segunda-feira, 25 de junho de 2007

O Arraial Pride

Sou a pessoa mais indicada para falar do Arrail Pride: aquilo passou-se praticamente à porta de minha casa (mas julgaram que era porquê?) O facto de não ter estado em casa durante o evento foi apenas obra do acaso, garanto. Mas quando voltei, duas e tal da manhã, ainda a festa de fazia sentir. Ora bem: eu também não gosto do modelo. Acho, numa opinião que não deseja ser doutrina, que aquilo não faz muito sentido e que, mais importante, não é positivo para os «direitos dos homossexuais», na medida em que só acentua alguns atritos. No entanto acho que não há razão para negarmos o direito à comunidade homossexual de se manifestar com aquela exuberância, até porque são evidentes os motivos que os levam a fazê-lo. O homossexual é discriminado socialmente e tem uma vida que não é fácil. Negar este facto é uma loucura. Perante esta diferença (que é mais agressiva do que, por exemplo, a diferença racial) é normal que se queira lutar pela sobrevivência, em vez de se ficar em casa recatado, envergonhadamente. Ou seja, os arrais homossexuais são um pouco como as investidas dos mísseis israelitas: não concordamos muito com o modus operandi, mas compreendemos bem as angústias que lhes dão origem.