócrates tinha acumulado e quase que somos obrigados a concordar com Ferro Rodrigues, quando diz que «esperava a maior derrota de sempre».
PSD: Apesar de Passos Coelho ter acabado bem a campanha (e não nos podemos esquecer do debate com Sócrates que terá sido o momento decisivo), o PSD beneficiou de muita coisa junta. Beneficiou das sondagens - conheço muita gente que foi votar ontem convencido de que estava em risco a vitória do PSD -, beneficiou do voto descontente - e grande parte do voto descontente vem da função pública, ou seja, um mar de gente que vai rapidamente ser desiludida pelo PSD - e beneficiou de um erro clamoroso de Paulo Portas: não se pode anunciar que se é candidato a primeiro-ministro de boné.
CDS: Seja como for, foi um óptimo resultado para o CDS. Conseguiu ganhar três deputados num cenário de forte crescimento do PSD, algo inimaginável há alguns anos. Conheço muita gente que votou pela primeira vez no CDS, gente que vota tradicionalmente no PSD. Foi Portas quem retirou a maioria absoluta a Passos Coelho.
CDU: Mais uma grande vitória eleitoral do PCP e do seu atrelado semântico, a Heloísa Apolónia.
BE: O Bloco de Esquerda conseguiu a proeza de ser o grande derrotado da noite. Perdeu metade dos deputados e não conseguiu um único voto oriundo do PS. O Bloco está num beco sem saída, e muito provavelmente a saída de Francisco Louçã só irá piorar as coisas. É o partido que conhece pior o seu eleitorado: a recusa de negociação com a troika terá sido o maior erro (apesar de eu estar convencido de que o problema é mesmo o cansaço mediático de Louçã).
Só mais uma coisa: o voto é sempre «útil». Em última análise, as pessoas votam sempre em quem querem votar. Em democracia não há vitórias morais.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
A questão do «consenso»
Agora foi a vez de Sampaio falar do consenso, dizendo que, preparem-se, «qualquer que seja o resultado eleitoral» o PS desempenhará «um papel muito importante». Porquê? Se o «resultado eleitoral» der maioria absoluta à coligação PSD-CDS, precisamos do PS exactamente para quê, Jorge? Isso é uma ameaça? Há um plano internacional que nos foi imposto e que terá de ser cumprido, e o PSD e o CDS têm sido particularmente explícitos em explicar ao país como o irão cumprir - o contrário, diga-se, do PS. Esse plano foi assinado pelo governo PS: esse é todo o «consenso» que é necessário. Por muito que custe à cúpula socialista, o PS vai mesmo para a oposição; esse é «o papel muito importante» que terá a desempenhar, até porque vai ser preciso renascer das cinzas do socratismo e é melhor para toda a gente que esse trabalho seja feito com toda a tranquilidade.
O meu voto (2)
Pelo que fez nos últimos seis anos, José Sócrates não merece ser reeleito. Pelo que tem feito nos últimos 15 anos, o PS merece ser oposição durante um longo período de tempo. Não é mistério para ninguém a composição do próximo governo: PSD-CDS. Esta é uma solução que terá o meu apoio e o meu voto.
Percebam que não posso votar à esquerda do PS. As eleições não são um concurso miss-mundo. A simpatia que geram em nós alguns políticos nunca deverá toldar-nos o juízo. Falo de Jerónimo, evidentemente: está ali um homem que está na política com a motivação certa mas com os motivos errados. Votar PCP é expressar o desejo de uma sociedade comunista; Cuba para os cubanos.
No Bloco de Esquerda nunca votarei, por motivos políticos, éticos e sociológicos.
Resta portanto saber a qual dos partidos da AD entregar o meu voto. Ideologicamente não há muito a separar a parte do PSD em que me revejo e o CDS: são ambos partidos que defendem um modelo de sociedade assente na iniciativa privada e um Estado que não é um Estado mínimo. Ambos sabem que o MoU é uma oportunidade para reformar estruturalmente o país. Ambos sabem que é através do crescimento económico que Portugal pode ter viabilidade e ambos têm as propostas certas para o atingir.
Sobram as pessoas e os motivos instrumentais, como se diz agora. Não tenho por Passos Coelho uma admiração especial: acho-o mal aconselhado e não lhe reconheço uma visão estratégica para o futuro do país particularmente inspirada. Por outro lado, parece-me alguém que sabe ouvir (e depois de Sócrates é preciso alguém que saiba ouvir) e que tem o diagnóstico certo do país (e depois de Sócrates é preciso alguém que veja aquilo que nós vemos). Não vejo razões para que, depois de formado um núcleo duro de governo competente, Passos Coelho não possa ser o primeiro-ministro que o país precisa.
Antes da campanha estava decidido a votar CDS, mas não gostei da campanha inchada de Paulo Portas. Ao contrário de Passos Coelho, Portas é um político talentoso que tem a seu favor uma menor responsabilidade de compromisso. Fez, sem sombra de dúvida, a melhor oposição ao PS de Sócrates, ajudado pelo facto de o PSD ter mudado de líder de ano a ano. Mas a campanha eleitoral serviu para diluir parte da identidade do CDS, quando o CDS percebeu que continuava a crescer para além do seu eleitorado natural.
Votar no PSD será reforçar a derrota de Sócrates; votar no CDS será reforçar a coligação. Moeda ao ar?
Percebam que não posso votar à esquerda do PS. As eleições não são um concurso miss-mundo. A simpatia que geram em nós alguns políticos nunca deverá toldar-nos o juízo. Falo de Jerónimo, evidentemente: está ali um homem que está na política com a motivação certa mas com os motivos errados. Votar PCP é expressar o desejo de uma sociedade comunista; Cuba para os cubanos.
No Bloco de Esquerda nunca votarei, por motivos políticos, éticos e sociológicos.
Resta portanto saber a qual dos partidos da AD entregar o meu voto. Ideologicamente não há muito a separar a parte do PSD em que me revejo e o CDS: são ambos partidos que defendem um modelo de sociedade assente na iniciativa privada e um Estado que não é um Estado mínimo. Ambos sabem que o MoU é uma oportunidade para reformar estruturalmente o país. Ambos sabem que é através do crescimento económico que Portugal pode ter viabilidade e ambos têm as propostas certas para o atingir.
Sobram as pessoas e os motivos instrumentais, como se diz agora. Não tenho por Passos Coelho uma admiração especial: acho-o mal aconselhado e não lhe reconheço uma visão estratégica para o futuro do país particularmente inspirada. Por outro lado, parece-me alguém que sabe ouvir (e depois de Sócrates é preciso alguém que saiba ouvir) e que tem o diagnóstico certo do país (e depois de Sócrates é preciso alguém que veja aquilo que nós vemos). Não vejo razões para que, depois de formado um núcleo duro de governo competente, Passos Coelho não possa ser o primeiro-ministro que o país precisa.
Antes da campanha estava decidido a votar CDS, mas não gostei da campanha inchada de Paulo Portas. Ao contrário de Passos Coelho, Portas é um político talentoso que tem a seu favor uma menor responsabilidade de compromisso. Fez, sem sombra de dúvida, a melhor oposição ao PS de Sócrates, ajudado pelo facto de o PSD ter mudado de líder de ano a ano. Mas a campanha eleitoral serviu para diluir parte da identidade do CDS, quando o CDS percebeu que continuava a crescer para além do seu eleitorado natural.
Votar no PSD será reforçar a derrota de Sócrates; votar no CDS será reforçar a coligação. Moeda ao ar?
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Centros históricos
Carta à JSD sobre os centros históricos das cidades, por Margarida Bentes Penedo.
terça-feira, 31 de maio de 2011
My own private marktest
Os gráficos que reflectem as minhas intenções de voto apresentam variações diárias com uma amplitude maior do que as sondagens dos jornais. E apesar de a amostra representar 100% do universo de elementos, a margem de erro tem sido constantemente superior a 39%.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Black Swan
Devo dizer que, contra todas as expectativas, gostei muito de Black Swan. É um filme pouco subtil e que só tem uma ideia, mas explora-a tão bem que lhe perdoamos facilmente esses pecados. Natalie Portman é uma Nina perfeita, tão perfeita quanto Nina é como cisne branco, sendo que, para mantar a metáfora, Black Swan pode estar para Natalie Portman como Swan Lake está para Nina.
domingo, 29 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Como o PS manipula as vossas cabeças vazias
«Uma jornalista da Rádio Renascença decidiu, por sua iniciativa, interpelar Pedro Passos Coelho sobre a possibilidade de haver novo referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez (IVG), dado persistir na sociedade portuguesa um debate sobre essa matéria (com petições à mistura).
Pedro Passos Coelho disse que a lei do aborto deveria ser avaliada: «precisamos de fazer, tal como aliás está previsto, uma reavaliação dessa situação» (sic). De seguida, Pedro Passos Coelho recordou à jornalista da RR que esteve «há muitos anos do lado daqueles que achavam que era preciso legalizar o aborto - não era liberalizar o aborto, era legalizar a interrupção voluntária da gravidez -, porque há condições excepcionais que devem ser tidas em conta» e não se deve «empurrar as pessoas que são vítimas dessas circunstâncias para o aborto clandestino» (sic). Prosseguiu: «A ideia que eu tinha era que talvez se pudesse cair numa espécie de liberalização, em que muitas das mulheres que se vêem confrontadas com essa necessidade acabam por se confrontar com problemas ainda mais graves do que aqueles que motivaram a sua decisão drástica de pôr fim a uma gravidez». E concluiu: «Temos de reavaliar essa situação, não no sentido de voltar a cara a esses problemas, de ter qualquer intolerância em relação a isso, mas para poder ajuizar se se foi até onde se devia ter ido ou se se foi um pouco longe demais». Pelo meio, deixou no ar a ideia de que não se deve pôr de parte a ideia de um novo referendo (explicando mais tarde que os políticos não são donos da democracia), embora: 1) seja necessário primeiro avaliar a aplicação da lei; 2) um novo referendo não faça parte do programa do PSD.
Perante isto, José Sócrates acusou Pedro Passos Coelho de: 1) querer voltar ao tempo da criminalização do aborto; 2) mudar de opinião; 3) esconder a intenção de um novo referendo.
Comentários?»
Carlos do Carmo Carapinha
Pedro Passos Coelho disse que a lei do aborto deveria ser avaliada: «precisamos de fazer, tal como aliás está previsto, uma reavaliação dessa situação» (sic). De seguida, Pedro Passos Coelho recordou à jornalista da RR que esteve «há muitos anos do lado daqueles que achavam que era preciso legalizar o aborto - não era liberalizar o aborto, era legalizar a interrupção voluntária da gravidez -, porque há condições excepcionais que devem ser tidas em conta» e não se deve «empurrar as pessoas que são vítimas dessas circunstâncias para o aborto clandestino» (sic). Prosseguiu: «A ideia que eu tinha era que talvez se pudesse cair numa espécie de liberalização, em que muitas das mulheres que se vêem confrontadas com essa necessidade acabam por se confrontar com problemas ainda mais graves do que aqueles que motivaram a sua decisão drástica de pôr fim a uma gravidez». E concluiu: «Temos de reavaliar essa situação, não no sentido de voltar a cara a esses problemas, de ter qualquer intolerância em relação a isso, mas para poder ajuizar se se foi até onde se devia ter ido ou se se foi um pouco longe demais». Pelo meio, deixou no ar a ideia de que não se deve pôr de parte a ideia de um novo referendo (explicando mais tarde que os políticos não são donos da democracia), embora: 1) seja necessário primeiro avaliar a aplicação da lei; 2) um novo referendo não faça parte do programa do PSD.
Perante isto, José Sócrates acusou Pedro Passos Coelho de: 1) querer voltar ao tempo da criminalização do aborto; 2) mudar de opinião; 3) esconder a intenção de um novo referendo.
Comentários?»
Carlos do Carmo Carapinha
O último a sair
M19 | dia 9 – Alargar as fronteiras do protesto ou ceder ao sectarismo?
A manifestação do Rossio parece um programa escrito pelo Bruno Nogueira e o João Quadros a satirizar as manifestações como a manifestação do Rossio.
A manifestação do Rossio parece um programa escrito pelo Bruno Nogueira e o João Quadros a satirizar as manifestações como a manifestação do Rossio.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Ao domicílio
Acabei de ver o presidente do MEP em casa de uma pessoa, no telejornal, numa acção de campanha. Essa pessoa era arquitecta. Queria daqui avisar o MEP que tenho cão, alarme e caçadeira.
Lucky you
Foi bom, apesar da pressa com que foi tocada a primeira parte do concerto e de algumas versões relativamente desinspiradas, como About Today, que sempre foi usada como final apoteótico de concerto e agora ficou truncada pela presença daquela versão desligada de Vanderlyle Crybaby Geeks (que será mais adequada para espaços com uma lotação inferior à do Campo Pequeno). Nota-se que os The National têm um problema que afecta esta tour: High Violet não é melhor do que Boxer nem Alligator, fazendo com que os pontos altos do concerto não tenham passado por High Violet - à excepção de uma versão, essa sim apoteótica, de Terrible Love, onde Matt Berninger desapareceu no meio da multidão cantando «It's a terrible love and I'm walking with spiders» e as aranhas éramos nós - mas sim pelos dois álbuns anteriores (com Lucky You à cabeça, um momento de rara clareza e intimidade). De resto, onde eu estava (na bancada lateral) o som era abaixo de cão (a fazer lembrar os piores momentos do pavilhão Atlântico): toda a riqueza dos arranjos de High Violet chegava embrulhada e sem definição nenhuma, com ecos por todo o lado, com especial prejuízo para o trabalho sublime do baterista. Houve momentos em que a secção de metais era um chinfrim pegado e raramente se conseguia descirnir uma guitarra da outra. Ainda assim, valeu a pena, apesar de eu me ter sentado à frente da única pessoa do universo que manda sentar as pessoas quando estas se levantam durante um concerto porque isso obrigou-me a mudar de lugar e ficar ao lado de uma alma pura (cheguei a pensar que quando Matt Berninger cantou I'll explain everything to the geeks se dirigia a este amigo) que me dizia entre cada canção «já só falta o About Today, eles tocaram o About Today no Porto, o About Today é a minha música preferida deles, tenho esse EP, o Cherry Tree, esta já é o About Today?» e que suspirou em resignação profunda quando lhe confirmei que o concerto tinha acabado.
terça-feira, 24 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Os paquistaneses, os indianos e o PS
Nova circular interna: responder aos comentários sobre a presença de cidadãos paquistaneses e indianos nas acções de campanha do PS com acusões de «racismo e xenofobia». Defender Portugal!
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Mais fácil
No telejornal de ontem, depois de chorar, Sócrates gritava: «o que eles querem é» e seguia para um discurso absolutamente demagógico e desonesto sobre aquilo que é o programa do PSD. Segundo a máquina de propaganda do PS (que faz com que uma frase seja repetida até à exaustão por várias pessoas - vejam, por exemplo, o conceito criativo de «parceria estratégica» que Sócrates e Lino usaram como eufemismo de «privatização»), o programa do PSD é um «ataque ao estado social» com os portugueses no lugar do mexilhão. Não vou discutir a substância da acusação - que é inexistente para qualquer pessoa que se recuse a ser tratada deste modo condescendente - mas apenas confessar que por vezes eu gostava de ser de esquerda. Ser de esquerda em Portugal é ter sempre um atalho pronto em qualquer debate. Se a coisa correr mal, lança-se para cima da mesa a diabolização da «direita». Não quero com isto fazer uma valorização moral das propostas da «esquerda» e da «direita» - isso não está em questão - mas simplesmente constatar que, em Portugal, o discurso à esquerda é mais fácil (porque o chamado centro eleitoral português tem um conceito de «centro» que é, na sua essência, socialista).
quinta-feira, 19 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Francisco Louçã
Louçã, no momento alto da noite, disse que perante a situação económica do país era necessária uma posição «prudente». Qual é a posição prudente do BE? Não aparecer nas negociações com a troika e propôr a reestruturação da dívida. É este pantomineiro que «ganha debates». País de loucos varridos, este.
Passos Coelho
Passos Coelho é um homem bem educado, cordato, que debate de uma forma honesta. Não tenta rasteiras e não inventa truques. Para a maioria dos opinion makers isto são pontos fracos: o que se quer é «animais políticos» que tentam rasteiras e fazem truques. O que se quer é candidatos que «ganhem debates» sem olhar a meios. Tem vindo a demonstrar alguma inteligência táctica. Por exemplo, percebeu-se ontem durante o debate com Francisco Louçã (que sempre que fala de dinheiro parece que fala de doenças venéreas, nem parece que tem a vida que tem) que Passos Coelho não quis atacar o Bloco de Esquerda porque sabe que cada voto que o Bloco de Esquerda perde é mais um voto para o PS. E nas questões de substância tem estado do lado certo, como é o caso do programa Novas Oportunidades. Misteriosamente, tem sido o candidato mais atacado durante a campanha.
terça-feira, 17 de maio de 2011
A tradução
Durante o debate entre Sócrates e Jerónimo , Clara de Sousa perguntou ao primeiro-ministro pela tradução para português do memorando da troika. Todos sabemos que essa tradução (oficial) não existe, mas a reacção de Sócrates deixou entender que talvez ele não soubesse: Sócrates começou por dizer que essa tradução existia e estava no site do Ministério das Finanças, depois disse que o problema era de Clara de Sousa que não o encontrou, e logo a seguir confessou que se «a tradução não existe, devia existir» e que ele é a favor de que a tradução exista. Isto não é um estadista, é um molusco.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O melhor programa da televisão portuguesa
E se vocês andam a perder os episódios de «Memórias de Mim Mesmo», a boa notícia é que a qualidade do programa é inversamente proporcional à qualidade do título.
O 13 de Maio
No passado dia 13 de Maio, o sol apresentava uma «auréola» visível de quem estava no santuário de Fátima. «Milagre», exclamou-se e reportou-se. Não é tanto a reacção de alguns fiéis mais, como eufemisticamente se costuma dizer, simples que me afasta de «Fátima», é antes a tolerância de todos os outros a este tipo de narrativas ingénuas, que é, a bom ver, uma tolerância paternalista e hipócrita.
Por outro lado, é também com alguma desilusão que vejo Stephen Hawking dizer que, afinal, «Deus não existe» porque (e aqui insere-se uma qualquer demonstração científica consensual). O paradoxo é este: o crente acredita num Deus que, por definição, escapa e escapará sempre a compreensão total por parte do homem. «Deus» é, assim, um conceito que visa aproximar o homem de Deus e, nesse sentido, sempre incompleto e transitório. O que Stephen Hawking quer dizer é que «"Deus" não existe»; e eu concordo, já que a história da relação do homem com Deus é feita da substituição permanente daquilo que é «Deus». Para apelar ao coração do espírito mais científico, consideremos «Deus» como o electrão e relembremos o princípio da incerteza: no momento em que, finalmente, estamos convencidos de que conseguimos apontar o dedo à partícula, a partícula não está, afinal, onde era suposto estar. Stephen Hawking matou o «Deus» que o acompanhou toda a vida, mas essa não deixou de ser apenas uma decisão de Stephen Hawking.
Por outro lado, é também com alguma desilusão que vejo Stephen Hawking dizer que, afinal, «Deus não existe» porque (e aqui insere-se uma qualquer demonstração científica consensual). O paradoxo é este: o crente acredita num Deus que, por definição, escapa e escapará sempre a compreensão total por parte do homem. «Deus» é, assim, um conceito que visa aproximar o homem de Deus e, nesse sentido, sempre incompleto e transitório. O que Stephen Hawking quer dizer é que «"Deus" não existe»; e eu concordo, já que a história da relação do homem com Deus é feita da substituição permanente daquilo que é «Deus». Para apelar ao coração do espírito mais científico, consideremos «Deus» como o electrão e relembremos o princípio da incerteza: no momento em que, finalmente, estamos convencidos de que conseguimos apontar o dedo à partícula, a partícula não está, afinal, onde era suposto estar. Stephen Hawking matou o «Deus» que o acompanhou toda a vida, mas essa não deixou de ser apenas uma decisão de Stephen Hawking.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Manipulações
Ao contrário do maradona, não acho que isto
seja radicalmente diferente disto
Há aqui «manipulação»? Não acho. É óbvio que o CDS escolheu simplificar a seu favor a apresentação dos números mas não me parece que daí tenha resultado uma deturpação violenta daquilo que é o essencial: o aumento da dívida portuguesa no período 2005-2010 (ou 2011) foi quase o dobro da UE25 (30,2% para 17,5%). Até porque a lista dos países cuja dívida subiu mais do que a portuguesa é uma lista irrelevante para quem defende o bom comportamento português nesta questão: não passa pela cabeça de ninguém usar o exemplo da Irlanda e da Grécia, a Letónia é um país demasiado estranho para nós e o Reino Unido tem, evidentemente, uma economia com taxas de crescimento que lhe permite uma abordagem ao endividamento completamente diferente da portuguesa.
E tendo em conta que o radar português da manipulação política foi nos últimos anos calibrado pela acção de José Sócrates, este é um micro-episódio que não deveria sequer ficar registado.
seja radicalmente diferente disto
Há aqui «manipulação»? Não acho. É óbvio que o CDS escolheu simplificar a seu favor a apresentação dos números mas não me parece que daí tenha resultado uma deturpação violenta daquilo que é o essencial: o aumento da dívida portuguesa no período 2005-2010 (ou 2011) foi quase o dobro da UE25 (30,2% para 17,5%). Até porque a lista dos países cuja dívida subiu mais do que a portuguesa é uma lista irrelevante para quem defende o bom comportamento português nesta questão: não passa pela cabeça de ninguém usar o exemplo da Irlanda e da Grécia, a Letónia é um país demasiado estranho para nós e o Reino Unido tem, evidentemente, uma economia com taxas de crescimento que lhe permite uma abordagem ao endividamento completamente diferente da portuguesa.
E tendo em conta que o radar português da manipulação política foi nos últimos anos calibrado pela acção de José Sócrates, este é um micro-episódio que não deveria sequer ficar registado.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
A Feira do Livro
Fui à Feira do Livro. Graças às últimas edições as expectativas já eram baixas. Continua tudo na mesma. Liberdade, de Jonathan Franzen, cujo «preço de catálogo» é 25€, tinha um «preço de feira» de 22,50€. Comprando na Book Depository, Freedom fica a 17,30€. Os fundos de catálogo pareceram-me muito profundos; o único autor português promovido decentemente continuar a ser Saramago. Quis comprar um livro sobre física contemporânea para leigos (sobre o CERN ou assim): nada. Descobri que Mário Cordeiro tem um romance com uma «personagem que nos ensina ser tudo possível na alma do amor» (quem tem filhos tem pelo menos um livro do Mário Cordeiro em casa: no Grande Livro do Bebé, O primeiro ano de vida, há uma página inteira dedicada a explicar aos pais as razões pelas quais não se pode dar álcool a pessoas entre os 0 e 1 anos de idade). As bancas da Babel são interessantíssimas: arruinam o conceito de feira e obrigam os leitores a entrar numa espécie de comboio fantasma climatizado, uma versão de livraria convencional feita de painés de aglomerado de madeira. A Leya está mais comedida, é perfeitamente possível que uma pessoa passe por lá sem ter reparado que passou por lá, o que se saúda. Vi muitos pais com crianças comprando livros para crianças (gostava de saber qual o peso nas vendas globais da feira dos livros dirigidos ao mercado infantil e juvenil, imagino que enorme). Não reconheci nenhum dos autores presentes (fui cedo). Pela primeira vez não comprei livro algum, mas não afasto a possibilidade de o problema ser meu.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Portugal, uma sociedade socialista (1976-2011)
Com a assinatura do acordo com a troika, Portugal deixou de ser um país no caminho de uma sociedade socialista. Da administração do estado à justiça, do regime do arrendamento ao subsídio de desemprego, não há nenhuma hipótese ideologicamente coerente de um partido socialista considerar este «um bom acordo». Que foi o que o PS acabou de fazer. Paz à sua alma.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
José Sócrates explicado
Eduardo Pitta, num momento de raro desassombro, explica José Sócrates:
«(...) Sejamos claros. As pessoas estão a borrifar-se para a revisão em alta do défice. As pessoas querem lá saber se algumas empresas do sector público vão ser privatizadas. As pessoas quem saber se têm dinheiro para pôr comida na mesa, pagar a hipoteca da casa, a escola dos filhos e a prestação do carro. (...)»
É exactamente isto: as pessoas estão a borrifar-se para a revisão em alta do défice e querem lá saber se algumas empresas do sector público vão ser privatizadas. As pessoas, como sabemos, são simples. Viva as pessoas!
«(...) Sejamos claros. As pessoas estão a borrifar-se para a revisão em alta do défice. As pessoas querem lá saber se algumas empresas do sector público vão ser privatizadas. As pessoas quem saber se têm dinheiro para pôr comida na mesa, pagar a hipoteca da casa, a escola dos filhos e a prestação do carro. (...)»
É exactamente isto: as pessoas estão a borrifar-se para a revisão em alta do défice e querem lá saber se algumas empresas do sector público vão ser privatizadas. As pessoas, como sabemos, são simples. Viva as pessoas!
Camp nou
A ver se percebi: o primeiro-ministro fez ontem uma comunicação ao país (que, freudianamente, apelidou de «conferência de imprensa») durante o intervalo de um jogo de futebol da Liga dos Campeões para revelar que as negociações com a troika estão concluídas e que não incluem duas ou três medidas que «alguns jornais» avançaram nos últimos dias cuja fonte só pode ter sido o próprio governo, ao mesmo tempo que não indicou nenhuma medida concreta que constará no documento final. Foi isto, não foi?
segunda-feira, 2 de maio de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Rated R
Não vi, mas parece que após a troca das alianças José Rodrigues dos Santos declarou o casamento «consumado».
Príncipe William (2)
Encaro com normalidade o meu interesse pelo casamento do príncipe William: afinal, eu conheci os pais (totalmente verdade, estava a pintar as pintas das costas de uma joaninha).
quinta-feira, 28 de abril de 2011
E atenção que para o Pedro Henriques* aquilo do Pepe nem falta era
Para lá do aborrecimento - alguém meteu na cabeça dos jogadores do Barcelona que a melhor maneira de chegar à pequena-área adversária é fazendo uma sucessão de 29 passes para trás - ressalta o que mais interessa: Messi vale mais do que o "colectivo" do Barcelona. Do lado do Real Madrid, tenho a dizer o seguinte: Mourinho está tão contente com «Mourinho» que se recusa a ganhar jogos sem ser à maneira de «Mourinho». A criatura dominou o criador e manteve agrafados ao banco Kaká e Higuaín ao mesmo tempo que decidiu dar a titularidade a Lasse Diarrá. Isto meteu tanta raiva que nem deu para perceber se ganhou o melhor.
* Ou o Diamantino? Qual deles estava a comentar o jogo ontem? Já não sei. Agora que penso nisso, devia ser o Diamantino; o Pedro Henriques costuma ter mais bom senso.
* Ou o Diamantino? Qual deles estava a comentar o jogo ontem? Já não sei. Agora que penso nisso, devia ser o Diamantino; o Pedro Henriques costuma ter mais bom senso.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Estou a tratar do assunto
Portugal é o segundo país da OCDE com a taxa de natalidade mais baixa
Portugal é um país de egoístas, de preguiçosos, de pessoas que até queriam ter mais filhos mas não dá é a crise temos de ser responsáveis mas que fico com pena fico porque o meu santiago merecia um irmão ele que merece tudo não lhe dou o suficiente, que ficam em casa dos pais e precisam de comprar o último modelo do tdi que já tem gps dá imenso jeito também fico só a pagar mais 46 euros por mês, um país de filhos únicos, filhos simultaneamente mimados e ignorados, príncipes do vazio, ligados a todas as tecnologias, a todas as redes, ele merece tudo, é o meu anjo, esperei 39 anos por ele, que não tem culpa, eu vi o que aconteceu à carreira das que engravidaram antes dos 30, onde estão elas agora?, não se chega a sub-directora ficando em casa a mudar fraldas, se não fosse o divórcio se calhar tinha ido ao segundo, mas era irreconciliável, já só gritávamos, agora que olho para a nossa lua-de-mel tudo me parece há anos sem fim, foi só há quatro, o Vietname é lindo naquela altura do ano, o governo não apoia a natalidade, a culpa é da licença de maternidade e dos benefícios fiscais, ter filhos é um sacrifício muito grande, abdica-se de muito, a qualidade de vida baixa e agora uma pessoa já estava habituada, é a crise, é a crise, estou atrasado para o concerto de logo à noite.
Portugal é um país de egoístas, de preguiçosos, de pessoas que até queriam ter mais filhos mas não dá é a crise temos de ser responsáveis mas que fico com pena fico porque o meu santiago merecia um irmão ele que merece tudo não lhe dou o suficiente, que ficam em casa dos pais e precisam de comprar o último modelo do tdi que já tem gps dá imenso jeito também fico só a pagar mais 46 euros por mês, um país de filhos únicos, filhos simultaneamente mimados e ignorados, príncipes do vazio, ligados a todas as tecnologias, a todas as redes, ele merece tudo, é o meu anjo, esperei 39 anos por ele, que não tem culpa, eu vi o que aconteceu à carreira das que engravidaram antes dos 30, onde estão elas agora?, não se chega a sub-directora ficando em casa a mudar fraldas, se não fosse o divórcio se calhar tinha ido ao segundo, mas era irreconciliável, já só gritávamos, agora que olho para a nossa lua-de-mel tudo me parece há anos sem fim, foi só há quatro, o Vietname é lindo naquela altura do ano, o governo não apoia a natalidade, a culpa é da licença de maternidade e dos benefícios fiscais, ter filhos é um sacrifício muito grande, abdica-se de muito, a qualidade de vida baixa e agora uma pessoa já estava habituada, é a crise, é a crise, estou atrasado para o concerto de logo à noite.
terça-feira, 26 de abril de 2011
O 25 de Abril
As recentes declarações de Otelo («não fazia o 25 de Abril se soubesse como o país ia ficar») tiveram o mérito de me esclarecer sobre aquilo que faz com que eu não adira de alma e coração às comemorações anuais: a imensa nostalgia que a multidão carrega só pode ser explicada através de um sentimento de perda ou falhanço semelhante à de Otelo. Não digo que todos os que celebram «Abril» são saudosistas do PREC e da grande revolução socialista que não chegou a acontecer, mas reparo que o grau de entusiasmo pelo 25 de Abril vai aumentando à medida que aumenta também esse sentimento de «aqueles foram os melhores dias das nossas vidas (depois veio a realidade e lixou tudo)». O que quer dizer que o grau de entusiasmo pelo «25 de Abril» não é totalmente coincidente com o grau de entusiasmo pela liberdade. Eu celebro o 25 de Abril como data essencial para a liberdade do povo português ao mesmo tempo que condeno as celebrações do 25 de Abril como promessa de uma utopia que não chegou a ser. E na rua há demasiada gente com Otelo.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Francisco José Viegas
O PSD escolheu Francisco José Viegas como cabeça de lista por Bragança, uma dupla decisão (do PSD e do Francisco José Viegas) que aplaudo com entusiasmo. No entanto, o consenso que a notícia gerou começava a incomodar-me porque ninguém do PS parecia incomodado. E quando ninguém do PS parece incomodado, é porque estamos a fazer as coisas mal feitas. Durou pouco, esta minha inquietação. Num texto intitulado Como se pode errar tanto? e que surpreendentemente não é dedicado ao governo de José Sócrates, o Valupi - que eu não sei que é, nem sequer sei de que secretaria de estado escreve - descreveu o Francisco José Viegas como alguém que parte «de uma procura de vendetta embrulhada em snobismo dandy». Caramba, eu não pedia tanto.
Tintin no Congo
Tribunal de Bruxelas começa a julgar “Tintin no Congo” por racismo a 30 de Setembro
Sobre isto, vale a pena lembrar o que escreveu Rogério Casanova em 2007:
«(...) É possível fazer várias leituras de Tintim no Congo, mas descortinar naquelas vinhetas resquícios de "doutrina" ou de "hostilidade"está muito além das minhas capacidades hermenêuticas. Eu leio e releio e não vejo doutrina ou hostilidade nenhuma. O que lá vejo é o espectro caricaturizado de uma realidade colonial espacialmente distante, filtrada pela imaginação caótica de um génio em pleno processo de formação moral e artística. O que lá vejo é o paternalismo cultural algo ridículo que existia nos meus bisavós, e em menor grau nos meus avós, e que se foi desvanecendo nas gerações seguintes. O que lá vejo não é necessariamente louvável, mas duvido que represente uma ameaça para quem quer que seja. (...)»
Sobre isto, vale a pena lembrar o que escreveu Rogério Casanova em 2007:
«(...) É possível fazer várias leituras de Tintim no Congo, mas descortinar naquelas vinhetas resquícios de "doutrina" ou de "hostilidade"está muito além das minhas capacidades hermenêuticas. Eu leio e releio e não vejo doutrina ou hostilidade nenhuma. O que lá vejo é o espectro caricaturizado de uma realidade colonial espacialmente distante, filtrada pela imaginação caótica de um génio em pleno processo de formação moral e artística. O que lá vejo é o paternalismo cultural algo ridículo que existia nos meus bisavós, e em menor grau nos meus avós, e que se foi desvanecendo nas gerações seguintes. O que lá vejo não é necessariamente louvável, mas duvido que represente uma ameaça para quem quer que seja. (...)»
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Antes que comecem aí a desfraldar bandeiras
Para o descrédito total da Liga Europa só faltava esta despromoção a Taça de Portugal.
O Chiado
«Ontem no Chiado, ao fim da tarde, numa imitação do que costumavam fazer os escritores na minha juventude, passei um bocado de tempo encostado à ombreira da Livraria Bertrand. A ver passar mundo e mal ouvindo o que me dizia a companhia, fazendo involuntariamente comparações entre a mocidade alegre de agora e a rapaziada bisonha do meu tempo.
Há mais beleza na rua, passam mulheres e raparigas encantadoras, corpos bonitos, pernas longas, passadas elásticas, sorrisos daqueles que iluminam as faces. Mal se atenta numa ou outra que destoa ou Nosso Senhor desfavoreceu e, no meio da beleza alheia, carrega o fardo da falta de graça e do corpo tosco.
Atenta-se, sim, no manifesto contraste entre a energia feminina e a moleza daqueles rapazes de cuecas, exibindo as peludas barrigas das pernas com o ar das carrejonas de outrora, o bocadito de barba de três dias a contradizer a mariquice do rabo de cavalo com fitinha, os pés 44 metidos em sapatilhas de velhota.
Lá passam uns quantos, poucos, que salvam a honra do convento, mas Deus nos ajude antes que tipos desses encontrem forças para copular e presenteiem a nação com rebentos assim tadinhos.»
José Rentes de Carvalho
Há mais beleza na rua, passam mulheres e raparigas encantadoras, corpos bonitos, pernas longas, passadas elásticas, sorrisos daqueles que iluminam as faces. Mal se atenta numa ou outra que destoa ou Nosso Senhor desfavoreceu e, no meio da beleza alheia, carrega o fardo da falta de graça e do corpo tosco.
Atenta-se, sim, no manifesto contraste entre a energia feminina e a moleza daqueles rapazes de cuecas, exibindo as peludas barrigas das pernas com o ar das carrejonas de outrora, o bocadito de barba de três dias a contradizer a mariquice do rabo de cavalo com fitinha, os pés 44 metidos em sapatilhas de velhota.
Lá passam uns quantos, poucos, que salvam a honra do convento, mas Deus nos ajude antes que tipos desses encontrem forças para copular e presenteiem a nação com rebentos assim tadinhos.»
José Rentes de Carvalho
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
O panorama musical português
Presenças de bandas portuguesas nas semanas académicas, segundo o cartaz do Blitz:
Diabo na Cruz - 6
Quim Barreiros - 6
Xutos e Pontapés - 4
Deolinda - 4
Expensive Soul - 3
David Fonseca - 2
(Excluí as bandas com apenas uma participação.)
Diabo na Cruz - 6
Quim Barreiros - 6
Xutos e Pontapés - 4
Deolinda - 4
Expensive Soul - 3
David Fonseca - 2
(Excluí as bandas com apenas uma participação.)
terça-feira, 12 de abril de 2011
Vergonha
«(...) Há muito tempo que tenho poucas dúvidas de que somos um país pouco desenvolvido, com problemas sérios de crescimento e que esse subdesenvolvimento se manifesta um pouco por todo o lado, numa forma especialmente estreita de pobreza de pensamento e de acção, que depois impregna tudo, da cultura à política, da economia ao quotidiano.
(...)
Tudo isto foi dito, repetido, tri-repetido, por muita gente desde o século XIX até hoje e o vulgo optimista não quer ouvir e desdenha. Desdenha dos pessimistas. Desdenha dos "intelectuais" que "não fazem nada pelo país", nem sequer gostam da bola. Desdenha dos simples e prefere os complicados que nunca dizem nada de claro. Gosta dos eclécticos e amáveis com toda a gente e detesta os que não têm paciência para a ignorância presumida.
(...)
Subdesenvolvimento é isto: todos primos, pouca riqueza, patrocinato e clientelas. O resultado é a assustadora mediocridade da nossa vida política, onde o grosso das habilidades vai para a sindicância de interesses e a gestão das carreiras partidárias. Face aos problemas reais, pompa nas palavras e incompetência nos actos.
(...)
Eu sei que merecemos. Mas não merecemos todos, e não embarco nessa de culpar tudo e todos para desculpar alguns. Eu não me endividei para viver acima das minhas posses, pago os meus impostos gigantescos, não tenho nem quero ter um trem de vida que não seja modesto, sem espavento, não sou socialite e quase não tenho vida social, mesmo só no limiar da boa educação, detesto luxos e exibições, e ando há anos, sem eficácia como se vê, a denunciar o caminho que nos levou aqui quando muitos que agora o descobriram andavam deslumbrados com a modernidade estonteante da moda e a chamar-me a mim e a outros "velhos do Restelo". Eu sei que eles não sabem quem foi o "velho do Restelo", nem por que é que "ao cheiro desta canela o reino se despovoa", nem por que é que a gente embarca sempre em querer olhar o mundo com os olhos do Capitão sem ser capitão de coisa nenhuma, cheios de épica e bazófia, e de dinheiro emprestado. (...)»
«Vergonha», Pacheco Pereira
(...)
Tudo isto foi dito, repetido, tri-repetido, por muita gente desde o século XIX até hoje e o vulgo optimista não quer ouvir e desdenha. Desdenha dos pessimistas. Desdenha dos "intelectuais" que "não fazem nada pelo país", nem sequer gostam da bola. Desdenha dos simples e prefere os complicados que nunca dizem nada de claro. Gosta dos eclécticos e amáveis com toda a gente e detesta os que não têm paciência para a ignorância presumida.
(...)
Subdesenvolvimento é isto: todos primos, pouca riqueza, patrocinato e clientelas. O resultado é a assustadora mediocridade da nossa vida política, onde o grosso das habilidades vai para a sindicância de interesses e a gestão das carreiras partidárias. Face aos problemas reais, pompa nas palavras e incompetência nos actos.
(...)
Eu sei que merecemos. Mas não merecemos todos, e não embarco nessa de culpar tudo e todos para desculpar alguns. Eu não me endividei para viver acima das minhas posses, pago os meus impostos gigantescos, não tenho nem quero ter um trem de vida que não seja modesto, sem espavento, não sou socialite e quase não tenho vida social, mesmo só no limiar da boa educação, detesto luxos e exibições, e ando há anos, sem eficácia como se vê, a denunciar o caminho que nos levou aqui quando muitos que agora o descobriram andavam deslumbrados com a modernidade estonteante da moda e a chamar-me a mim e a outros "velhos do Restelo". Eu sei que eles não sabem quem foi o "velho do Restelo", nem por que é que "ao cheiro desta canela o reino se despovoa", nem por que é que a gente embarca sempre em querer olhar o mundo com os olhos do Capitão sem ser capitão de coisa nenhuma, cheios de épica e bazófia, e de dinheiro emprestado. (...)»
«Vergonha», Pacheco Pereira
segunda-feira, 11 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
«Os bancos»
O discurso da coligação PCP-BE (não acredito que o PCP seja assim tão obtuso, mas enfim) não deixa de ser curioso: a culpa é dos bancos que deixaram de comprar dívida pública. Claro. Isto vai ser perigoso.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Esclarecedor
José Sócrates disse que um assunto não foi discutido no Conselho de Estado; Bagão Félix disse que esse assunto foi discutido no Conselho de Estado. Os dois prestaram declarações sobre o que se passou no Conselho de Estado, sendo que um deles - José Sócrates - mentiu e o outro - Bagão Félix - não. Perante isto, Eduardo Pitta acha que Bagão Félix deve demitir-se. Esclarecedor.
terça-feira, 5 de abril de 2011
LCD Soundsystem
Os LCD Soundsystem nunca foram uma das minhas bandas, mas esta versão de I Can Change - bem melhor do que a gravada em álbum, por sinal, aqui a voz de James Murphy ganha uma fragilidade que não existe em estúdio - é uma das melhores coisas que já me aconteceram. E tem um dos melhores versos da história da música pop: love is an open book / to a verse of your bad poetry. Obrigado James Murphy.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
D. Quixotes
Tenho acompanhado, evidentemente contra a minha vontade (o chamado «espaço mediático» está entupido com o assunto), as reacções à conquista por parte do Futebol Clube do Porto do seu vigésimo quinto título de campeão nacional de futebol e não pude deixar de reparar que os adeptos do Futebol Clube do Porto, quase sem excepção, estão a forçar uma narrativa bélica contra o Benfica. O treinador do futebol sénior do clube, André Vilas Boas, que logo na entrevista curta após o jogo lembrou que «o adepto» que há nele prevalece sempre sobre o profissional, veio repetir a ideia do «grito de revolta», e outros exemplos lhe seguiram. Essa «revolta», como sabemos, deve-se ao sentimento de injustiça que o Futebol Clube do Porto mantém em relação ao campeonato da época passada, ganho pelo Benfica, que o Futebol Clube do Porto acha seu por direito, já que não concorda que se suspendam jogadores que agridam funcionários de segurança dos estádios, ao mesmo tempo que concorda em absoluto que se expulsem jogadores por estes serem mais altos do que os outros (o episódio de Cardozo em Braga). Ou seja, baseado em matéria de facto, este sentimento de «revolta» do Futebol Clube do Porto não faz sentido nenhum. A interpretação que faço é a de que os adeptos do Futebol Clube do Porto ainda não perceberam que o Futebol Clube do Porto não é mais o clube provinciano e regional que Pinto da Costa herdou que fazia depender toda a sua identidade da, simplifico, luta contra os mouros, e que, paradoxalmente, tal e qual aquilo que se verifica no islamismo radical, tomam por recentes acontecimentos remotos. Nesse sentido, os adeptos do Futebol Clube do Porto, um clube que ganhou 18 campeonatos em 29 anos de presidência de Pinto da Costa («Deus», como lhe chamou ontem um religioso na rua), precisam de sentir que as suas vitórias foram conquistadas à custa do Benfica, um clube que este ano está a 16 pontos do primeiro lugar, porque esse dado parece engrandecer o feito do Futebol Clube do Porto, um clube que, na cabeça dos seus adeptos, parte sempre em desvantagem devido às coisas. É isto que faz do Benfica o maior clube de Portugal. Não é o número de adeptos ou o número de títulos: é o facto de continuar a ser tido como o alvo a abater. Que esta vitória do Futebol Clube do Porto sirva como bálsamo a alguns adeptos do Sporting só reforça esta ideia. Contra os canhões, marchar, marchar.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Ter razão
«(...) "Ter razão" sempre me pareceu o mais dispensável dos atributos críticos, até porque a maneira mais segura de ter sempre razão é limitar a análise àquilo que é demasiado evidente para ser refutado ou demasiado lunático para ser debatido. (...)»
Rogério Casanova, na sua A Vírgula de Oxford de hoje, no Público
Rogério Casanova, na sua A Vírgula de Oxford de hoje, no Público
quinta-feira, 24 de março de 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
Isto é muito divertido
Faltam ali umas miúdas giras a tocar violoncelo, mas ainda assim esta é a melhor aproximação lusa aos Ra Ra Riot.
(Quando tinha a idade desta gente - não quero avançar com estimativas para não ficar deprimido - lembro-me de querer ser mais velho, ou de parecer mais velho, porque no fundo temia continuar a ser tratado como uma criança. Estes tipos não. Escrevem coisas como esta: «vem dar uma volta na minha bicicleta (...) mas atenção que ainda estou na escola». Caramba, isto é que é confiança.)
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