quarta-feira, 13 de maio de 2009

Bloco A

«(...) a Vera Roquete (por quem nunca tive qualquer tipo de fetiche, e bem sabemos como os infantes daquele tempo estavam dispostos a forçar a nota nos parcos estímulos fornecidos pela TV, desconfio, por isso, que a Vera Roquete nunca conseguiu cumprir cabalmente o seu papel na memória afectiva da minha geração: a ausência de uma posteridade psicanaliticamente verificável faz da Vera Roquete um flop geracional da envergadura de um Jordi Cruyff).»

O Bruno Sena Martins escreveu isto a meu pedido; não precisam de agradecer.

A minha carreira televisiva também passou invevitavelmente pelo Agora Escolha, o programa de Vera Roquete - mas já lá vamos à Vera Roquete - que durante algum tempo tinha como série pivot - aquela que passava durante as votações - Os Soldados da Fortuna, uma série com a menor taxa de morte / explosão violenta da história da televisão: tudo explodia, ninguém morria. Vamos então à Vera Roquete: até hoje eu pensava que tinha tido um fetiche pela Vera Roquete, embora sem nunca conseguir parametrizar e catalogar devidamente os dados da equação; a Vera Roquete ressoava nas paredes do meu hipocampo como um bazófias no recreio do liceu, gozando de uma popularidade afinal construída sobre falsas premissas: o Bruno, com esta ágil comparação a Jordi Cruyff, desmascarou esta situação e permitiu que a Vera Roquete finalmente sedimentasse como deve ser e saísse de uma vez por todas do caminho dos meus verdadeiros fetiches de infância, que são: