segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Parecendo que não, chateia

A capa d'O Jogo (eu leio O Jogo com muita assiduidade), bem como um comentador da TSF, bem como, julgo, o Vasco Lobo Xavier, diz que «castigo máximo dá justiça» ao resultado, texto que acompanha a manchete «Erro confirma líder». A primeira nota a fazer é uma nota de pesar pela «justiça» em Portugal, uma palavra a caminho da abstração* total, esvaziada de significado que tem sido ao longo dos anos e que já se confunde com «aquilo que a gente acha que devia ser»; a segunda nota é para enviar uma saudação a Quique Flores: não tendo ainda o Benfica equipa para ganhar nas Antas (eu chamo àquela merda «Antas» se quiser), porque não tem, mesmo com aquele Porto tão e tão à imagem de Jesualdo, graças a Deus, perdão, Darwin, percebeu que aquilo iria acontecer e terá pedido um golo prévio só para dar um bocadinho de mais garantias que o jogo acabaria mesmo empatado. O homem tem visão. Entretanto:

«(...) É importante não esquecer que hoje o Porto tem um trunfo muito forte: o árbitro da partida vai ser Pedro Proença. E Pedro Proença é mais um daqueles árbitros que anuncia em público que é adepto do Benfica e depois passa a carreira a demonstrar a sua isenção prejudicando sistematicamente o clube. Para que Pedro Proença assinale um penalty a favor do Benfica é preciso que haja um homicídio na área adversária - e mesmo assim não há certezas. Para que assinale um contra o Benfica, basta que o vento agite a camisola de um adversário - ou nem isso. (...)»

Ricardo Araújo Pereira, A Bola 08-02-2009

* O Complexidade e Contradição está em fase de adaptação ao acordo ortográfico.